Capítulo 11

...A angústia se aprofundava a cada dia, enquanto eu tentava encontrar uma maneira de lidar com as imagens perturbadoras que testemunhei naquela noite. Os pesadelos persistiam, atormentando meu sono e deixando-me acordada no silêncio sombrio da mansão. As vezes eu acordava suada e com a garganta seca devido ao pesadelo....

...Evitava cruzar o caminho do rei Lambert sempre que possível, mantendo-me nas sombras e tentando não chamar sua atenção. Cada momento era uma luta entre o medo e a necessidade de sobreviver naquela mansão....

...Numa noite sombria, enquanto caminhava pelos corredores silenciosos, observei que a porta de saída estava entre aberta. Então caminhei a passos lentos, olhando para um lado e outro e fui surpreendida pela presença do rei Lambert. Minha tentativa de fuga nunca dá certo....

...— O que você anda aprontando, humana? — sua voz ecoou atrás de mim, antes mesmo que eu pudesse passar pela porta....

...Engoli em seco, sentindo um calafrio percorrer minha espinha. As palavras não saíram, apenas abaixei a cabeça, temendo o que poderia vir....

...— Parece que precisa de uma lição para aprender a ficar no seu lugar. — disse ele, com um sorriso cruel.— Porque eu acho que não fui muito claro, quando avisei a você, que não tentasse fugir. — Disse, e em fração de segundos ele já estava próximo a mim....

...Senti o toque gélido de suas mãos, enquanto uma sensação de desespero me envolvia. Fui encostada na parede abruptamente....

...— Eu... me desculpe senhor. — falei olhando em seus olhos....

...— Desculpas não apagam desobediências. — respondeu ele com frieza, seu olhar penetrante me deixando arrepiada....

...Era como estar diante de um predador, e eu, uma presa indefesa, ciente de que escapar não era uma opção, e desafiar também não seria uma boa opção, mas eu criei coragem, e o desafiei a minha maneira, não ligava se ele me matasse, a morte seria bem vinda para mim naquele momento....

...O Rei Lambert desceu seu olhar dos meus olhos para minha boca, senti meu corpo tremer. Naquele momento de silêncio, só poderia ouvir nossas respirações. Aos poucos ele afunda seu rosto em meus cabelos, sentindo o meu cheiro e dos meus cabelos para meu pescoço, eu sabia que ele iria cravar suas presas em mim....

...Eu o empurrei para longe, olhando em seus olhos enquanto eu o desafiei....

...— Me mate, Ande. Não aguento mas essa merda de vida, tudo ao meu redor é sangue é morte, estou cansada disso. — deixei algumas lágrimas caírem dos meus olhos enquanto eu desabafo....

...Ele pareceu surpreso com minha reação, e um olhar indecifrável passou por seus olhos. Uma mistura de surpresa, curiosidade e algo que não consegui identificar....

...— Você não sabe o que está pedindo. — disse ele, sua voz carregada de um peso que eu não entendia....

...Fiquei ali, mantendo meu desafio, encarando-o com determinação. de repente senti suas mãos em minha cintura, colando meu corpo ao seu....

...— Escute-me muito bem, humana. Cada pessoa tem seu tempo de morrer, e quando eu chego na vida delas, apartir daquele momento elas não tem escolhas. Não decidem nada porque eu que decido. E com você não é diferente, não vou matar você agora, só quando eu quiser....

...— Por que está fazendo isso comigo? O que quer de mim? — perguntei, com a voz embargada....

...Ele sorriu de forma enigmática....

...— Humana, você ainda não percebeu? Você é minha propriedade agora. Eu faço o que quero com o que é meu. E você... é minha....

...Senti um arrepio percorrer minha espinha. Estava presa a um destino sombrio, sem escolhas, sem saída....

...A dor aguda tomou conta de mim enquanto suas presas perfuravam minha pele. Cada gota de sangue que escapava parecia levar consigo um pedaço da minha liberdade perdida. Minha visão começou a ficar turva, e a fraqueza se espalhou por todo o meu corpo....

...Em meio à escuridão que se aproximava, ouvi a voz do Rei Lambert sussurrando:...

...— Este é o seu destino, Amélia. Agora, você pertence a mim. — disse, senti ele arrancar a roupa do meu corpo com uma certa rapidez, e ali mesmo acabei apagando....

...Acordei com os raios do sol invadindo o quarto. Olhei para o meu lado, o rei não estava. Por incrível que pareça, eu estava deitada sobre a cama, mas parecia que ele não havia deitado. O silêncio dominava o quarto. Me sentei devagar, sentindo dores por todo o meu corpo, me olhei e observei que estava apenas de peças íntimas e o corpo marcado por mordidas....

...— Maldito seja. — praguejei me levantando, e caminhei até o banheiro....

...Eu fiz minha higiene matinal, sentindo a água morna percorrer meu corpo dolorido. Pelo menos ele não se aproveitou de mim, e me fez dele. Menos mal. Fechei os olhos, enquanto eu passava o sabonete, minha mente me lembrava da intensidade daqueles olhos amarelos, das mãos firmes que apertavam minha cintura, mantendo meu corpo colado ao dele. Um calor estranho me envolveu completamente....

...Saí do banho e vesti uma roupa qualquer que encontrei no closet. Por curiosidade andei vasculhando as coisas dele, e prestei atenção em suas roupas sociais. Pelo menos ele está tentando se adaptar ao modernismo....

...Observei um quadro de foto, na mesma estava ele e uma mulher muito linda, eu não sei ao certo quem ela é. Mas pelo seu sorriso na foto, talvez fosse alguém muito importante em sua vida....

...Deixei tudo no lugar, e sai do quarto....

...Ao descer, percebi que o rei Lambert já estava na sala. Ele me lançou um olhar frio, como se nada daquilo importasse para ele. O silêncio era desconfortável, mas eu não tinha coragem de quebrá-lo....

...— Pensei que a bela adormecida não iria acordar agora. Toma seu café e vamos até a casa do meu irmão. Preciso resolver alguns assuntos importantes com ele.— Disse sem me olhar, estava focado em um jornal....

...— Não tenho nada para fazer lá. — falei rude....

...— Parece que você perdeu a noção do perigo. — disse simplesmente....

...— Não, não perdi. Apenas estou dizendo que eu não vou e ponto final. — o desafiei....

...Agora ele parecia irritado e seu olhar penetrante encontrou o meu....

...— Você acha que pode me desafiar, humana? — disse ele com um sorriso irônico....

...— Não me importo com suas regras, rei vampiro. Não sou sua típica escrava obediente. — respondi, encarando-o com determinação....

...Eu queria que ele me matasse, assim eu sairia daquele Maldito inferno....

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