Capítulo 19 Conversa com o amigo

Karine vê que Gustavo saiu e entra no quarto.

— Como o senhor está seu Cláudio?

— Estou bem, filha. Quero pedir desculpas pelo comportamento do Gustavo.

— Magina seu Cláudio.

— Eu não sei o que aconteceu com ele, pois ele não é assim.

— Fica tranquilo seu Cláudio, e agora o senhor precisa descansar.

Gustavo chega em casa e vê as crianças e até brinca com elas, mas quando descobre que são filhos da Karine, fica bravo e diz que não é para as crianças ficarem lá, se Karine quiser trabalhar, ela que arrume uma babá. Dona Patrícia tenta acalmá-lo, mas é inútil, ele sobe para o seu quarto, toma um banho e se joga na cama.

Karine passa a noite no hospital e pela manhã quando dona Patrícia deixa as crianças na escola e vai visitar seu Cláudio, a pedido dele ela vai à empresa resolver alguns assuntos, mas tem problemas com o Gustavo que já está lá e não permite que ela mexa em nada.

— Bom dia, seu Gustavo!

Ele não responde e continua a ler os relatórios.

— Seu pai pediu para mim resolver alguns assuntos.

— Sério? Fique à vontade.

— Seu Gustavo não é nada de mais, são apenas alguns documentos que precisam ser entregues ainda hoje, e se o senhor quiser pode conferir...

Ele sai da sala e deixa ela falando sozinha, Karine pensa...

— O que tem de bonito, tem de grosso, será porque ele é assim?

Ela resolve o que precisava e volta para o hospital, seu Cláudio pergunta como foi e ela diz que tudo bem, dona Patrícia vai embora e já passa na escola para pegar as crianças.

Gustavo passa no hospital para ver o pai e acaba o aborrecendo novamente, Karine fica brava com ele e pede para ele sair do quarto e o acompanha até a porta.

— Garota, você não me tira do sério.

— Seu Gustavo me desculpe, mas seu pai não pode se aborrecer, tenta se acalmar.

— Me acalmar, vendo meu entregar a nossa empresa nas mãos de uma desconhecida? Ele lutou tanto para construir e agora não está nem aí.

—Seu Gustavo, eu não sou assim, os seus pais me ajudam sim e eu só quero retribuir, muito estranho você se preocupar tanto comigo e com a empresa em vez de se preocupar com o seu pai, você não acha?

— Eu me preocupo com o meu pai, mas também com o nosso patrimônio, não fala o que você não sabe.

Karine fica triste e volta para o quarto, mas ele a chama.

— Outra coisa, a minha mãe não é babá dos seus filhos não viu, aparti de amanhã resolva isso.

— Pode deixar, eu fico com os meus filhos, mas a sua mãe só não fica com eles se ela não quiser, não é você que vai decidir isso.

Ele não fala nada e vai embora, mas no caminho liga para Miguel, seu melhor amigo, e combinam de se encontrar num barzinho, enquanto Karine fica no hospital com seu Cláudio.

— O que houve, cara?

— Tô com problemas.

— Não me diga que é mulher?

— Sim, mas não o que você está pensando.

— É o quê então?

— Tem uma garota trabalhando na empresa e com o meu pai doente ela tá se achando a dona, mas não vou permitir isso.

— Como assim, cara.

— Cara ela toma as decisões na empresa, acompanha o meu pai no hospital e pior deixa os filhos dela com a minha mãe como se ela fosse babá deles.

— Gustavo, me desculpe, mas você deveria agradecer por isso, se não fosse ela, quem faria isso por seu pai?

— Vai ficar do lado dela agora é?

— Não é isso, mas pensa bem, você faria tudo isso que ela está fazendo?

— Ela está ganhando pra isso.

— Você ainda vai se arrepender por falar isso, ela está ganhando pra trabalhar e não pra acompanhar o seu pai.

Gustavo fica bravo e vai embora, quando chega em casa encontra Karine saindo com as crianças, ela passa por ele e não fala nada, quando ele entra vê que o seu pai já está em casa, o cumprimenta e sobe para seu quarto.

Gustavo pensando...

— Miguel tem razão, poucas pessoas deixariam a sua vida, os seus filhos para se dedicar a cuidar de alguém assim, mas com certeza está interessada em algo.

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