PÉROLA VAI EM BUSCA DO CARTÃO ESQUECIDO NO BAR, E CONHECE ALEX O GARÇOM

— Foram anos de muitas dificuldades, muitas vezes só tendo o dinheiro para pagar minha condução do dia seguinte. Trabalhei em bares e sempre chamei a atenção e olhares de homens até mesmo milionários, mais nunca cedi a tentação do dinheiro e ao que te oferecem quando só querem apenas uma noite te prazer. Meu corpo vale muito mais que isso.

O único homem que me envolvi nesse longo período foi o palhaço do Omero que agora desejo arrancar as entranhas toda vez que lembro dele beijando aquela mulher. Fico pensando quanto tempo deve ter me traído, como fui feita de idiota e era a mulher do meu chefe.

Alguém que sempre esteve do nosso lado, em nosso grupo de amigos. Então eu era o que a palhaça que eles enganavam. Quando começamos a namorar minha vida melhorou um pouco, passamos a morar juntos por um tempo, até que me formei e cai fora. Nunca suportei a ideia de que um homem pudesse me bancar precisava viver por mim mesma, quando conclui a faculdade arrumei um bom emprego e logo um apartamento para morar.

Naquele dia estávamos felizes, a gente resolveu sair para comemorar a promoção de Omero. E do nada levanto e vou ao banheiro, ao voltar me deparo com os dois ali bem na minha frente, aos beijos. Queria arrancar aqueles pensamentos da memória para não lembrar mais daquele momento e dele.

Levantei, sacudindo a cabeça tentando esquecer tudo o que aconteceu e saí para a rua. Vamos lá ao bendito bar pegar meu cartão. E vê o que vem a seguir. E pior ainda, terei que ir a empresa recolher minhas coisas. Sai correndo atrasada sabendo que o próximo horário do metrô iria demorar a passar, mais afinal estava sem emprego. Pra quê pressa então? Chegando ao ponto do metrô que por sorte ainda estava parado ali, as portas de abriram e entrei. O bar onde esqueci meu cartão de crédito não era tão longe assim, chegando ali procurei pelo jovem que havia me ligado comunicando que esquecerá meu precioso cartão de crédito ali.

— Boa tarde! Estou procurando o jovem Alex. Logo fui direcionada ao mesmo, um jovem baixo muito simpático. Bem gatinho.

— Oi Pérola que bom te vê novamente, e sim já sei nome e algumas coisas de sua vida, desculpe mais não beba tanto quanto da última vez.

— Obrigado Alex. E obrigado por ter guardado para mim. Recebi das mãos do jovem o cartão e ao me despedir ele sorriu e falou.

— Você falou sério sobre estar precisando de um emprego? Só para o caso de precisarmos, então já sei a quem procurar.

— Sim claro. Realmente estou sem emprego. Mais irei esperar para ver como ficam as coisas. Muito obrigado mesmo. Preciso ir, ainda vou em outro lugar. Obrigações você me entende.

— Claro entendo sim. Foi um prazer te vê novamente.

— Me despedi de Alex e fui a empresa. Chegando lá não fui nada bem recepcionada. Não me deixaram entrar para pegar meus pertences que já estavam a portaria com um seguinte bilhete. A qualquer virá buscar. Reconheci a letra da descarada. Que pena que não pude devolver a traição deles com uns bons tapas nela, afinal meu querido Omero não me permitiu. Perguntei onde estava o chefe e fui informada que havia feito uma viagem as pressas, pelo que entendi ninguém na empresa ficou sabendo de nada. Peguei minhas coisas e saí dali. O sangue fervia nas veias se aquela mulher ousasse me aparecer agora, nem sei. Fui embora dali caminhando até a próxima parada do metrô, logo cheguei a minha estação que estava lotada. Minhas mãos presas a caixa não falacitavam em nada, ainda bem que tivemos uma breve viagem e já estava de volta. Meu apartamento era bem grande para uma mulher sozinha. Estava quase quitado. Mais sinceramente precisaria arrumar um emprego imediatamente ou precisaria acabar com minhas economias para pagar ele. Resolvi tomar um banho e relaxar um pouco. Apagar, dormir.