Quem é o engomadinho?

David

Depois que a Thalia foi atrás de um garçom qualquer, fico sozinho, logo vejo o meu pai se aproximando de mim, ele está acompanhado por um outro homem.

— Frank, esse é o meu filhão, David. — disse batendo com força no meu ombro, com uma de suas mãos.

— Muito prazer, David. — disse estendendo a sua mão para me cumprimentar.

— Muito prazer, Frank. — falei apertando a mão dele.

— Cadê a sua noiva? — meu pai perguntou procurando pela Thalia.

— Ela foi ao banheiro. — falei a desculpa mais óbvia, afinal, eu não podia dizer que a minha noiva tinha ido atrás do garçom.

— Ótimo! Vem filho, vamos conversar sobre negócios? — disse me puxando pelo braço.

— Pai, tenho que esperar a Thalia, ela precisa me encontrar quando voltar. — falei tentando fugir do assunto chato que me aguardava.

— A sua noiva entenderá filho, venha, vamos? — disse me chamando com a mão.

Acabo indo mesmo contrariado. Vamos até uma sala, o meu pai senta em um sofá ao lado do Frank, enquanto eu me sento em uma poltrona.

— Então filho, acho que está na hora de você se tornar um homem de negócios. — disse sorrindo animado, enquanto me encarava.

— Pai, eu já falei que não vou trabalhar na sua empresa, todo mundo vai achar que só estou lá por ser seu filho. — disse tranquilo.

— Tá vendo Frank, como o meu filho é. — disse rindo.

— Sim estou vendo, mas não há problema nenhum em ser o filho do dono, você devia aproveitar esse privilégio. — um sorriso forçado se formou no meu rosto.

Na verdade o que não quero mesmo é trabalhar, acho isso um saco. Ter de acordar cedo, se preocupar com horários, Deus me livre!

— Não estou falando que vai trabalhar na minha empresa filho, estou falando em você ter o seu próprio negócio. — disse me encarando com um sorriso gigantesco nos lábios.

— Como assim? — eu perguntei confuso.

— O meu amigo Frank, está vendendo o restaurante dele, vou comprá-lo para você. — falou super. animado.

— Que legal. — disse desanimado, forçando um sorriso.

— É uma ideia ótima! Não é mesmo? — perguntou enquanto tocava o meu ombro.

— Ótima ideia pai. — disse mais uma vez forçando um sorriso nos lábios.

— Então Frank, isso significa que podemos fechar a compra. — disse encarando o mesmo.

— Ta certo! Me encontra amanhã no restaurante, David, as nove da manhã, vou estar lhe esperando no meu escritório.

— Claro!

Nove da manhã?… Esse velho só pode estar louco! Por que me odeia tanto Deus!

— Vamos brindar ao novo empreendedor da família? — meu pai falou pegando uma taça de vinho, Frank e eu fizemos o mesmo.

Depois os dois ficaram mais um bom tempo enchendo o meu saco, quando finalmente consigo sair daquela sala, respiro aliviado, olho o meu celular e já passa das duas da manhã, vejo também uma mensagem da Thalia, dizendo que já havia ido para casa, eu faço o mesmo.

Thalia

Assim que desperto no dia seguinte, vejo o David no closet, só de cueca, falando sozinho.

— Por que você está acordado tão cedo, David? — perguntei sonolenta.

— Me ajuda a escolher um terno? — disse vindo até mim.

— Terno para quê, David? — perguntei confusa.

— Aconteceu uma coisa horrível, thata.

— O que aconteceu?

— Ontem na festa, o meu pai me obrigou a conversar com um amigo dele chamado Frank, ele comprou o restaurante desse tal Frank para mim. Você acredita? — disse com cara, e voz de lamentação.

— Você está brincando? — falei boquiaberta.

— Gostaria muito de estar. — disse desanimado.

— Isso não vai dar certo. — falei já prevendo o desastre. O David não sabe cuidar nem dele mesmo, quem dirá cuidar de um restaurante.

— Claro que isso não vai dar certo thata, não sei fazer nada da vida, como vou conseguir tocar um restaurante?

— Você consegue, eu vou lhe ajudar. Vem... vamos escolher um terno bem masculino. — falei segurando na mão dele, indo até o closet. — Esse é lindo. — falei pegando um terno preto.

— Obrigado amiga, você é um verdadeiro anjo.

Solto um beijo no ar para ele, depois volto para a minha cama, pego o meu celular e me lembro do, Stefano. Foi tão gostoso ficar com ele ontem, por que não repetir mais vezes?

Vou na mensagem que ele me mandou no Instagram e envio outra para ele.

— Como estou? — David perguntou dando uma voltinha.

— Está um gato.

— Eu já vou indo, estou atrasado.

— Boa sorte!

— Obrigado. Quando eu voltar, quero saber tudo que rolou ontem.

— E o que rolou ontem?

— Não se faça de sonsa. Tchau beijo.

Troco mais algumas mensagens com alguns amigos, depois me arrumo e vou para academia.

Stefano

Chego no meu apartamento cansado, e apesar de não ter recebido por esse trabalho de hoje a noite, valeu a pena só por ter encontrado a Thalia novamente, essa mulher é tão linda, decidida e gostosa, essas atitudes dela estão me deixando ainda mais louco por ela, mas tenho que ir devagar, ela já deixou bem claro que sou só uma diversão, também sei que não sou homem para ela. Enquanto penso nos momentos maravilhosos que tive com a Thalia naquela cabine do banheiro sorrio feito um idiota, tiro a minha roupa e vou tomar um banho. Após o banho visto uma cueca box me deito na cama e acabo adormecendo.

No dia seguinte o meu celular desperta, desligo o alarme e abro o meu Instagram, vejo que tem uma mensagem da Thalia, o meu coração parece que vai sair pela boca, abro a mensagem.

“Eu te ligo”.

Dou um sorriso, pois sei que ela está dizendo nessa mensagem, que quer me encontrar de novo.

Estou no restaurante arrumando os últimos detalhes para abrir, quando vejo entrar pela porta da frente, o noivo da Thalia, ele não me ver, pois estou de costas, vou até o fofoqueiro do Dan com certeza ele sabe o que esse cara veio fazer aqui.

— Quem é o engomadinho?

— Ele é o David, o novo dono do restaurante, e nosso novo chefe.

— Ta brincando?

— Claro que não.

Volto ao meu trabalho, não acredito que o chifrudo do noivo da Thalia, vai ser o meu chefe.

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