Brigas e reencontros

REBEKAH: ainda diz isso com tanta naturalidade, EU VI VOCES DOIS, E NA SUA CAMA.

LEO: você não esperava que eu fosse ate a casa dela né?

REBEKAH: como você pode ser tão sínico, EU NÃO TENHO VOCAÇÃO PRA SER CORNA.

LEO: eu já dispensei ela, quando casamos isso não vai acontecer.

REBEKAH: quem disse que eu vou me casar com você?

LEO: eu disse.

REBEKAH: pois bem, isso não vai acontecer eu lhe garanto, eu não aguento nem olhar pra sua cara, SEU NOJENTO – ela se levanta da cama e fica me olhando.

LEO: olhar como você falar comigo, você estar na MINHA CASA.

REBEKAH: não seja por isso – ela vai ate o guarda roupa, pega uma roupa e se troca no banheiro e aparte daqui eu me odeio – não preciso da sua casa.

 LEO: aonde vai?

REBEKAH: NÃO TE INTERESSA.

LEO: EU SOU SEU NOIVO.

REBEKAH: deixou de ser depois do que aconteceu – ela sair do quarto furiosa e eu saio atrás continuando nossa briga na sala onde tínhamos uma pequena plateia – me deixar em paz.

LEO: você não pode simplesmente ir embora.

REBEKAH: só não posso, como estou indo agora.

LEO: quando se acalmar você vai acabar voltando então conversaremos civilizadamente e vamos esquecer toda essa historia.

REBEKAH: VAI PRA MERDA – ela pega um vaso e jogar em minha direção, felizmente ou infelizmente para alguns eu conseguir desviar no ultimo segundo, e no momento seguindo eu só escuto o estrondo da porta da casa se fechando e quando eu olho ela não estar mais aqui, estou com tanta raiva que descontei em outro vaso.

LEO: MERDAAA.

FERNANDO: não desconte suas mancadas no vaso, o único culpado aqui é você e eu espero que você saiba a gravidade da situação que você criou meu filho. Pense mais com a cabeça de cima, isso vai te ajudar sabia?

LEO: eu sei pai, e essa é uma das maiores mancadas da minha vida.

...(REBEKAH)...

Fechei a porta com força e sair correndo da casa sem saber pra onde estava indo, pois as lagrimas deixavam minha vista bastante embaçada, quando resolve para de correr já tinha entrado na floresta e por mais medo que tivesse não iria voltar, bom só se fosse para quebrar a cara daquele IMBECIO.

Andei a manhã toda e me sentei pra descansar, ao anoitecer já havia comido muitas frutinhas então estava de barriga cheia, mas agora estava mesmo era com sede, graças ao silencio que se instalava na floresta eu pude escutar um barulho de água caindo, seria uma cachoeira?

Me levantei e andei ate chegar a um riacho, era calma e pacifico, mas por debaixo daquela superfície calma se tinha uma correnteza muito forte, uma verdadeira armadilha para os desavisados assim como eu, sem imagina tal coisa decide entra para me refresca, cheguei perto e molhei meu pé e constatei que a temperatura estava muito agradável e seria uma tentação não entrar, então seguir em frente e entrei na água de roupa e tudo sem me importar se ficaria toda ensopada depois.

A cada passo eu me sentia muito bem, afinal a água estava maravilhosa, e entre um estante e outro a correnteza ficou mais forte, bem mais forte do que eu poderia aguentar e estava sendo levada ao poucos, o desespero me tomou a consciência e antes mesmo que pudesse pensar em algo para tentar me salvar, cair da cachoeira e minha única ideia foi agarrar o meu colar, e com o choque do meu corpo na água acabei apagando, sorte minha que a correnteza me levou ate a margem e eu voltei a respirar, mas não tinha forças para me levantar, meu corpo todo doía por causa do impacto.

...(LEO)...

A hora do almoço já havia passado e nada da rebekah voltar pra casa, comecei a ficar desesperado e ficava imaginando pra onde ela teria ido? Sai de casa e comecei a procurar por ela na aldeia, mas não a encontrei e seu cheiro estava começando a se perder no ambiente e então minhas esperanças aumentaram, pois um dos moradores disse que a tinha visto ela correr para um certo lado da floresta, aquilo me alegrou em partes por que o lado para o qual ela foi é onde temos a fronteira com a alcateia do pai dela e isso não estava me cheirando muito bem, voltei pra casa e contei para o meu pai e pra Laura o que eu tinha descoberto, papai ficou furioso por eu ter provocado isso e a Laura começou a chorar sendo confortada por ele.

FERNANDO: torça pra ele não encontrar ela primeiro, por que se não nós nunca mais a veremos e você sabe disso – corri para o quarto e arrumei uma bolsa para sair à procura dela, chamei o Miguel e o Thomas, eles já estavam na sala me esperando quando eu desci.

LEO: estão prontos?      

THOMAS: já nasci pronto.

MIGUEL: estou pronto.

Me despedi do meu pai e nós três adentramos a mata, eu estava muito nervoso e preocupado afinal era tudo culpa minha, eu devia ter aquietado o meu facho e ficado sossegado ate o casamento, mas isso não aconteceu e agora ta tudo uma droga.

MIGUEL: seria uma hora muito ruim para dizer que eu avisei?

LEO: acredite é uma PÉSSIMA HORA.

THOMAS: vamos acalmar os ânimos, ta bom? Temos que nos concentra em achar ela e não decide quem tinha razão sobre o que.

MIGUEL: tem razão, desculpe Leo.

LEO: tudo bem, eu também estou estressado com tudo isso.

Adentramos a floresta e conseguimos com um pouco de esforço seguir o mesmo caminho que ela ou tentar, pois o seu cheiro estava muito fraco. Ao anoitecer paramos para descansar ao lado de um riacho que era onde o cheiro dela estava mais forte.

THOMAS: ela passou por aqui faz pouco tempo.

MIGUEL: será que ela entrou no riacho para se banhar e foi levada pela forte correnteza?

LEO: eu não quero nem imaginar essa possibilidade.

THOMAS: mas pode ter acontecido.

MIGUEL: e se aconteceu, sinto muito.

THOMAS: ou ela morreu com a queda.

MIGUEL: ou foi levada ate a margem e pega pela alcateia do pai.

LEO: as duas opções são horríveis, mas eu quero acreditar mais na segunda, por ela estar viva.

MIGUEL: não por muito tempo, esqueceu que o pai a deu como oferenda?

LEO: não esquece e espero que ela fique bem.

...(REBEKAH)...

Não sei quanto tempo passei largada na margem, mas sabia que estava piorando e pioraria ainda mais se continuasse ali, então tentei me arrastar para tirar minhas pernas da água, mas estava bem difícil e eu estava para já desistir quando me senti sendo observada e parei de me mexer.

??: matamos ela? – meu corpo todo entrou em alerta com essa pergunta.

??: não, ela é só uma garota perdida e ferida, vamos levá-la.

??: mas Théo não sabemos quem ela é, não podemos fazer isso.

THÉO: ela me parece familiar, então vamos levá-la e eu vou cuidar dela.

??: sim, senhor.

Eu sinto eles se aproximarem de mim, eles me tiram da água e um me pegar nos braços gentilmente para não me machucar mais do que já estava no momento, aos poucos eu abrir os olhos e encarei seu rosto iluminado pela luz da luz.

THÉO: ola, vejo que estar um pouco mais consciente agora, me chamo Théo e vou cuidar de você, poderia me dizer qual o seu nome?

REBEKAH: Rebekah.

THÉO: lindo nome é o mesmo da minha Irma mais nova que não vejo há dezesseis anos, mas essa informação não é importante para você. Me diga o que você apertar ai com tanto vontade?

REBEKAH: é um colar que meu irmão mais velho deixou pra mim, segundo a minha mãe ele entregou no dia que ela fugiu de casa, e eu carrego comigo desde que ela me contou a historia e me deu colar.

THÉO: você lembrar do seu irmão?

REBEKAH: não, eu só tinha um mês de vida quando isso aconteceu, então não lembraria de nada mesmo que quisesse.

THÉO: eu também um colar para a minha Irma antes dela sumir com minha mãe e eu fiquei aqui, mas não a culpo por que eu sabia que era necessário que elas fugissem, e nunca guardei rancor disso, mas eu sonho que algum dia vou poder encontrar a minha Irma de novo e ver como ela cresceu.

REBEKAH: nossas historias são muito parecidas.

THÉO: agora que você falou, também acho.

REBEKAH: qual o nome da sua mãe?

THÉO: Laura.

REBEKAH: a minha também se chamar Laura.

THÉO: coincidência demais.

REBEKAH: como era o colar que você deu a sua Irma?

THÉO: o pingente era um arco de metal e dentro tinha a lua na forma minguante e também tinha o símbolo de uma pegada de lobo gravada na lua.

Depois que ele me relatou como era o colar que tinha dado a sua Irma a minha cabeça estava a mil de tão feliz naquela hora por ter tão perto de mim o meu irmão, tirei a mao que tampava o meu colar e mostrei a ele, era igualzinho ao que ele tinha me falado, e vi com prazer um sorriso gigante aparecer em seu rosto.

THÉO: é você.

REBEKAH: acho que sou.

THÉO: nossa mãe te falou mais alguma coisa?

REBEKAH: falou que você tinha seis anos na época e que ela fugiu por que o nosso pai ia me sacrificar como oferenda.

THÉO: é verdade, mas vamos deixar isso pra lá, estou tão feliz que te encontrei de novo.

REBEKAH: eu também.

THÉO: nosso pai não pode saber que você estar viva e muito menos que eu te encontrei.

REBEKAH: eu sei, o que faremos?

THÉO: você será só uma moça que eu encontrei caída na margem da cachoeira, uma moça humana e desacordada.

REBEKAH: acho bom.

THÉO: e para ele não desconfiar de nada vou te chamar de Diana aparte de agora.

REBEKAH: Diana, certo.

THÉO: estamos quase chegando na aldeia, quero que tire o colar e me der.

REBEKAH: por quê?

THÉO: por que eu tenho um igual e ele pode desconfiar, depois eu te devolvo e se ele perguntar eu acabei de te dar.

REBEKAH: combinado.

THÉO: bom, Diana, bem vinda a minha casa.

REBEKAH (DIANA): é bonita.

THÉO: finja que estar desacordada quando entramos.

REBAKAH (DIANA): certo.

Ele andou mais um pouco e já estávamos em frente a casa principal, ele bateu e pouco tempo depois um homem apareceu e eu fingir que continuava desacordada.

??: finalmente chegou Théo.

THÉO: desculpe pai.

??: e essa moça nos seus braços?

THÉO: eu a encontrei na cachoeira, eu acho que ela caiu.

??: é humana?

THÉO: é sim.

??: por que não a deixou lá? não é nossa obrigação cuidar de humanos insignificantes.

THÉO: mas eu gostei dela.

??: ta bom, mas quando ela melhora você vai levar ela de voltar.

THÉO: ta bom.

??: agora vá logo que ela não me parece bem. Eu vou sair agora e só volto semana que vem.

 THÉO: certo, cuidarei de tudo por aqui.

??: eu sei que vai.

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