3° Capítulo-Descoberta da mentira

Além de lindo, ele era divertido. Fiquei pensando, que homem incrível, apesar de

mentir que não tinha mais número porque não queria me envolver. E o mesmo foi

embora. Assim que entrei, minha mãe de pronto foi perguntando-me:

- Quem é aquele que veio te deixar?

- É um amigo da faculdade, mãe.

- Olha, só quero te dizer para tomar cuidado com essas amizades viu... Algumas não

são boas pessoas! - Ela com seus sermões.

- Fica tranquila mãe, eu sei me cuidar! - Minha mesma resposta de sempre.

Eu sei que mamãe só quer meu bem, assim como toda mãe, mas eu fazia questão

de mostrar a ela que eu já sei me cuidar.

- (Ironia) Aham, sei!

Seu pai ligou para o telefone de casa perguntando por que você não estava

atendendo o celular. (Mãe)

- É que estou sem créditos e na festa onde eu estava não pedi a senha do wi-fi. Vou

mandar mensagem pra ele agora. (Eu)

"Oi pai, estou sem crédito, por isso não atendi." (Eu)

"Estava com os amigos era?" (Pai)

"Sim, saí um pouco para descontrair." (Eu)

"Fez bem filha, você tem que sair mesmo pra se animar mais." (Pai)

"Eu sei, ainda é duro, mas estou conseguindo seguir!" (Eu)

"Isso aí! Eu só queria te dizer que estou de férias e que daqui a dois dias chego aí

pra te ver, comprei um presente... Espero que goste. Saudades, filhota..." (Pai)

"Também estou com saudades pai, mas preciso desligar, estou com muito sono,

tchau." (Eu)

"Tchau filha, durma bem!" (Pai)

Apesar de morar longe, meu pai nunca deixou de me mandar mensagem ou ligar.

Ele é incrível, sempre que ganha férias do trabalho vem "correndo" de Porto Alegre

para Chapecó me ver.

Lembro quando ele me dizia que iríamos viajar por vários lugares do Brasil, mas até

hoje só fomos ao Amazonas e não foi muito legal a viagem.

Eu tinha doze anos. Fomos em um zoológico conhecer a fauna amazônica e fiquei

Traumatizada com um macaco que arrancou um colar do meu pescoço. Ele estava

na jaula e quando me aproximei dela ele puxou. Mas hoje já estou bem desse

trauma [Risos].

Na verdade, não viajei mais com meu pai porque não tivemos tempo. A escola... Meu

namoro com Ben... A faculdade... Nem eu tinha mais tempo para viajar tanto. Enfim,

fui dormir. Normalmente os sábados eram muito chatos. Eu só queria que chegasse logo domingo para ver meu pai. O que será que ele trouxe para mim? Pareço eu criança

quando ficava ansiosa para ver logo os presentes que o mesmo trazia.

Só espero que ele não traga a loira desenxavida dele, a mulher com quem ele vive em Porto Alegre. Falo assim, mas eu não a odeio, ela só não fala muito comigo, eu

também não procuro conversar com ela.

Quando meu pai vem passar os dias aqui na cidade, ele fica na casa dos pais dele,

a vó Renata e o vô Carlos. Eles moram um pouco longe, por isso não vou muito lá.

Meu pai tem uma boa relação com minha mãe, apesar de a separação ter sido

turbulência, hoje eles se falam normalmente.

Minha mãe também já arrumou um cara uma vez, porém não deu certo, e ainda

bem, eu não gostava dele. Afinal, parece que eu não gosto de ninguém, e,

realmente, só gosto de pessoas específicas.

Não gosto muito das minhas duas tias, irmãs da minha mãe, que moram aqui perto

da minha casa, nem das filhas delas, minhas primas. Como eu já disse, são todas

fofoqueiras, se importam muito com a vida dos outros.

Também não gosto muito da minha ex sogra, a mãe de Ben, só gostava mesmo do

filho dela. A mesma se metia muito na nossa relação, queria ser sempre a "certinha".

Já meu ex sogro era mais de boa. Eles são uma família bem conservadora, já

Benjamim não era assim.

Finalmente chegou domingo. Meu pai chegaria onze horas da manhã. Fiquei

contando as horas: oito horas, nove horas, dez horas e finalmente onze. Após ter

passado essas horas no quarto, saí para fora. Demorou alguns minutos e ele

chegou, sozinho, ainda bem, e mal me viu já veio me abraçar:

- Saudades da minha pedrinha brilhante. - Meu pai me chama assim às vezes.

- Oi pai, como foi a viagem? (Eu)

- Cansativa como sempre, mas cheguei bem.

E você filha, como está, melhorou mais? (Pai)

- Acho que sim. E o meu presente pai? Cadê? - Estava ansiosa para saber o que era.

- Ah sim! Está aqui! - Tirou do bolso e me entregou.

Quando vi, a surpresa:

- Ah... Um DVD das Spice Girls, valeu pai! Apesar de eu ter pedido há anos atrás e

nem lembrar mais... — Meu brilho indo embora quando vi o que era.

- Sua banda preferida. Gostou? - Perguntou papai animado.

Realmente é minha banda preferida, pena que eu não tinha onde assistir já que meu

notebook estava danificado.

- Sim! Lembro quando eu pedia a você na minha pré-adolescência e hoje com vinte

e um anos eu recebo [Risos]. Como conseguiu?

- Comprei de uma amiga que tinha, mas não é novo. (Pai)

- Estou vendo. De qualquer forma, obrigado pai!

O senhor vai ficar para almoçar com a gente né? - Pergunto animada.

- Se sua mãe não se importar... (Pai)

- Por mim não tem problema! (Mãe)

O senhor Edney sorri.

- Yes! - Falo baixinho.

- Vamos entrar então! (Mãe)

Entramos todos para dentro.

[...]

- Quantos dias você vai ficar na cidade pai?

- Uns seis ou sete, não posso demorar muito, são só quinze dias de férias.

- Hum! E a sua mulher, não quis vir?

- Não, você sabe que ela não gosta muito daqui.

- Ainda bem! - Murmuro baixinho.

- O que você disse filha?

- Eu disse que pena!

Eu sei que sou sínica às vezes, mas fazer o quê? É meu jeito.

Mas enfim, um dos poucos momentos que eu me senti feliz depois da morte de Ben

foi estar junta novamente em família com meu pai e minha mãe, as duas pessoas

mais importantes da minha vida.

Depois de passar a tarde com a gente, meu pai despediu-se e foi embora.

E chegou o outro dia. Fui para a faculdade.

Quando cheguei lá encontrei com Nanda e Murilo conversando com Ricardo. Assim

que o avistei de longe, já paralisei, fiquei nervosa, mas não tinha como fugir. Eu tinha que ir lá e falar normalmente, afinal não podia ignorar meus amigos.

(Na verdade, só fui lá porque todos eles já tinham me visto).

Tentei mostrar que estava bem e que o príncipe não me desestabilizava:

- Oi gente! - Mal olhei para o príncipe.

- Iaê. (Murilo)

- Amiga, o Murilo me contou o que aconteceu comigo na festa e que foi o Ricardo

que trouxe a gente. Que vergonha cara!

Eu exagerei demais bebendo! - Nanda com a mão nas bochechas triste.

- Tenta esquecer isso, já foi! Foco no agora! - Eu tentando ser uma amiga motivacional.

- Verdade!

Ei, eu te mandei mensagem bem cedo e você não me respondeu!

O príncipe olhou para mim:

- Eu estou sem número! - Continuei a mentir e só me compliquei mais.

- Sério? O seu visto por último está há poucos minutos. - Nanda não sabia de nada,

por isso falou.

Ricardo fechou a cara e saiu rápido:

- Eu já vou!

- Ricardo espera... Vamos conversar! - Saí atrás dele.

- Não! Eu já entendi tudo! - O príncipe estava muito chateado.

- Desculpa ter mentido pra você. - Não sabia onde colocar minha cara.

- Você tem todo o direito de não querer dar o seu número! - O príncipe foi firme em

suas palavras.

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