Fuga e chegada

Depois que fugir com minha filha passei um dia inteiro andando e pensando no filho que eu havia deixado para trás, isso me deixar com um enorme aperto no coração ao lembrar daqueles olhinhos brilhantes me observando e pedindo silenciosamente para ir comigo, mas eu não podia trazer ele e isso me quebrava por dentro e espero que quando ele tenha se tornado um homem nós possamos nos encontrar e tirar todo o atraso entre mãe e filho que eu vou deixar, não tenho medo dele ficar rancoroso comigo por que mesmo com a pouco idade que tinha ele já entendia a decisão que tinha tomado e aceitou ficar.

A despedida foi a parte mais triste e fofa que eu já havia presenciado, enquanto eu arrumava a bolsa ele segurava a Rebekah em seus pequenos braços, e mesmo sabendo que ela ainda não o reconhecia como irmão, ele se despediu com poucas palavras, essas ainda presentes na minha memória.

(FLASH BLACK ON)

THÉO: minha irmãzinha, você vai crescer sem mim, mas tenho certeza que vai se tornar uma bela e corajosa mulher, mas eu sempre estarei pensando em você minha pequena rebekah - aquelas palavras ditas por uma criança tão inocente aos 6 anos foi o suficiente para me fazer chorar - tudo bem mamãe?

LAURA: sim querido - eu pego a rebekah de seus braços e deposito um beijo em sua testa - vá dormir que já estar tarde.

THÉO: antes eu quero dar um presente para a rebekah - ele corre ate a sua gaveta e volto logo depois com um colo em mãos, me entregando - aqui mamãe, quando ela crescer e souber da verdade será a hora certa para entregar.

LAURA: vou entregar sim, eu prometo que ela saberá o irmão maravilhoso que ela tem e vocês irão se encontrar no futuro, eu garanto - ele chega mais perto e dar um beijo no rostinho da rebekah e vai se deitar na cama, eu ajeito uma ultima vez o seu cobertor e lhe dou um boa noite, eu espero ele dormir para ir embora.

(FLASH BLACK OFF)

Ao longe eu avisto a aldeia e agradeço aos céus por ter conseguido encontrar, pois já estava muito cansada e não aguentaria andar por muito mais tempo e poucos minutos depois eu já havia chegado perto o suficiente para que os vigias viessem ate mim.

??: quem é você?

LAURA: sou a Laura, o Fernando já deve ter falado de mim para vocês.

??: falo sim, mas como podemos ter certeza que você é quem diz ser?

LAURA: chame ele, ele ira me reconhecer.

??: chamem o alpha, rápido - não precisei espera por muito tempo, pois logo o Fernando apareceu.

FERNANDO: deixem-na passar, olá Laura, que menina mais linda.

LAURA: Obrigada, como esta o seu filho?

FERNANDO: ótimo, mas vamos ao que interessa você e sua filha estão seguras aqui, vão ficar na minha casa junto comigo e minha família.

LAURA: Obrigada novamente por nos acolher.

FERNANDO: de nada, e afinal somos amigos e devemos nos ajudar sempre que necessário, venha vamos entrar, o Leo já tem dois anos acreditar.

LAURA: o tempo passa rápido.

FERNANDO: passou voando - entramos na casa principal e somos recebidos pela sua esposa e seu filho que estava agarrado em uma das pernas de sua mãe - meu amor deveria estar deitada descansando.

VERA: eu não perderia a chegada da futura sogra do meu filho.

LAURA: isso ainda vai demorar tanto Vera.

VERA: eu já sonho com esse casamento desde que você nos pediu ajuda.

FERNANDO: ela não fala de outra coisa, enquanto isso o Leo não falar nada ainda.

LAURA: ele não aprendeu a falar?

VERA: nenhuma palavra, eu tento o dia todo e nada.

FERNANDO: bom, você deve estar cansada, venha vou mostrar o quarto em que você e sua filha vão ficar, e não se preocupe lá já tem um berço para você acomodar a pequena Rebekah.

LAURA: obrigada.

VERA: querida, não precisa agradecer, só descanse você parece exaltar.

O Fernando me levou ate o primeiro andar da casa e me mostrou o quarto em que eu irei ficar, logo depois ele me deixou sozinha para me acomodar melhor, dei banho e alimentei minha filha a pondo no berço para ter uma merecida noite confortável.

Eu estava precisando de um banho também, então adentrei ao banheiro maravilhoso daquele quarto e tomei um banho de banheira relaxante, limparia ate a alma se fosse possível, terminei a contragosto por que a água estava perfeita, mas o sono estava vencendo a vontade de ficar ali, me enrolei na toalha e voltei pro quarto dando de cara com a cena mais linda que eu já vi, o Leo estava do lado do berço olhando para a Rebekah enquanto fazia carinho em sua cabecinha.

LAURA: oi Leo, ela é linda né? - ele só mexeu a cabeça confirmando - ela se chama Rebekah.

LEO: kah.

LAURA: Rebekah.

LEO: Re...bekah.

LAURA: ISSO você falou direitinho... pera, você acabou de falar?

LEO: Rebekah - nesse momento a porta do quarto é aberta.

VERA: se instalou bem, Laura? Meu filho o que faz aqui?

LAURA: estou ótima e o quarto é perfeito.

LEO: Rebekah.

VERA: a primeira palavra dele, ai que lindo. AMOR CORRE AQUI - de repente avistamos o Fernando correndo e pulando alguns degraus da escada e ele quase dar um beijo no chão - cuidado, amor.

FERNANDO: então o que houve?

VERA: calma, respire e está tudo bem aqui.

FERNANDO: então por que me chamou com tanta urgência? Subir que nem um doido e quase me lasquei no chão pra nada.

VERA: o Leo falou sua primeira palavra.

FERNANDO: ele falou papai?

VERA: nem um pouco convencido você, mas não, ele não falou papai.

FERNANDO: então foi mamãe?

VERA: também não.

FERNANDO: oxi, e foi o que então?

LEO: rebekah?

FERNANDO: ah, agora eu entendo - esse meio tempo eu já tinha retornado ao banheiro e me vestido para dormir - bom, acho que a Laura quer dormir, vamos Leo.

LEO: rebekah.

FERNANDO: eu sei, e ela vai estar aqui amanha, não se preocupe - o Leo se despediu da rebekah com um carinho e foi ate o pai levantando os braços pedindo colo e logo sendo atendido por ele - boa noite Laura.

VERA: boa noite, querida - nesse momento a Vera teve uma leve tontura e eu a segurei bem a tempo - obrigada, já estou bem.

FERNANDO: amor, falei que não devia ter levantado.

LAURA: vamos eu te ajudo - a acompanhei ate o quarto enquanto o Fernando botava o Leo pra dormi - se sente melhor?

VERA: estou bem, já passou.

LAURA: isso não é normal e você sabe, me fale o que estar acontecendo.

VERA: estou doente.

FERNANDO: você estar muito doente.

VERA: não exagera.

LAURA: tem que se cuidar.

VERA: não posso fazer nada.

FERNANDO: não podemos ir para um hospital, se tirarem sangue dela...

LAURA: vão ver que as células são diferentes.

VERA: exatamente, e eu não quero ser estudada quando morrer, nosso DNA deve continua inexistente para os humanos normais.

LAURA: eu entendo e concordo, mas não tem ninguém aqui que seja formado?

FERNANDO: formado não, e mesmo se estivesse não temos estruturas pra isso, ainda estamos começando a construção.

LAURA: vocês tem alguma ideia do que seja?

FERNANDO: suspeitamos de câncer.

LAURA: mas não podem afirmar com certeza?

FERNANDO: como ainda estamos no inicio da construção, ainda não possuímos o equipamento necessário.

LAURA: então descanse Vera e boa noite.

Saio do quarto fechando a porta com a cena mais fofa acontecendo, o Fernando se deitar e a levar para os seus braços deixando a cabeça dela repousar no seu peito enquanto acariciava seus cabelos carinhosamente, e com esse momento na memória volto para o meu quarto e caio no sono ao deitar em minha cama.

Ao acordar vejo que a Rebekah já está com os olhinhos bem abertos e abservando todo o quarto novo e mexendo todo o corpinho como se quisesse sair do berço sozinha, saio dos meus devaneios quando ouso pequenas batidas na porta e logo me levanto para atender, e quando olho pra baixo vejo o Leo.

LAURA: olá Leo, você acordou cedo rapaz.

FERNANDO: então você estar aqui garoto, desculpe, Laura, ele te acordou?

LAURA: não, eu já estava acordada quando ele bateu na porta.

FERNANDO: vamos Leo, depois você olhar a bebe.

LAURA: vamos fazer assim, eu vou tomar banho e ele fica olhando ela enquanto isso, o que acham?

FERANDO: ta bom, eu fico aqui para ficar de olho neles.

LAURA: ta bom - eu os deixei no quarto junto com a Rebekah e fui tomar meu banho, quando volto ate a Vera já estava enchendo minha filha de mimos - rsrs.

VERA: parece que a mamãe apareceu, vamos indo rapazes elas precisam de privacidade.

A Vera coloca a Rebekah de voltar no berço e puxa os homens da casa para fora do meu quarto e fechar a porta logo em seguida, me arrumei e dei um banho na Rebekah a deixado bem cheirosa e então descemos para tomar café, no qual todos estavam a nossa espera.

(CINCO ANOS DEPOIS)

Depois da Vera ter nos deixado para o câncer, o Leo se fechou novamente e se calou pra todos. Bom só ate a Rebekah começar a falar aos dois anos e não parar de perturbar ele o chamando pra brincar, e apartir disso ele começou a falar novamente, devagar, mas tava falando, e hoje em dia esses dois são verdadeiros tagarelas.

REBEKAH: MAE, vamos eles estão esperando - ela saiu correndo pra sala e não me esperou, pois estava muito animada com o passeio de hoje que seria na floresta, cheguei na sala e todos estavam me esperando - finalmente mamãe.

LAURA: já estou aqui vamos apressada.

LEO: vamos Rebekah - o Leo todo animado pega na mao dela e a puxa pra fora da casa já impaciente - vamos papai.

FERNANDO: estamos indo, tenham calma.

LEO: quero mostrar a Rebekah como subir em uma arvore, ela pode subir também tia Laura?

LAURA: não sei, depende da arvore por que ela ainda é muito nova.

LEO: ta bom, vamos Rebekah, vou escolher uma bem fácil pra gente subir.

REBEKAH: ta bom.

Depois de sair de casa andamos um pouco ate entramos na floresta, seguimos por uma trilha bem conhecida e iluminada pelo sol, passamos por uma clareira vastar e fomos ate o outro lado adentrando a floresta novamente ate que o Leo escolhe uma arvore.

LEO: pode ser essa tia?

LAURA: pode.

LEO: vamos Rebekah, suba.

REBEKAH: Não quero, essa arvore é grande demais.

FERNANDO: por que não tenta.

LAURA: estaremos aqui querida, não se preocupe se cair vamos te segura.

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