- Ei, por que não melhora essa cara? Vamos se divertir e esquecer um pouco dos
problemas! - Nanda sempre extrovertida.
- Não sei se estou fazendo certo em já começar a sair. - Falei sem muito ânimo.
- Você não pode ficar sofrendo assim pra sempre Alice, um dia você vai conhecer
outro alguém, mas isso não quer dizer que você vai esquecer o que sentia pelo Ben,
eu sei o quanto você amava ele, mas você não pode parar sua vida assim, tem que
se alegrar mais um pouco, tentar se divertir! - Sei que Nanda só queria meu bem.
- Eu sei, mas ainda é difícil, fazer o que né?! - Cruzo os braços.
E pegamos um táxi rumo a festa.
Chegando lá, encontramos com Murilo do lado de fora da casa e ele me levou para
conhecer Caio.
Quando entramos na sala, me deparei com Ricardo sentado no sofá conversando
com o suposto Caio.
Eles eram amigos e eu não tive muita reação se não ficar parada olhando.
Então se aproximamos e Murilo começou falando:
- Caio, essa é minha amiga Alice, que te falei. Alice, esse é Caio, meu brother que
nunca tinha te apresentado.
- E aí, prazer! - Caio aperta delicadamente minha mão.
- Oi, digo o mesmo! - Sorrio.
Eu toda tímida enquanto Ricardo não parava de olhar para mim.
- Eu nunca te vi antes, você mora desde sempre por aqui? - Caio perguntou.
- Sim, não tive a oportunidade de te apresentar antes e também ultimamente Alice
estava passando por um momento difícil e não estava saindo de casa, mas agora
ela está aqui e veio pra se divertir. Bora lá gente, curtir? - Murilo foi quem respondeu.
- Espera...
Esse é Ricardo, meu mano. (Caio)
O dono da festa tinha que ser amigo logo do cara que eu me encantei com seu
olhar? Olha como é a vida! - Falei isso nos meus pensamentos.
- E aí pessoal! (Ricardo)
- Iaê. (Murilo)
Não sei, mas tenho a impressão de que Ricardo parece ser tão legal, apesar de ter
falado com ele só uma vez. Será que esse é o momento de conhecê-lo melhor? Não!
Melhor não criar expectativas em relação a ele! - Meus pensamentos não param.
- Nós viemos curtir ou ficar só de blá blá blá?
Eu em! - Nanda não via a hora de beber e curtir.
E saímos para pegar bebida. Havia muitas pessoas, mulheres e homens que
dançavam, bebiam e fumavam droga.Alguns casais transavam detrás do jardim ou
subiam para o quarto de cima.
Caio aproveitou de várias maneiras, bebeu bastante, deixou o som bem alto, levou
algumas meninas para o seu quarto...
Seus pais estavam viajando, e ele, com certeza, é aquele jovem "santinho" na frente
deles e por trás, na ausência, é rebelde e irresponsável.
Enfim, o príncipe, a quem eu comecei a chamar nos meus pensamentos, Ricardo
ficou quase todo o tempo sentado no sofá bebendo e eu com Nanda o olhando perto
das escadas de subida.
Em um certo momento, Nanda saiu com seu ficante, Alex, e eu fiquei sozinha no
mesmo lugar.
O príncipe já não me olhava tanto, apenas bebia. Até que em um certo momento uma garota se aproximou dele e começaram a
conversar. Ela era linda, que raiva!
Mas eu também sou, talvez até mais do que ela. Espera aí... Acho que lembro dela de algum lugar...
Ah sim! Na faculdade, já a vi algumas vezes.
Mas eu não sei porque aquilo mexeu comigo, eu não deveria me importar, não
tínhamos nada, só conversamos uma vez e eu nem queria ter nada com ninguém
naquele momento. Também não consegui entender o que senti.
Aff, meu cérebro não ajuda com esses pensamentos intrusivos.
Conversa vai, conversa vem, até que eles saíram rumo ao jardim. Depois disso não
vi mais nada, não tenho certeza o que aconteceu com eles lá, mas devo imaginar.
Depois de um tempo, e eu ainda no mesmo lugar, estava bebendo uma taça de
vinho, a única que bebi naquela noite, quando, de repente, Ricardo apareceu por
trás de mim e falou:
- Não imaginaria te encontrar por aqui! - Ele susurra no meu ouvido.
Me assustei na hora, mas falei:
- Digo o mesmo de você!
E ficamos em silêncio por um minuto.
Ei, eu não te vi na faculdade esses dias, não estava indo? (Eu)
- Estava viajando. (Ricardo)
- Ah! - Apenas falo isso.
- Mora perto daqui? - Ele continuava a puxar assunto.
- Não, é um pouco longe. E você? (Eu)
- Também, mas de carro até que fica mais rápido. (Ricardo)
- Seu carro? - Talvez uma pergunta meio boba, mas tudo bem.
- Não, é da minha mãe, mas ela deixa eu sair pra qualquer lugar com ele. (Ricardo)
Talvez ele estava tentando se exibir para mim e eu boba caía em sua lábia e seus encantos.
- Entendi! (Eu)
- Vamos sentar no sofá? - Acho que o príncipe queria mesmo me conhecer mais.
- Vamos! - Eu não podia falar não.
Sentamos um do lado do outro e por um minuto mais ou menos não ouviu-se uma
palavra, apenas um silêncio momentâneo por parte dos dois, eu bebia minha taça de
vinho e Ricardo bebia uma garrafa pequena de cerveja.
- E sobre a faculdade, você faz que curso?
- Voltei a puxar assunto.
- Administração, comecei a fazer pouco tempo.
Eu morava em Madri com meu pai e voltei há poucos meses pra cá pra morar com
minha mãe, eles são separados e eu fico meio dividido entre um país e outro.
(Ricardo)
- Te entendo, meus pais também são separados, meu pai mora em outro estado e só
vem me visitar no fim de ano ou quando tira férias do trabalho, moro com minha
mãe. (Eu)
- Não tem irmãos? (Ricardo)
- Não, infelizmente. (Eu)
- Sorte sua, eu tenho uma irmã mais nova por parte de pai e queria ver você passar
um dia com ela pra ver se vai achar ela chata ou legal.
- Disse ele sorrindo.
- Pelo menos você tem ela pra implicar! - Também sorrio.
- É, nisso você está certa. (Ricardo)
[Risadas]
- E sua idade? (Ricardo)
- 21. E você? (Eu)
- 22. (Ricardo)
Nesse momento Murilo chegou segurando Nanda pelo braço para não cair. A
mesma tinha bebido tanto que mal conseguia ficar em pé e seu ficante já tinha ido
embora há horas. Murilo então falou:
- Alice eu vou chamar um Uber pra levar vocês pra casa, tá bom?
- Se quiserem, eu posso levar vocês. (Ricardo)
- Não precisa, a gente vai de táxi mesmo! (Eu)
Eu só falei isso porque queria evitar mais aproximação com o príncipe dos olhos
azuis. Para mim, começar a evitá-lo era a melhor maneira de afastar algum desejo.
Engraçado que eu estava falando com ele agora a pouco, pois é, nem eu me
entendo às vezes.
- Está com medo? Eu não estou bêbado! - O príncipe exclmama.
- Não é isso, só não quero te incomodar! (Eu)
- Não vai ser incomodo nenhum! (Ricardo)
- Daqui que o Uber chegue vai demorar, é melhor vocês irem com ele, a Nanda
precisa logo dormir. - Murilo respondeu.
"Vocês me pagam Nanda e Murilo!" - A voz da minha cabeça que disse isso me
lembrou aquelas vilãs de novela.
E sem desculpa para inventar, tive que aceitar.
Colocamos Nanda no carro e me despedi de Murilo.
No carro eu apenas dizia o caminho, já Nanda não parava de falar. Coisas de
bêbado.
Quando chegamos na casa da mesma, expliquei aos pais dela o exagero na bebida
e a levaram para o quarto.
Depois voltei para falar com o príncipe e disse que de lá para minha casa eu iria a
pé, já que minha casa era bem pertinho, mais na frente.
No entanto, ele fez questão de dizer:
- Mas eu posso te levar, prometi ao seu amigo que ia deixar vocês na porta da casa!
- Não precisa, sério, aqui está bom! (Eu)
- Deixa eu te levar, entra logo! - "Que príncipe insistente", pensei.
Entrei e seguimos.
Poucos metros depois, chegamos em minha casa.
Desci do carro e ele também:
- Obrigado por trazer a gente, quanto é? - Eu parecia o flash, desci rápido e
apressada.
Ele sorriu e falou: "Não é nada!"
- Sério, quanto é? - Perguntei só pra perguntar mesmo, mas era óbvio que ele não ia
cobrar nada.
- Nada não! - Ele sorrindo e olhando o bairro em volta.
- Tá, valeu mesmo então! - Só queria entrar logo em casa.
E ele puxava conversa:
- Os vizinhos daqui são legais? Mal descemos do carro e todo mundo daqui saiu pra
olhar, principalmente aquelas senhoras.
- Aquelas duas ali são minhas tias e aquelas outras são só fofoqueiras do bairro
mesmo. Na verdade, todas são, até minhas primas, as filhas delas, já são. Só
cuidam da vida dos outros e não olham para o próprio nariz. (Eu)
- Igual as do meu bairro, não olham "pro próprio rabo." (Ricardo)
[Risadas]
- Aquela ali olhando da janela é sua mãe? - Perguntou Ricardo.
- É, como sempre me espionando. (Eu)
- Será que ela é alguma coisa da minha? Porque ela também é assim! - Ele ri.
- Vai saber?! - Não consegui conter o riso também.
Tchau, boa noite! - Abro um sorriso para Ricardo.
- Uma última pergunta, você pode me dá o número do seu telefone? Se você quiser,
é claro! (Ricardo)
- Eu não tenho mais, perdi meu chip. (Eu)
- Que pena! Tchau, até mais! (Ricardo)
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Atualizado até capítulo 31
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