Solo Nacional

- Passagens em mãos - ordenou a comissária de bordo antes de caminhar até a cabine do piloto para verificar com o profissional quanto tempo levaria para o vôo decolar.

Zac estava tenso.

Ele odiava andar de avião e dessa vez ele estava sozinho. Para quem teria em suas mãos o poder de salvar a vida de alguém ou o risco de matar alguém, parecia bem tranquilo passar do norte para o sul de avião.

...Mas estava nublado e nessa viagem não seria como foi com o seu irmão Filipe, como Zac quando se mudou para Harvard, e também ele não estava ao lado de Beatriz como quando foi para sua viagem de lua de mel em Orlando....

Normalmente, ele não ia visitar aos seus parentes, e sim a sua família vinha vê-lo. Seus pais vinham sempre no final do ano passar alguns dias na casa que eles tinham em Nova York, próximo a Times Square em Manhattan.

Seus pais tinham muito receio de que Zac fosse ao Brasil e perdesse o foco novamente. Nada de correr o risco dele ir e não querer voltar mais.

.

As suas mãos estavam tremulas e a sua testa suando frio. Ele desabotou o primeiro botão de sua camisa listrada de preto e branco e sentiu-se mais refrescado.

Ele tirou do seu bolso ao passaporte e respirou fundo treinando e controlando cada compasso do seu fôlego. Isaac começou a sentir raiva de si mesmo por ter medo, mesmo que isso fosse normal. O homem começou a se sentir fraco e covarde por agir como uma criança quando se tratava de altura.

De repente, uma mulher alta, jovem de uma idade mediana entre vinte cinco e vinte e sete anos, pele bronzeada num tom cappuccino e cabelos ondulados num tom preto composto por algumas mechas azuis, e para finalizar a sua descrição, um sorriso lindo e largo que estampava em seu rosto angelical e meigo.

Ela sentou se ao lado do jovem futuro médico.

- Com licença - ela disse-lhe enquanto se achegava no seu lugar.

Ele olhou para ela vislumbrado.

- Claro.

Aquela mulher lembrava muito a Beatriz, por isso, por um momento, um pequeno momento, Zac se ligou ao passado.

Logo ele saiu do seu pane e virou-se para o canto dando espaço para a mulher se sentar ao lado da janela.

...—————...

O avião logo decolou e Zac fechou bem forte os seus olhos.

A cada quilômetro que o avião sobrevoava era como se ele sentisse que fosse cair. Ele já imaginava o veículo aéreo caindo com todos gritando, cada um com sua língua nativa por socorro e logo os corpos de todos os tripulantes caídos no meio do mato e ele sendo o único sobrevivente e todo machucado tendo que lutar para viver - pelo menos ele tinha esperança de que seria o mais resistente. Um pouco de ego não faz mal a ninguém.

A jovem olhou para ele, vendo sua agonia.

- Está tudo bem? - ela perguntou

- Estou sim, obrigado - Zac respondeu

- O senhor deve está muito ansioso - ela cogitou sorrindo-lhe com as suas mãos sobre o rosto demonstrando também um certo nervosismo.

Ele não gostava de demonstrar os seus medos ou as suas fraquezas, e apenas sorriu sem graça se virando para o lado e respondeu:

- Que nada, sou acostumado.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

- Está tudo pronto? - Thomas perguntou curioso com sua bagagem em mãos, quando bateu na porta de Bia e ela atendeu.

Beatriz estava com suas malas prontas e em cima do sofá e

Estava bem evidente em seu rosto que ela não curtia muito essa intimidade e cobrança que vinha de seu suposto futuro namorado.

Com seu sorrisinho forçado para não tornar o clima mais frio do que já estava, Beatriz se virou para o espelho pendurado na enorme parede de sua salar de estar na estética branco e dourado.

Respirando fundo, encarou-se em frente ao seu reflexo e ajeitou seus cabelos ondulados pelo babyliss para o lado e esfregou seus lábios um sobre o outro espalhando seu batom nude.

Bia não gostava de caras que ficava no seu pé, seja para uma simples relação casual ou para algo permanente. Ela tentou se conformar com o grude de Thomas, mas não conseguia se adaptar ao jeito meloso dele.

O único homem que ela se relacionou depois de Zac foi esse jovem cidadão de Brest.

Mas nada e nem ninguém fazia ela se sentir como seu ex-marido fez.

Thomas era jovem, com estético cobiçado; olhos claros, serenos e lembrava muito a Zac.

A aparência dele era muito semelhante mesmo a do seu ex-companheiro que se ambos se vissem franziriam a testa simultaneamente e olhariam para Afonso esperando respostas.

Ela quis achar a cópia de alguém que pudesse fazer ela se sentir amada, mesmo que isso fosse só provar ainda mais que ela não havia esquecido de seu amado.

O vôo partiria em pouco tempo, então ela tomou suas malas pela alça e uma ela jogou para Thomas levar.

- Leva aí - pediu num tom autoritário.

Thomas segurou a bagagem com um olhar azedume.

— É por favor — ele repreendeu a forma rude da sua possível futura, por algum acaso, um dia, sua mulher.

Ela revirou os olhos.

.

Eles entraram no avião e cada um confortou-se nas suas poltronas primeiras classe e aguardaram os comandos da comissária de bordo.

Algumas longas horas depois eles já estavam em solo brasileiro.

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