Abro os meus olhos e encontro os dele bem próximos de mim. Ele se aproxima mais um pouco, quase tocando os nossos lábios, mas eu fico parada, sem saber o que fazer.
Minha mente grita "não", manda sair daqui correndo, mas o resto do meu corpo não obedece ao comando. Minhas pernas não se mexem, e meu coração parece que vai sair pela boca.
Ele leva seus dedos até o meu queixo, fazendo-me erguer o meu rosto, e enfim, seus lábios tocam os meus. Fecho os meus olhos, sentindo aquele carinho de lábios. Sua língua entra em minha boca em busca da minha língua, e ao tocar a sua, minha pele toda fica arrepiada.
Uma dança sincronizada acontece; nossas línguas dançam perfeitamente juntas. Sinto suas mãos em minha cintura, colando mais os nossos corpos. Levo minhas mãos ao seus peitos, querendo empurrá-lo para longe, mas não consigo, não tenho força para isso.
Ele termina o beijo com um selinho no final, colando as nossas testas. Abro meus olhos lentamente e encontro os dele olhando para mim com ternura.
— Eu sou um monstro, sou o pior homem que você já conheceu na vida. Tem coisas que eu já fiz que me arrependo muito, e se eu pudesse, voltaria no passado só para consertar, mas há coisas que não, há coisas que fiz e, se tivesse oportunidade, faria de novo.
Fico calada, apenas ouvindo seus desabafos. Ele leva as duas mãos ao meu rosto, e o levanta, iniciando mais um beijo carregado de carinho.
— Você é como um anjo, e eu como o demônio. Não posso fazer isso com você, não posso te prender a mim desse jeito, mas eu quero. Eu não posso deixar você escapar da minha vida. Só peço que confie em mim; muitas coisas irão acontecer, mas quero que confie em mim, pois farei tudo pelo seu bem.
— Tipo o quê? — Ele fica calado por um tempo, apenas olhando para os meus lábios.
— Eu vou casar... — Ele é interrompido pela empregada chamando seu nome e informando que o advogado dele chegou com o juiz. — Vamos descer; depois conversamos mais.
Balanço a cabeça concordando, e André se levanta para irmos. Olho para o quarto e vejo que o Nando ainda dorme. Ele chorou tanto que acabou dormindo. Ao chegarmos na sala, dois homens nos cumprimentam, apresentam-se, e nos sentamos no sofá.
— Bom, legalmente, o Fernando Medina Killer é seu filho, como a sua esposa morreu, poderemos sim passar a guarda dele para a senhorita Virgínia Felix.
— Ótimo, quero que seja passado para ela, tanto a guarda do Nando quanto tudo que eu tenho. Caso eu morra, ela não tenha que se preocupar com nada, pois herdará tudo.
— Então será em comunhão? — Ele balança a cabeça para o juiz, concordando.
— Como assim? — pergunto sem entender completamente o que está acontecendo ali.
— Depois eu te explico, agora vamos assinar a guarda do Nando, ok? — concordo com a cabeça, e ele pega a folha, assina e me passa. Posso ler perfeitamente seu nome: Alessandro Medina Killer. "Killer" é assassino em inglês, e isso me traz um arrepio nas costelas.
Olho para ele, e ele balança a cabeça para que eu assine; então, faço isso, assino meu nome e entrego para o juiz. Ele se levanta, despede-se de nós. Alessandro os leva até a porta de saída, e agora percebo que não li nada daquele papel, exceto o nome dele.
Ele volta e pega as minhas mãos, juntando as duas e dá um beijo nelas. Seu sorriso ilumina tudo, e ele chama todas as empregadas da casa para dizer que eu sou a nova dona.
— Para que isso?
— Você é a mãe do Nando agora, então, terá que ser tratada assim; se ele é o herdeiro, você é a rainha. Não se preocupe, como eu disse, vai ser tudo no seu tempo. Como havia te prometido, vou ganhar o seu coração primeiro, depois as coisas vão se ajeitando com o tempo, está bem?
Eu aceno com a cabeça, concordando com o que está sendo dito, mas uma sensação de desconforto se instala em mim, uma desconfiança que não consigo ignorar. Afinal, tudo isso parece um pouco demais, um pouco fora do comum. Ser a mãe adotiva do Nando, por mais que seja uma responsabilidade e tanto, não deveria me conferir tanto poder, tanta influência. Então, por que ele está agindo dessa maneira? Por que ele está me dando tudo isso assim, como se eu fosse a dona da casa?
A situação toda me deixa perplexa, fazendo-me questionar as intenções por trás de suas ações. Eu me pergunto se há algo mais nisso, algo que eu não estou vendo.
Ele me guia com a mão de volta para o corredor dos quartos e abre uma porta para que eu entre. Lá, vejo um quarto lindo, todo delicado, como se fosse feito para um anjo.
— Este será o seu quarto, pois sei que não vai querer dormir comigo, não é, ou vai?
— Não, quero dizer, prefiro dormir aqui. É muito lindo esse quarto. — Fico nervosa, falando quase gaguejando, e ele sorri com minha reação.
— Não se preocupe, eu entendo você. Fique à vontade, depois conversamos melhor. Precisamos acertar os pontos para irmos na casa dos meus pais. Eles serão bem detalhistas, vão tentar encontrar a mentira em nós, mas vamos ser perfeitos.
— Não acho certo mentir. Não somos casados, não é melhor falar a verdade?
— Ah, não, não é. Eu não quero que eles inventem de arranjar outro casamento para mim. Eu tenho uma missão, e só vou descansar quando conseguir alcançá-la.
— Missão?
— Sim, ganhar o seu coração. Enquanto esse coração não for meu, eu não vou descansar, e tenho certeza absoluta de que vou te transformar na minha esposa. Então, por que vou aceitar a esposa que eles têm para me oferecer, se eu quero você?
Sabe quando você não tem o que falar? Pois é, estou passando por isso agora. Nem abro a minha boca porque não tem nada para sair. Ele sorri para mim, se debruça, me dando um selinho na boca, e sai do quarto.
Meu Deus, será que estou preparada para isso?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 62
Comments
Imaculada Nova Messias
Não leu mesmo mas de certa forma o Alê te disse lá em cima do que si tratava vi
mesmo não SENDO totalmente sincero mas disse ❤💍❤💍
2025-02-17
0
Maria de Fatima Chaves
Kkk tadinha nem sabe onde entrou kkk
2025-01-27
0
Imaculada Nova Messias
credo vi é so o sobre nome dele si tem este significado é estranho mas aceitável não acha 🤔🥰
2025-02-17
0