Capítulo 2

Ele logo começou se vestir, ela abriu um áudio do irmão, começou rir conversando, Pedro estava ouvindo, falou curioso

- Que sorriso lindo. Você tem irmão? Nunca me disse!

Ela mostrou uma foto

- Tenho dois, eu sou apaixonada por eles, o Tatá é o do meio, meu xodó, um grude. Os dois são na verdade!

Ele disse que infelizmente era filho único, elogiou a mãe dela por ser jovem bonita, ela estava pegando a bolsa se preparando pra sair

- Obrigada, minhas mães são lindas, mais é uma longa história, minha mãe biológica faleceu quando eu era pequena e meu pai se casou de novo, com a minha mãe Kamile, que é incrível . A gente nunca conversou sobre essas coisas, eu não gosto de falar muito também, da minha vida mais íntima no trabalho. Sua mãe é linda também, eu sigo ela até, parece sua irmã.

Ele falou com desaprovação

- Eu não sigo, parei faz tempo. Ela realmente se comporta como se fosse minha irmã e gosta de ficar com os meus amigos.

Mais é uma longa história, que eu também não gosto de falar. Quer carona?

Eles estavam saindo, ela falou que não precisava, ele agradeceu pela noitada, foi tirando o carro, ela sorriu deu tchau, quando chegou na casa da mãe, viu uma mensagem que ele mandou, agradecendo por tudo e a convidando pra sair a tarde, ir na casa dele talvez, ela respondeu sorrindo

" Imagina, eu não poderia te deixar sozinho daquele jeito. Obrigada pelo convite, vou ficar uns dias com a minha família, mas a gente vê pra marcar, depois quando eu voltar !☺️ "

A mãe dela estava perto reparando

- Hummmm esse sorrisinho, eu conheço. E as novidades?

Ela começou rir

- Não é nada, só um carinha, que joga. Aquele novinho que comentei outro dia, provavelmente vai embora ano que vem, jogar fora do Brasil, estão falando super bem dele, vai decolar com certeza.

Alice a irmã adolescente se aproximou

- Tá namorando um novinho? Tem foto?

- Credo, você tem que namorar homem de verdade, apesar que, deixa eu ver logo.

Ela mostrou uma foto, a mãe perguntou se estavam ficando, ela disse que não, a irmã achou o insta dele

- Que gato, vou seguir. Se ele vai virar jogador famoso, então é legal, mais se a gente não gostar, você sabe.

O irmão se aproximou a abraçando

- Quando a gente gosta, ela larga, eu quero ser tio logo, você vai ser a encalhada até quando?

Ela deu risada, disse que precisava de tempo para decidir, a família toda era muito unida e complicada, Amara sempre foi pé no chão, esforçada e independente, saiu de casa aos dezessete para estudar, sempre teve boas condições financeiras e aproveitou ao máximo isso, para garantir o futuro.

Sem sucesso em seus relacionamentos, decidiu focar em si, estudos, carreira, fez duas faculdades, educação física, fisioterapia, sempre dançou desde os cinco anos e também era dançarina. Estava trabalhando como fisioterapeuta, preparadora física de atletas, a algum tempo, viajando acompanhando o time e não lhe faltavam propostas na sua área.

Seu temperamento difícil, ardido como uma pimenta, afastava os bons moços mais tranquilos e geralmente atraía os ardidos igual a si.

Sempre foi o orgulho da família e exemplo para os irmãos mais novos. Ela teve dois namoros sérios, um até virou noivado, mas não deu certo, o último foi a anos e difícil superar, desde então ela seguiu carreira solo.

Pedro foi pra casa injuriado, por não ter ficado com ninguém, estava deitado quando a mãe ligou o convidando pra ir almoçar com a família, os dois estavam meio brigados, ele a evitando a dias, acabou aceitando, passou pegar ela e foram ainda cedo.

O almoço seria na casa de um tio, toda a família estava reunida, Belinha estava sendo " rejeitada " na casa de João, ninguém estava apoiando aquele relacionamento.

Estavam indo para o almoço, ela e João a pé, era pertinho, quando estavam chegando, ela viu a Daia na calçada conversando com o seu pai o Edu, rindo muito, ela começou mexer no celular, fazendo uma ligação, o João estava distraído falando sobre eles dois, do quanto gostou de ficar com ela, do nada ela falou furiosa

- Cala a boca João! Sua vagabunda!

Daia tinha atendido o celular, ficou séria olhando para os lados procurando, o Edu desencostou do carro procurando, viram a Belinha chegando perto passando a rua os encarando séria, ele tocou a Daia sutilmente no braço

- Vai pra dentro!

Nem deu tempo, a Belinha falou alterada

- É com essa biscate que você tá traindo a minha mãe?

Edu se aproximou da filha a mandando parar, ela o empurrou querendo ir pra cima da Daia

- Vagabunda sua família sabe? Da piranha que você é?

Pedro estava no quintal, foi saindo

- Eeeee tá doida, falar assim com a minha mãe. Oque tá acontecendo?

Daia se aproximou dele tentando o por para dentro

- Não é nada, um mal entendido. Ela tá com ciúmes do Edu. Vamos entrar! Pedro entra!

Os outros foram saindo no quintal sem entender nada, o Pedro gritou com a Belinha

- Oque você falou? Vagabunda é você!

Ela retrucou quase apanhando do pai

- Eu não fico com homem casado, diferente dessa puta que a sua mãe é. Pergunta pra ela. Eu vou postar suas fotos pelada até nos quintos dos infernos vagabunda!

Ela levou um tapa do pai, Pedro empurrou a mãe que estava próxima o segurando

- Como que é? Você tá saindo com esse cara? É verdade?

Ela estava aos prantos pediu desculpas, perdão, insistindo tentando o segurar, levou outro empurrão caiu sentada, todos entraram no meio, fora de si o Pedro queria pegar o Edu, gritou com ela

- Vagabunda mesmo, eu tenho vergonha de você, traiu meu pai, dá pros meus amigos, só me envergonha. Sorte que a minha vó já morreu e não vê a puta que você é.

Ele não abaixou a cabeça pra ninguém, falou que ia embora e sumir no mundo, brigou com os tios, chorou de raiva.

Belinha que estava transtornada, revoltada com o tapa que levou, brigou com o João e já avisou que não queria mais nada com ele.

Foram embora as pressas, o clima ficou super chato na família, era difícil pra Pedro respeitar a mãe, pois quando o divórcio aconteceu, ele não era tão pequeno e soube, que a mãe foi infiel, o relacionamento dos dois não era nada bom, desde que a perda de Ivone.

Pedro ficou na casa dos padrinhos isolado o resto do dia, foi embora a noite, não podia sair pra festa porque tinha que ir treinar cedo no dia seguinte, querendo ficar com alguém, resolveu ligar para a Amara, foram nove chamadas perdidas, ela não viu o celular tocar, estava distraída com os irmãos.

Ele colocou o celular no silencioso, deitou pensando na Belinha, sentindo falta da amizade e tudo mais, estava cochilando quando ouviu barulho no portão, levantou achando que era a mãe, quando desceu as escadas deu de cara com a Belinha, ela tinha as chaves de lá, estava com cara de choro

- Oi, eu te liguei e mandei mensagem. Posso ficar aqui essa noite?

Ele se aproximou reparando nas coisas dela, malas

- Oi, eu estava deitado. Claro que pode!

Ela o abraçou

- Preciso de você.

Ele a pegou no colo

- Eu só queria te ver, fui dormir pensando em nós.

Ela o beijou ardentemente, foram para o sofá, começaram tirar as roupas um do outro com desespero, na hora h ela falou agarrada

- Senti sua falta, com você é sempre bom.

Ele perguntou olhando nos olhos

- Melhor que com ele? Terminou com o João?

Ela disse que sim, os dois tinham muita intimidade e química, transaram três vezes, era quase meia noite, ele estava tomando banho, a Belinha viu o celular tocando, abriu as mensagens da Amara, que estava preocupada, perguntando se tinha acontecido alguma coisa, porque ele ligou várias vezes, as mensagens tinham sido enviadas a horas, o interfone tocou, a Belinha correu atender, viu na câmera que era mulher, saiu de camiseta e calcinha, abriu o portão

- Oi

Amara já entendeu tudo

- Oi, o Pedro está aí? Está tudo bem?

Belinha foi irônica

- Você é quem mesmo?

Amara o viu saindo enrolado na toalha

- Do trabalho, dele. E você, a namorada imagino!

Muito simpática marcando território a Belinha sorriu

- Sim, quem mais seria? Entra. Ele está ótimo aliás, batendo um bolão como sempre.

Ele se aproximou meio sem jeito

- Oi Amara. Belinha entra, caramba vai ficar aqui desse jeito.

Ela entrou rindo, a Amara falou o encarando séria

- Porque me ligou? Tantas vezes?

Ele disse que queria conversar apenas, se desculpou, ela falou indo para o carro

- Da próxima liga pro seu psicólogo ou pro 188, apoio a pessoas solitárias. Eu fiquei super preocupada e larguei tudo, porque você não respondia e até hoje, nunca vi alguém ligar dez vezes, só pra conversar.

Ele tentou conversar e saiu na calçada, ela bateu a porta do carro, foi embora muito brava, super arrependida por ter sido tão legal.

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