Liberdade

"Liberdade não é só ir e vir.

Liberdade é também você se permitir sentir.

Sentir todos os sentimentos o que existe no seu peito.

Amor, raiva, tristeza e também receio.

É como se vivêssemos num loop, sim.

Um loop infinito, onde regamos amigos e também inimigos.

Mas você tem a liberdade de ser prender a isso, ou se livrar dos riscos.

Riscos da morte mental, sentimental e espiritual

Riscos de achar que está tudo bem, mas na verdade sua vida está entregue ao mal [..] - Liberdade de morrer ou viver"

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Bia foi até o escritório de seu pai e usou do computador dele para fazer algumas pesquisas para a galeria de artes e também enviando mensagem para algumas francesas que tomaram seu coração de uma forma carinhosa fazendo ela construir amizade com as europeias.

Mesmo de longe, suas ideias estavam mais presentes do que nunca.

Algumas batidas ao lado de fora lhe roubaram sua atenção.

— Bia? — Clarice chamou abrindo metade da porta. — Posso entrar?

— Claro — respondeu ela assentindo com a cabeça e já abaixando a tela do notebook

— Liz acabou de ligar e disse que está vindo.

— Ah sim, já vou ir vê-la. — Bia por um momento havia esquecido do seu compromisso com a sua amiga.

Clarice parecia querer falar algo, mas reprimia isso.

Bia olhou para sua irmã, desconfiada.

— Está... tudo bem? — ela se aproximou com suas sobrancelhas arqueadas.

— Está sim... — as palavras de Clarice não soavam nada convincente para a jovem Bia.

— Fala, eu quero saber se há algo.

— Não é nada que seja importante para você — Clarice dizia de uma forma como se quisesse proteger a sua irmã.

Bia não se deu por vencida e continuou insistindo até que a sua irmã a contasse.

— Fale, Clarice.

— Eu já disse...

— Se eu descobrir por outros será pior - pondo Clarice contra a parede, o seu dedo erguido já apontava direto para sua irmã mais velha.

Quando Bia desconfiava de algo, não havia nada que tirasse da sua cabeça que ela tinha que descobrir o que era o mais rápido possível.

Clarice soltou uma corrente de ar pelos seus lábios ainda pensando se era ideal ou não falar o que estava acontecendo. Ela mordiscou a sua bochecha enquanto se mantinha pensativa.

— Bom... não sei se a nossa mãe te disse, mas creio que ela nunca irá te contar…

Quando Clarice começava assim, Bia sabia que alguma bomba vinha pela frente.

Os olhos dela logo se desmancharam quando viu que o semblante da sua irmã não era a das mais agradáveis.

— É tanta coisa, e agora o nosso pai está no escritório da mãe falando com um investigador policial…

O quê?

Por que diabos os pais delas estavam falando com um policial investigativo?

Bia indagou esse pequeno questionamento na sua pequena e achatada cabecinha que não fazia ideia da confusão que houve enquanto ela prestigiava a arte morando fora.

— Investigador?

— Sim. Um investigador policial.

— Mas por que ele está aqui? O que houve? Estão todos bem? E sobre a empresa? — essa enxurrada de perguntas tinham que ser respondidas imediatamente.

Clarice se sentou na poltrona de frente para a mesa e acenou para que Bia fizesse o mesmo.

— É uma longa história.

Bia se sentou o mais depressa querendo ouvir atentamente o que sua irmã tinha de lhe contar naquele momento.

— Me fale, o que houve? - Bia continuou insistindo, mas dessa vez um pouco mais nervosa

— Bem... — ela iniciou de forma enigmática — quando você foi para França, tudo estava indo bem; mas depois de um tempo, descobriram que o... — aquilo estava entalado na garganta de Clarice que ela não conseguia nem dizer o nome do dito cujo.

— Descobriram... — Bia curiosa estigou a sua irmã a completar a frase logo de uma vez, enquanto colocava uma mecha do seu cabelo solto por detrás da sua orelha como se isso fosse fazer ela ouvir melhor o que ela diria

— Descobriram que Laian não era filho do nosso vô e da nossa vó.

O rosto de Bia descaiu de tal forma que ela pode expressar no seu semblante o quanto ouvir aquele nome ainda a impactava.

Clarice viu. Clarice percebeu.

— Desculpe sei que não quer nenhum pouco saber dele, mas a história não fica por aí.

Ainda tinha mais pela frente?

Esse não foi o plot principal dessa história?

Bia torceu os lábios tentando assimilar tudo.

— Laian depois disso voltou a procurar por nós, mas depois de conversar com os nossos pais ficou transtornado.

Ela tentava manter a calma ouvindo tudo isso, mas para Bia parecia que um cadáver decomposto estava sendo desenterrado em sua frente e ela era obrigada a sentir o fedor insuportável daquilo.

Aquela sujeira e aquele sentimento ruim tinha tendência a voltar para ela novamente.

Clarice engoliu a seco ainda tentando colocar em palavras o que havia ocorrido.

— Isso faz mais ou menos um ano. — revelou angustiada — mas a cerca de oito meses ele desapareceu. Ele foi filmado se arrastando ferido e ensanguentado numa noite de primavera perto de uma ponte de pedestres por uma câmera de segurança, mas depois disso não foi mais visto.

Beatriz ficou extasiada, com as suas vistas travadas em lugares desconexos do cômodo e ainda em choque com o que havia sido revelado a ela.

— Mas... o que os nossos pais têm a ver com isso?

Clarice olhou para ela com uma cara de "dãww" como se a resposta estivesse óbvia pelo andar da conversa.

— Ele ficou transtornado depois de conversar com os nossos pais, né? Isso deixou eles na lista de suspeitos.

Para Bia isso era inacreditável. Como havia acontecido tudo isso e nada foi lhe contado?

Clarice deu uma tosse e soltou mais bomba.

- Então, nisso apareceu um suposto filho verdadeiro do nosso avô

Beatriz estava boquiaberta.

- Perai, o cara já apareceu?

- O cara não. A mina. Mas ela é filha só do vovô. - revelou também abismada em saber da pulada de cerca de seu patriarca.

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— Achei que não vinha — Thomas murmurou assim que viu o seu amigo entrando pela porta da lanchonete.

Thomas saiu logo cedo, pela manhã, e marcou com Luan de encontra-lo na lanchonete na esquina da casa do jovem de cabelos curtos e cacheados. Mas... curtos e cacheados agora, pois quando a sua amizade pertencia a Zac ele ainda alisava os seus cabelos com progressiva sem formol e hidratante aloé vera. Espere, deixe explicar um pouco; Luan foi parceiro de Zac e Juca, porém perdeu o contato com ambos no fim da faculdade.

Sim.

Luan até jogou uno com Bia quando ela foi numa social na casa de Juca para ser apresentada como a esposa do estudante de medicina na época.

Porém agora, Luan nem lembra de Beatriz e muito menos sabe sobre o relacionamento de Thomas com Bia, nem Thomas sabe que Bia já foi casada com o ex-amigo de seu amigo. Sacou?

Como esse mundo era pequeno, não é?

Luan se jogou em cima da cadeira e largou a sua mochila no chão deixando-a de canto de uma forma nada zelosa e cuidadosa.

— Cê tava morrendo de saudades, né?

— Não. Eu preciso da sua ajuda.

A sinceridade de Thom fez Luan ri.

— Você é igual todo o mundo, só me procura quando precisa de algo.

- Na verdade, não é isso. Realmente senti a sua falta, mas preciso muito de você. - respondeu tentando não parecer tão interesseiro, embora não foi apenas para comer um bauru que ele chamou seu amigo.

Luan arqueou a testa com um olhar duvidoso e desconfiado e não deixou a frase nada entortuosa passar em branco

— Sai pra lá mano...

— Para com isso, Luan. — Thomas não estava para brincadeiras.

Logo, que o seu amigo percebeu isso, tentou se manter mais sério e apenas suspirou se ajeitando sobre a mesa.

- Fala, o que você quer?

- Bom... você sempre foi bom em computadores, informática etc., - ele começou focando no ponto principal do assunto: tecnologia.

- Me chamou aqui só pra me elogiar? - Luan estava com pressa e queria que Thom tratasse de falar logo o que ele queria.

- Eu preciso que você pesquise a ficha de uma pessoa para mim.

- O quê?

- Eu preciso que você pesquise a ficha completa de uma pessoa para mim. - reforçou convencido de que faria aquilo.

- E quem seria essa pessoa?

- Bom... seria uma mulher que eu tô conhecendo melhor.

- Uma pretendente é? - Luan gargalhou não levando tão a sério o date do seu parceiro.

Thomas pegou as suas mãos e esfregou sobre o seu rosto. Ele estava realmente atordoado com tudo isso e queria saber mais sobre a vida de Beatriz. Além da escritora que trabalhava numa galeria de artes. Além da mulher que não queria se entregar a um sentimento profundo. Além da jovem que mantinha tudo em sua vida no sigilo. Thomas queria conhecer quem era Beatriz Fernandes Albuquerque.

- Sim. Uma pretendente. - afirmou - vou te mandar o que o sei dela. Nome, idade e onde trabalha. Preciso que achei mais sobre a vida dela.

- Isso que é precaução e interesse mesmo - comentou o outro tomando um gole de água - está com medo dela ser uma criminosa?

- Talvez sim... Talvez não.

- Me mande essas informações por mensagem que quando eu chegar em casa e pesquisar te mando tudo.

- Tudo bem... Valeu mesmo

- Que isso, tá tranquilo. Mas você vai ficar me devendo essa. - Para Luan nada era de graça nessa vida.

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Isaac não tinha muito o que fazer. A sua vida toda estava firmada no exterior. Estudos, emprego e desenvolvimento financeiro. Tudo que Zac tem que se preocupar é como a economia norte-americana vai está quando ele voltar para lá.

Zac então se arrumou para poder ir com o seu amigo fazer a prova de ternos para o casamento. Era um pouco mais de nove horas e o sol estava alto iluminando a aquecendo a toda a cidade.

Isaac ouviu o seu telefone tocar e nem teve surpresa de ver quem era.

- Zac? Cadê você?

- Já estou indo.

- Está indo ou está saindo? Não demore - exigiu Juca um pouco tenso e preocupado.

Se o casamento não saísse como o esperado, Liz mataria seu noivo com uma faca grande e afiada. Tudo tinha que ser perfeito, único e marcante para sua futura esposa.

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