Capítulo 20 — Beatrice Dalmonte Agnelli

Beatrice — Sobre não me casar virgem. Por que eu me casaria virgem se ele já está casado? Perante a máfia, esse casamento já foi aprovado, se nos casarmos será o segundo casamento dele, então não preciso ser virgem. Passei todos esses anos me guardando para ele, que leva uma vida promíscua, que aparece cada dia com uma mulher diferente nos noticiários. Me desculpe falar, mas ele só sai com prostitutas, já teve rumores de que seria pai. Então, não entregarei a minha virgindade a ele. Acham mesmo que eu teria uma primeira vez decente? Na verdade, isso é arcaico, em pleno século XXI, uma mulher não tem o poder de escolher para quem quer se entregar, sendo que os homens são livres, e nem se quer respeitam o casamento. E vocês sabem que isso acontece. É vergonhoso ter que explicar a minha intimidade para vocês. E sim, dormiremos em quartos separados, não abro mão disso. Outro ponto, não quero que ele leve mulher alguma para a casa, em que conviveremos pelo tempo que durar o contrato. — O meu avô tenta falar, mas eu impeço. — Ainda não acabei, vovô. Digo ríspida e continuo. — Sobre a inseminação, não cogito ter uma vida sexual com o Lorenzo, faremos apenas a consumação do casamento para ser validado. Depois disso, não teremos nada, não quero um homem que se deita com prostitutas. Preciso ao menos manter a minha dignidade e minha saúde intacta. Teremos apenas um casamento de faixada para a sociedade e para Máfia. Por isso, a inseminação, não vou me arriscar a ter uma doença devido à vida promiscua dele. E isso ninguém precisa saber. Também não é negociável. E para deixar claro, não tenho nem um problema que me impeça de engravidar naturalmente, apenas não quero. Teremos pelo menos 2 filhos. O primogênito assumirá a máfia, independente do sexo do bebê. O segundo assumirá o Grupo Dalmonte. Quero também dizer que tenho a intenção de ter mais filhos, podendo ser pela forma natural ou pela adoção, isso eu verei com o tempo.

Com relação ao divórcio. Sim, haverá divórcio. Nós nos divorciaremos 4 anos após o nascimento do nosso primogênito. E vou deixar bem claro que, implicará em divórcio qualquer ato do Lorenzo, que denigra minha imagem perante a sociedade, como ele vem fazendo há tempos. Qualquer traição que venha a público, nos divorciaremos. Não espero que ele seja fiel, apenas quero que respeite o cargo que ocuparei nesse tempo, não planejo prejudicar ninguém com minhas decisões, apenas quero me preservar. E enquanto estivermos casados, ele não poderá aparecer em público com outra mulher a não ser a sua esposa. Estou construindo o meu espaço no mundo dos negócios, e não quero minha imagem em tabloides de fofocas por coisas superficiais, porque o Lorenzo não conseguiu guardar o pau dentro da calça. Como disse, não espero que seja fiel, mas leal, sim, pois serei leal a ele durante a vigência do contrato. Nossa união será com comunhão total de bens, ele não terá nada meu e eu não terei nada dele. Não aceitarei filhos que ele possa ter, ou vir a ter fora do nosso casamento. Jamais criarei filho de outra mulher, e não quero eles na minha casa e nem no convívio com os meus filhos.