MAYA...
O estranho do restaurante está me olhando tão intensamente nesse momento, que me sinto exposta além do normal, e olha que estou com um biquíni super comportado.
Fiquei curiosa quando ele disse que não podia me ouvir, e ainda mais intrigada quando ele falou isso em voz alta.
Ele me pega no colo e percebo que está indo até uma cadeira de praia, que coincidentemente, é vizinha a que estou com as minhas coisas, ele me deixa deitada e pega um par de aparelhos, encaixa cuidadosamente, no ouvido e olha para mim, sorrindo.
— Agora sim, posso te ouvir — ele fala e estou encantada por sua voz — o seu tornozelo está vermelho... E tem uma marca estranha, você lembra como se afogou? — ele fala tocando com cuidado, no meu tornozelo, o toque é tão suave, que mau o sinto.
— Senti algo prender o meu pé... Me desequilibrei e acabei engolindo um pouco de água... Acho que a dor me fez entrar em pânico, por isso não consegui nadar de volta para o raso.
Ele está novamente me encarando, os seus olhos azuis, claros como o mar, estão me deixando cada vez mais mexida. Ele abre um sorriso curto, e mexe o meu pé, o que faz eu soltar um chiado de dor.
— Não torceu... Só está vermelho por conta do que quer que tenha prendido ele, pela marca... Eu chutaria algum caranguejo — assinto um pouco envergonhada — a sua voz é linda... — ele fala olhando nos meus olhos.
— Obrigada. A sua também é, assim como os seus olhos... São os azuis mais lindos que já vi.
Ele baixa a cabeça para esconder o sorriso, mas logo diminui um pouco ao desviar o olhar para a minha mão. Olho para ela, mas não vejo nada de diferente, só o anel da minha avó, desde que o meu avô me deu, que uso ele, assim como o colar.
— Vou pegar um pouco de gelo para pôr no seu pé... Já, já, eu volto.
Ele se levanta de onde está sentado e sai em direção a um quiosque de bebidas, fico observando a forma como ele está agindo, os seus ombros largos, postura ereta... Ele exala confiança e beleza... Só não entendo o que fez ele perder o sorriso ao olhar para a minha mão, será que foi o anel? Ele acha que sou noiva, por isso ficou desanimado? Abro um sorriso ao pensar nisso.
Fico esperando ele voltar, mas antes disso, o meu celular toca, como estou perto dele, me levanto e fico de pé sobre apenas um, dou dois pulinhos e consigo pegar o telefone, era o George, todo dia ele me liga para contar as novidades.
— Oi minha princesa — ele fala quando atendo.
— Oi amor da minha vida — falo retribuindo o carinho que o meu irmão sempre demonstra por mim.
— Tudo bem por aí?
— Sim, quase me afoguei alguns minutos atrás... Um caranguejo prendeu o meu tornozelo me fazendo cair e engolir água, mas fui salva por um rapaz que tinha pertinho de mim — o George me olha com uma interrogação na testa — estou bem, maninho, e o rapaz é super educado e respeitoso. Não conversamos por mais que cinco minutos.
— Hum... E onde o herói da minha princesa está?
— Foi comprar gelo para colocar no meu pé... Ele acha que estou noiva... — mostro o anel da vovó e o George ri — não sei por que... Mas não gostei de passar essa ideia para ele, estou esperando ele voltar com o gelo e vou esclarecer isso para ele.
— Eu diria para você mandar ele ficar com os olhos bem longe de você... Não quero homem perto da minha princesa, mas esse brilho no seu olhar me disse para fazer o contrário — levanto a sobrancelha — só aproveite as suas férias, bonequinha, amo você, tenho que voltar ao trabalho, mais tarde eu ligo de novo.
— Tudo bem, amo você também.
Quando desligo o telefone, o rapaz misterioso chega com o gelo, não sei o quanto ele ouviu da conversa, mas pela expressão controlada dele, sei que ouviu o "amo você também".
— Aqui o gelo, é só deixar em cima por alguns minutos, e tentar forçar o mínimo possível. Eu aconselharia passar uma pomada para aliviar a vermelhidão.
— Obrigada.
— Eu adoraria ficar, mas preciso ir... Tenho que ver umas coisas relacionadas ao meu vôo — ele já está se afastando quando eu o chamo outra vez.
— Espera... Não vai dizer nem ao menos o seu nome? — ele deixa um sorriso que não chega aos olhos, desenhar o seu rosto.
— Kilian.
E sai, antes mesmo que eu diga o meu nome ou explique a ele que não sou noiva coisa nenhuma. Não sei como, mas esse homem me deixa sem conseguir raciocinar direito, é como se o olhar dele, aquelas duas pedrinhas azuis cristalinas, sugasse todo o meu poder de raciocínio.
Fico observando enquanto ele some pela areia, seguro o gelo no local do machucado, e olho para o lado, vejo que ele deixou a camisa dele, pego e levo ao meu nariz, sinto um perfume tão bom, é forte, mas não tão amadeirado como a maioria dos homens, é uma fragrância única...
Guardo a camisa dele na minha bolsa e saio andando pela areia, na direção oposta a que ele foi, vou para um restaurante de beira mar que tem aqui perto, pois estou faminta, depois que termino de comer, volto para o hotel.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 66
Comments
Selma Bezerra da Silva
estou gostando esperó que fique melhor kkkkkkķkkkk
2025-03-26
1
Heloísa Garbin
o amor está no ar kkkkk
2024-12-14
1
Jaildes Damasceno
Procura desfazer o mal entendido. Ele está na sua, mas esse anel...
2025-03-04
2