Capítulo 18 — Beatrice Dalmonte Agnelli.

Beatrice — Então me diga, Senhor Donato, qual é a sua proposta? — Eles se entreolham. — Deixa-me ver se eu adivinho! Hum! Vamos lá. A sua proposta seria aguardarmos até termos a idade para assumirmos os nossos lugares de direito, pois ainda faltam 7 anos. E se a sorte estiver ao seu lado, o Lorenzo pode se divorciar nesse tempo ou ela falecer, ou até mesmo aquele idiota ver a burrada em que ele se meteu, estou certa? Sabe o que eu acho engraçado? É que todos naquele conselho sabem sobre o acordo entre as nossas famílias, e mesmo assim o Lorenzo casou com outra mulher. — Ele concorda com a cabeça e eu continuo. — Acredito que, assim como eu, ao saber da grande novidade, mandou fazer uma investigação sobre a sua nova nora, porém ainda não deve ter as recebido, já que só ficou sabendo ontem. Compartilharei com você as primeiras informações que recebi, mas já posso ir adiantando que isso não passa de um golpe. Eu ainda não sei as intenções dessa moça. Se é apenas dar o golpe da barriga ou para tomar a cadeira de Don. — Donato olha para o meu avô e diz.

Donato — Meu amigo, a sua neta tornou-se uma grande mulher, você está de parabéns. — Os olhos do meu avô brilham de orgulho.

Lutero — Tem razão, a minha menina cresceu. — O meu avô fala com os olhos marejados.

Beatrice — Agradeço os elogios, mas vocês não estão atentos à situação ao todo, estão apegados apenas ao fato do casamento, esse seria o menor dos detalhes. Como o conselho pressionou o Lorenzo a casar, sabendo do nosso contrato? E você vovô, como não o impediu? E como foi feita a escolha da noiva? Acredito que essas perguntas precisam de resposta quanto antes.

Lutero — Estávamos em viagem, para fechar uma parceria, e em menos de dez dias tudo isso aconteceu. Fomos pegos de surpresa.

Beatrice — Então fica claro a intenção de fazer tudo isso sem o consentimento de vocês, podemos pensar que temos um traidor no conselho, alguém que queira a sua cadeira de Don, basta saber se esse alguém é o seu filho, ou outro membro. — Donato me olha com espanto e diz.

Donato — Meu filho jamais iria me trair dessa forma. — Ele afirma.

Beatrice — Tem certeza? Para mim, só o fato dele ter casado com outra mulher, sabendo que temos um contrato já é motivo de suspeita. E pelas minhas informações, o Lorenzo está de quatro por essa garota, eles se conheceram há 6 meses, isso deixa claro o quanto isso foi repentino. Lorenzo é muito manipulável. — Quando termino de falar, Julieta entra na sala.

Julieta — Beatrice, querida, o almoço já está pronto. Posso servir?

Beatrice — Por favor, Julieta, estou faminta. — Ela se retira da sala. Convido-os para irmos à sala de jantar.

Donato — Querida, onde posso usar o banheiro?

Beatrice — Há, sim, fica no final do corredor à direita, o senhor pode ficar à vontade.

Donato — Não me chame de senhor, por favor, não precisamos de formalidades.

Beatrice — Me desculpe, é uma questão de hábito, vou me policiar para lhe chamar pelo nome. — Digo meio sem jeito.

Donato — Você pode me chamar de sogro, afinal somos família. — Ele diz com um sorriso no rosto, reviro os olhos para ele.

Beatrice — Na verdade, sua nora é outra! — Digo em um tom de ironia.

Donato — Não por minha escolha — Ele me rebate.

Beatrice — Bom, mas quem sabe no futuro eu realmente possa ser sua nora. — Digo e ele sorri. — Talvez me case com sua filha. — Digo bem humorada, o meu avô me repreende.

Lutero — Beatrice, isso lá é coisa de se dizer?

Beatrice — Vovô, vai por mim, tenho certeza de que nos daríamos muito bem, e no final das contas, seria para ambos a última opção de escolha. — Todos riem.