Capítulo 13 - Beatrice Dalmonte Agnelli.

Beatrice — Na verdade, não. Apesar de ser meu pai, ele não é meu representante legal. Esse contrato é bem claro, só podemos assumir a presidência das empresas havendo uma união matrimonial, entre os Dalmonte e os Salvatore. E sem falar que só serão reconhecidos como herdeiro os filhos dessa união. Eu até posso me casar com os outros irmãos do Lorenzo, pois eles não deixam de ser Salvatore, porém eu sou a única Dalmonte. Acredito que esse fato a Isabella não saiba.

Matheo — Sabe que ele só tem um irmão e uma irmã, né?

Beatrice — Sim, eu sei, na pior das hipóteses, me caso com a irmã dele. Por isso, não estou preocupada com esse casamento, ele precisa muito mais de mim do que eu dele. Ele só pode assumir a presidência aos 30 anos e eu aos 26 anos, até lá tenho tempo ainda. Me casar aos 21 anos é apenas uma mera formalidade, é mais uma preparação para a imagem do Lorenzo, para tirar a imagem de mulherengo e ser um homem de negócios.

Matheo — E ele sabe dessas cláusulas no contrato?

Beatrice — Se ele teve interesse em ler o contrato, provavelmente deve saber. — Digo dando de ombros. E dou play no vídeo.

Vozes do vídeo.

— Então, Lorenzo, quando vai ser o casório?

— Vai se fuder, até parece que vou casar com uma fedelha, eu gosto de mulheres, não sou pedófilo. E sem falar que ela nunca vai fazer o tipo de mulher que eu possa apresentar para a sociedade, só me faria passar vergonha. Até parece que vou me prender a uma só mulher quando eu posso ter todas aos meus pés.

— Quem sabe você não se apaixona por ela?

— Sai fora, aquela monstruosidade nunca nem deve ter beijado na boca, credo, só de pensar me dá até nojo, e sem falar que não sai do meu pé com cartinhas de amor cheia de coraçõezinhos.

Matheo para o vídeo e me olha confuso.

Matheo — Por que ele diz que você o persegue?

Beatrice — Não faço ideia, nunca se quer, cheguei perto dele.

Matheo — E sobre as cartas?

Beatrice — Também não faço ideia. Olha para mim. Acha mesmo que sou do tipo que escreve cartinha de amor, que corre atrás de homens. Me poupe, acho que ele deve inventar esse tipo de coisa para poder ter motivação para me humilhar. Por acaso, eu fui atrás de você quando você resolveu me evitar?

Matheo — Eu te entendo, e, por que ele acha você uma monstruosidade? Ele deve achar que você é feia demais. — Acho graça.

Beatrice — Deve ser porque sou feia mesmo, ou pelo menos na cabeça dele sou. Mas isso não me importa, o que me importa é o que ele fala de mim para as outras pessoas, esse também foi um dos motivos por querer sair da Sicília e só voltar formada. Essa não é a primeira vez que recebo esse tipo de coisa, já recebi vários áudios também. Tenho uma pasta cheia deles, um dia me serão úteis.

Matheo — Nossa, meu primo é um babaca mesmo. Mas, pelo que ele diz, ele não está ciente que a única forma de assumir a empresa é casando com você. Talvez ele acredite que apenas tenha que estar casado.