A imagem do banco

TEMPOS DEPOIS...

GABRIEL: Pai, o senhor precisa tirar aquela mulher dessa agência (falo entrando na sua sala)

FELIPE: O que foi agora Gabriel? (falo já irritado)

GABRIEL: Os clientes reclamam dela pai, sempre aparece alguém pra dizer que ela está tirando dinheiro das pessoas e cobrando deles

FELIPE: O que importa é o que a gente sabe Gabriel, ela não cobra de ninguém, eles dão de bom grado

GABRIEL: Mas que inferno, pra isso temos funcionários, porque não acaba logo com essa vergonha dentro do banco pai?

FELIPE: Gabriel por favor, deixe a Laura em paz, porque é tão difícil pra você fazer isso? Ela já está aqui a meses e nunca fez nada que a envergonhasse, eu achei que você já tinha percebido isso

GABRIEL: Certo pai, eu não vou mais tocar no assunto (saio e vou até Laura)

Escuta garota (a puxo pelo braço)

LAURA: O que é isso? (puxo meu braço)

GABRIEL: Venha a minha sala (saio e ela me segue)

LAURA: Aconteceu alguma coisa?

GABRIEL: Quero que a partir de amanhã você não volte mais aqui

LAURA: Vou falar com seu Felipe (tento sair e ele me impede)

GABRIEL: Você não vai falar com ninguém (seguro seu braço) você vai sumir daqui

LAURA: Porque você me odeia tanto?

GABRIEL: Apenas vá embora Laura, sem perguntas

LAURA: Você acha que a vida é fácil assim né? (o encaro) Claro, você sempre foi um filhinho de papai, um playboy que sempre teve tudo nas mãos, você nunca precisou se preocupar com nada porque você trabalhando ou não você teria tudo que quisesse... você quer que eu desista daqui com uma mãe doente pra comprar remédios, um irmão pequeno e uma faculdade prestes a terminar, quer que eu destrua meu futuro e passe dificuldades com minha família por causa de um capricho seu, porque algo não está como você quer? Você é mesmo muito medíocre senhor Gabriel (encho os olhos de lágrimas)

GABRIEL: Escuta aqui Lau...

LAURA: ESCUTE AQUI VOCÊ... eu não saio daqui até que o senhor Felipe mande, então esquece que eu existo e me deixa em paz (saio da sala chorando)

LIVIA: Laura? Está chorando? O que fazia aí? O que aquele moleque fez agora?

LAURA: Não foi nada dona Lívia, não se preocupe, eu só estou cansada (sigo pro caixa)

LIVIA: O que você fez com a Laura, Gabriel? (entro na sala)

GABRIEL: Ela já fez minha caveira pra você? (falo sem a olhar)

LIVIA: Não seja insolente, ela nem quis me contar o que aconteceu, eu que a vi chorando saindo daqui

GABRIEL: Eu mandei ela sumir dessa agência

LIVIA: Ainda com isso Gabriel, meses se passaram e você ainda com isso? Quer saber, eu desisto, você não merece nem a amizade de uma moça como a Laura

GABRIEL: O que está insinuando mãe?

LIVIA: Que você não enxerga um palmo do seu nariz, eu não te criei assim, não estou te reconhecendo... O que te faz perseguir tanto a Laura?

GABRIEL: Eu só quero preservar a imagem do banco e a nossa também como administradores

LIVIA: (suspiro fundo) Tchau Gabriel

LAURA: Ingrid, eu vou indo tá? terminei aqui (falo triste)

INGRID: Tá amiga, vai lá, mais tarde nos falamos

LAURA: Beijo (me aproximo dela e sinto uma tontura e não vejo mais nada)

INGRID: LAURA (ela ia cair mas Gabriel chega e a segura)

GABRIEL: O que aconteceu? (a pego no colo)

INGRID: Ela não teve tempo nem pra beber água hoje, deve ser fraqueza, e esse calor que nem o ar condicionado vence... ou quem sabe pressão psicológica né? (o encaro com raiva)

GABRIEL: Vou levá-la a minha sala (saio) Chego na minha sala com ela no colo e observo o quanto é linda... pego um álcool e passo no seu nariz...

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