Capítulo 16

Liliana: Quando ele me disse que queria me propor algo, eu nunca imaginei o que ele ia me pedir!

(a partir daqui me referirei ao duque pelo seu primeiro nome).

... Guilherme...

Sei que nos conhecemos há pouco tempo, poderíamos até dizer que somos completos estranhos.

Porém, eu realmente gostaria de convidá-la para ir comigo ao meu ducado.

Sei que vai soar bobo e ingênuo, principalmente porque acabamos de nos conhecer, porém quero dizer que gosto muito de você.

E também quero confessar que naquela noite no navio não foi um encontro casual.

Eu já tinha te visto antes, e desde o primeiro momento em que pus meus olhos em você...

Pensei que você era a mulher mais linda que eu já tinha visto.

Também pensei que seria uma pena que você já estivesse cansada, porque isso significaria que eu não teria nenhuma chance de ficar com você.

Gostaria de lhe pedir que se case comigo...

Liliana: Eu não acho que...

Guilherme: Sim, eu sei, você provavelmente vai dizer que é muito cedo, seja porque acabamos de nos conhecer ou porque você acabou de se separar do seu marido, ou pelos seus planos ao vir para este lado do mundo.

E quero dizer que quero ser eu a lhe mostrar tudo o que você quiser descobrir na vida, por favor, me dê essa chance.

Além disso, tenho certeza de que não sou tão indiferente a você, não acho que eu seja feio, então aceite.

Liliana: Claro que você não é feio, na verdade você é muito bonito, e eu não acho que eu esteja à sua altura.

Sou estéril e não poderei te dar filhos, e tenho medo de que um dia você me deixe por causa disso.

Assim como meu ex-marido fez, sinto que se acontecer de novo seria o meu fim.

Guilherme: Não acredito que você seja estéril, e mesmo que fosse, não me importaria.

Além disso, há muitas crianças sem pais, você não acha que adotar e fazer uma criança feliz é melhor, então adotar é uma boa opção?

Liliana: É fácil falar agora, mas todos os homens sempre desejam deixar sua própria marca no mundo, querem dar seus títulos a filhos de sua própria linhagem.

Guilherme: Sabe, minha mãe era uma mulher doente desde que nasceu, e mesmo assim, apesar de supostamente ela não poder engravidar por causa de seu corpo frágil, meu pai se apaixonou por ela.

Tanto que não importava para ele que ela nunca pudesse lhe dar filhos, porque para ele a única coisa importante era que a mulher que ele amava pudesse viver por muito tempo.

Por isso, passaram-se vários anos até que, por acidente, minha mãe engravidou.

E meu pai amava tanto minha mãe que ele não queria que ela me tivesse.

Mas minha mãe queria ser mãe, e meu pai faria qualquer coisa para fazê-la feliz, ele até se ofereceu para adotar para não arriscar a vida dela.

Liliana: Então você é adotado?

Guilherme: Não, não sou.

Minha mãe nunca aceitou o aborto, e meu pai jamais faria algo para fazer minha mãe sofrer.

Mesmo que isso significasse arriscar perdê-la.

E muitos anos depois ela engravidou novamente, e foi assim que minha mãe teve dois filhos, só que o último a deixou muito fraca e alguns anos depois ela nos deixou.

O que quero dizer é que eu sempre soube que meu pai teria preferido que minha mãe nunca tivesse engravidado, e não porque ele não nos amasse, minha irmã e eu, na verdade ele nos amava muito.

Meu pai não se importaria em adotar para ser pai.

Ele sempre dizia que pai não é quem gera, mas quem cria, então ele me ensinou essa ideia.

Ele também me aconselhou e me pediu para seguir em frente, para tentar me apaixonar, que o amor era algo a que todos temos direito, mas para encontrá-lo...

Levaria tempo e provavelmente cometeríamos erros, mas nunca devemos perder a esperança porque a felicidade está ao alcance de todos, somos nós que nos recusamos a procurá-la.

Quando meu pai morreu, ele me disse que já havia perdido a vontade de viver, mas que eu deveria encontrar meu próprio motivo para seguir em frente.

É por isso que viajei para o outro lado do mundo para encontrar esse motivo, nunca imaginei que o encontraria quando estivesse voltando para minha terra natal.

Então, por favor, me dê uma chance. Se você quer viver uma aventura e descobrir prazeres mundanos, deixe-me ser eu a lhe ensinar, prometo cuidar de você e protegê-la.

Também será uma maneira de você me conhecer, não perco a esperança de que com o tempo você se apaixone por mim e aceite se casar comigo.

Liliana: Eu não sei o que dizer, eu sei que eu disse que queria descobrir o que me foi negado, mas para ser sincera, eu não acho que tenho coragem suficiente para fazer isso.

Especialmente pela maneira como fui criada, sinto que se eu tentasse, estaria indo contra minhas crenças.

Além de não querer me arriscar a ser julgada.

De alguma forma, com você eu sinto confiança e acho que se for você, talvez, mas apenas talvez, eu possa dar esse último passo para romper as correntes que me prendem ao passado.

Mas também não quero que você perca seu tempo comigo porque talvez eu nunca possa corresponder aos seus sentimentos.

Guilherme: Isso não importa, pelo menos se não der certo, eu terei tentado, e não vou me arrepender.

Liliana: Você tem certeza do que está dizendo?

Guilherme: A questão não é se eu tenho certeza, é se você está disposta a se arriscar e me dar uma chance.

Eu vou te mostrar que existem muitos tipos de homens e que o homem com quem você estava foi apenas um tropeço que você deve esquecer porque existem muitos outros melhores esperando por você.

Não me responda agora, pense sobre isso, e quando você decidir, seja sim ou não, me diga.

Liliana: Obrigada por suas palavras, vou pensar sobre isso.

Depois de terem conversado sobre tudo, decidiram voltar para a festa e continuar aproveitando.

Mais tarde, quando Liliana já estava em seu quarto, que dividia com Liz, decidiu contar a ela, mas faria isso amanhã, pois por hoje já tinham sido muitas emoções, e ela estava cansada.

Então ela queria primeiro pensar por si mesma e depois pedir opiniões.

Ela sabia que precisava falar com alguém, mas não sabia com quem mais poderia fazer isso...

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