capítulo 15

Engole em seco.

Sabe muito bem que se ele quiser e no momento que desejar, pode reenvindicar seus direitos de marido, mesmo sendo isso tudo um grande faz de conta, mas parece que de uma hora pra outra o homem está mesmo levando a sério o estatus de casado.

Tem que deixar claro que não vai conseguir seus objetivos.

- Sr Richmam...temos um acordo. Um ano. E depois disso...nada mais. Então,  para que nossa convivência seja ao menos razoável,  espero que contenha seus ímpetos, a meu respeito.

Ele franze a testa surpreso.

- É mesmo isso o que quer?

- Sim.

- Ok. Não vou te deixar obrigada a fazer nada que não queira. Apenas, como eu disse anteriormente,  para os outros seremos...já sabe, um casal apaixonado, mas acho que isso não será difícil de fazer, basta lembrar que será apenas um teatro,como você mesmo deixou claro.

Ele fala ,nas sua voz sai um tanto contrariada.

- Eu posso te fazer uma pergunta?

-Se puder responder.

- Como iremos explicar nossa separação depois? Já que teremos que agir de um jeito e depois por nenhum motivo...separarmos?

- Pode ficar tranquila. ( Olhar fixo) terá ótimos motivos para me odiar...mas claro, isso já deve ter, não é mesmo?

Vamos, estou ansioso pra ver meus bichinhos.

Dá-la motivos para ter muita raiva dele,não será sacrifício nenhum.  O pior de tudo é ficar perto dela e se controlar, porque ela realmente tem uma coisa que o está deixando descontrolado.

Coisa que dificilmente alguém consegue fazer.

- Nicolas acho que não sei se é uma boa ideia...

- Os cachorros ou minha companhia?

Ele parece hostil agora.

- Te ofendi?

- Não. Eu sou bipolar. Ao mesmo tempo que estou de ótimo humor, posso mudar o estado de espírito em um segundo.

- Já notei isso.

Dá de ombros.

Caminhando um ao lado do outro, quando se aproxima do canil, ele para.

- Espere aqui, vou trazê-los  para que os conheça.

- Tenho medo...

- Já disse. Conhecem seu cheiro. Então, não vão te atacar.

Ela faz o que ele pede.

Quando volta, está com os dois animais muito bem cuidados cada um de seu lado.

Tem um preto e branco, parece aqueles cachorros policiais de filmes de ação, de porte majestoso e firme. Esse deve ser o Thor, ela pensa.

E a outra, marrom e branca, um pouco menor, tem uma coleira rosa.

Kiara, com toda a certeza.

- Lívia, esses são meus melhores amigos e sempre estão dispostos a me defender...( fala fazendo um carinho nos dois animais que parecem gostar muito do dono) vem, pode se aproximar. Eles não vão te atacar.

Ela vai muito devagarinho e com cuidado, acaricia os bichos, que aceitam seu carinho de imediato. Kiara principalmente,  coloca as patas enormes nela, quase a derrubando no gramado.

Nicolas sorri.

- Ela gostou de você, com certeza.

- Ela é assim com todos?

- Não.  A Natália nem se atreve a se aproximar. As duas não se batem...dizem que o cão tem sexto sentido...deve ser por isso.

" porque ele tinha que ter tocado no nome dela?"

- Ah, a kiara é um doce...

- O Thor é mais ciumento...mas também é gentil.

De repente seus olhos se cruzam.

E uma sensação desconfortável toma conta dela nesse momento.

- hum...podemos dar uma volta com eles? Parece que estão ansiosos pra isso. ( desconversando).

Nicolas sorri.

- Podemos sim aproveito e vou te mostrando a casa.

- Durante nosso...casamento,  o que farei? Vou trabalhar na empresa do meu pai?

- Não. Ficará encarregada de cuidar de coisas que referentes a mim.

- Como assim?

- Como disse, te quero em viagens,  cuidando de coisas que minha mãe estimava...como o jardim. Ele está sem vida alguma. Eu queria que ela ficasse satisfeita onde estiver, vendo que me preocupo com isso.

- Deveria ter contratado um paisagista. (o que ele pensa que realmente é?)

- Deveria...mas, vi que gosta desses detalhes. É um jeito de passar o tempo.

- Está querendo me deixar prisioneira?

- Quê?

- Porque é exatamente isso que está fazendo!

- Te quero a minha disposição, só isso.

- Tem a ver com aquele acionista que de alguma forma me assediou no seu jantar outro dia?

- Nem me lembrava disso.

- Jura?

- Nada tenho a ver com sua vida particular, como nada terá com a minha...ah, mas isso deixei claro...ontem.

Ela se sente incomodada.

- Não tenho mesmo! E...para seu governo, não vou me prender a sua casa de vidro! Tenho outras prioridades...

- Tem mesmo? Quais?

Cruza os braços.

- Sr Richmam...se antes de nosso acordo, eu conseguir uma forma de pagar a dívida do meu pai, e ficar livre de você...será um grande alívio para mim.

O jeito que ele sorri pra ela deixa bem claro que aceita o desafio.

- Muito bem. Façamos assim, se conseguir essa proeza...te libero antes mesmo de o fim de nosso contrato. Mas, se não conseguir...vou ter uma coisa que faço questão de acrescentar a ele...

- O quê?(temerosa pela resposta )

- Você saberá.  Digamos, será um bônus.  E com certeza,  irei apreciar. Como disse ontem à você...que comecem os jogos, sra Richmam.

Ela tem certeza que foi um péssimo negócio o desafio para ele.

Mas o homem parece nem um pouco incomodado com isso.

" Ah Lívia...será um prazer ter você exatamente como eu quero...disse que não sabia com quem estava lidando...mas terei o enorme prazer de te mostrar e acabar com sua prepotência...veremos quem joga a toalha primeiro..."

- Ainda vai na piscina?

- Vou. Só espera um instante.  Vou levar meus bebês para o canil e volto em seguida.

Ele é tão carinhoso com os bichos.  Poderia ser assim com as pessoas também,  pensa ela.

Coração de gelo...

O apelido com certeza caiu bem para ele.

Embora tem horas que ele parece exatamente o contrário.

Pode reparar no olhar intenso dele.

Parece um vulcão adormecido mas prestes a entrar em atividade...

Ah Lívia!

Será que se precipitou?

Como seu pai a alertara?

Agora é tarde!

O que resta é se defender do barba azul.

Com todas as armas possíveis.

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