22:00 PM – Hollywood
— Quem é você? — questionou Jungkook, com os seus olhos transbordando uma mistura de preocupação e raiva.
No corredor vazio, o silêncio tenso acompanhava o confronto entre Jungkook e Hoseok. A expressão de Hoseok revelava uma mistura intrigante de surpresa e cautela ao responder:
— Jung Hoseok. E você deve ser...? — o homem alto falou, levantando seus supercílios.
— Jeon Jungkook, amigo de Taehyung. O que você faz aqui?
Hoseok desviou o olhar por um momento, permitindo-se um discreto sorriso de canto de boca, como se estivesse ponderando sobre o que deveria falar.
Jeon, por outro lado, o encarava com intensidade. A curiosidade crescia sobre por que um desconhecido estaria no quarto de Taehyung. Poderia ser um ladrão? Ou talvez um fã?
A ideia de Hoseok ser irmão era inaceitável para Jungkook; Taehyung nunca havia mencionado tal parentesco. Sua desconfiança aumentou, mantendo-se firme em sua convicção de que a palavra de Taehyung supera qualquer explicação de Hoseok.
— Eu vim o visitar. — disse com seriedade.
Jeon o encarou com um riso sarcástico, incrédulo com a resposta. Seu punho se fechava cada vez mais, as unhas fincadas na palma da mão, embora a dor fosse imparcial.
— Pfft, quem você pensa que é? Está planejando roubar algo dele? — intimidou, rindo sarcástico, enquanto a desconfiança pairava no ar.
Dando passos leves, mas penetrantes, Jungkook se aproximou mais de Hoseok. No entanto, este colocou a mão no peito de Jeon, o empurrando sutilmente para trás. A tensão aumentava, e a incerteza de Jungkook sobre as intenções de Hoseok se intensificava a cada segundo.
— Então... Jungkook, não é? — falou com a voz baixa, balançando a cabeça. — Se você não entendeu, eu repito, só mais uma vez. Parece que você não está escutando direito; eu sou o irmão do Taehyung.
— Você acha mesmo que vai me ganhar com esse papo furado?!
— Olha, garotão, eu não preciso te provar nada. — disse e se virou de volta para entrar na sala.
Rapidamente Jeon segurou o seu braço.
— Quem é você e por que está atrás do Taehyung? — seu olhar permanecia o mesmo.
Jung suspirou fundo, impaciente, mas estranhamente calmo.
— Parece que meu irmãozinho, além de ser dono de uma empresa, arrumou um segurança. — falou irônico.
— Você só pode ser um maluco mesmo, eu vou chamar um segurança, ou então eu mesmo te tiro daqui. — se virou, indo em direção a um corredor.
— Você não vai me tirar daqui. Aliás, você é só um amigo dele, não é? — falou, o intimidando novamente.
Jeon cessou os passos e se virou lentamente para Jung, que o olhava com desdém, mas também exibia olheiras profundas de cansaço. Ele parecia não desejar uma briga.
— Olha só, Hoseok, eu confio na palavra do Taehyung, e eu posso lembrar de todos os anos em que estive com ele, e em nenhum momento o seu nome estava lá.
O homem colocava ênfase em cada palavra, a soltando com desejo enquanto caminhava de volta, ficando cara a cara com o outro, continuando sua fala:
— Então você pode entrar naquele elevador e dar o pé daqui, antes que eu mesmo faça algo com a sua cara.
A tensão no corredor era palpável. Os olhos de Jungkook examinavam cada detalhe do rosto de Hoseok, mas só conseguia enxergar um olhar com exaustão e preocupação.
Entretanto, não conseguia acreditar em uma palavra sequer que o outro dizia.
— Eu admiro a sua confiança no meu irmão.
— Mas que “irmão” é esse que nunca visitou o outro? Nunca sequer tocou no nome? — retrucou, com incerteza nas palavras.
— Ele sempre manteve nossa relação longe dos negócios. Mas assim que eu soube de seu estado, vim vê-lo.
— E quais são as suas provas sobre isso? — perguntou com um sorriso, sabendo que seria impossível obter algo que provasse a palavra de Jung.
Rapidamente, o outro puxou seu telefone do bolso e procurou por algo no mesmo, logo virando a tela do telefone e mostrando uma foto. Foto essa, onde as duas crianças se abraçaram e sorriram para a foto.
— Uma foto? É só isso? — riu sarcástico e incrédulo.
— O que quer mais? Teste de DNA? — falou irônico.
— Eu vou ligar pra polícia. — puxou o telefone e discou o número do agente Yoongi.
Antes que pudesse telefoná-lo, Jung falou:
— O que você quer de provas? Não acha que eu já teria ido embora se fosse um ladrão?
Jeon baixou o telefone e o olhou, perguntando com toda a seriedade:
— Se é isso mesmo, como você pôde ter ficado tantos anos longe dele? Ele sequer se lembraria de você? — o encarou.
— Tivemos nossos motivos. — disse com pesar na voz. — Mas eu não poderia o deixar aqui, sem o vê-lo neste momento tão difícil.
— Mas porquê só agora?! Olha como ele está, sério que somente agora você veio? — retrucou.
— Quando ele estava na empresa, eu não poderia ir até ele, e o vi bem com você. — olhou para dentro da sala. — Mas ele é meu irmão, e o ver tão vulnerável me deixa… puto com quem fez isso.
Um silêncio rápido se iniciou, Jungkook analisou bem a frase, e disse:
— Espera, você sabe quem fez isso? — perguntou incerto.
— Eu tenho meus planos. — se virou para Jeon, o fitando com o olhar. — E você seria crucial para isso dar certo.
— Como é?! Eu nem te conheço, quem disse que eu confio em você pra algo? — recuou.
— Mas você também quer saber quem fez isso, não quer? — deu um passo à frente.
Jeon hesitou em responder, engoliu seco, mesmo o olhando nos olhos, ele odiava ter que concordar com Hoseok.
— Eu não confio em você.
O Jung respirou fundo, se virando e pondo as mãos nos bolsos da calça, logo dizendo:
— Se você quer saber se estou falando a verdade, precisa aceitar que eu vou investigar isso. — virou-se novamente. — E não é você que vai me parar.
Um arrepio correu o corpo de Jungkook, ele se via em um paralelo de informações.
O olhar cansado, mas carregado de ódio e determinação acabava convencendo um lado de Jeon, mas por outro, de onde Hoseok surgiu? Ele perguntou a si mesmo, enquanto o encarava.
Uma aliança improvável começava a se formar entre Jungkook e Hoseok, ambos conectados por Taehyung, que havia escondido uma parte de sua vida de seu melhor amigo e fiel escudeiro.
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Atualizado até capítulo 30
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