Capítulo 8

...Ayla...

Chego na casa dos meus tios pela manhã, para minha surpresa Evelin já organizou todas as minhas coisas.

Ayla - Obrigada, por mim eu nem fazia essa mudança hoje. Mas não estou querendo mais estresse, eu já tenho tanta coisa na cabeça. -Digo me jogando na cama.

Evelin - Ele não acordou né?

Ayla - Não, passei a noite toda no hospital e nada. Eu mal pude dormir.

Evelin - Tenha fé, ele vai acordar.

Ayla - Segundo o doutor a cirurgia correu bem, mas só saberemos se ouve alguma sequela, quando ele acordar.

Evelin - Seja paciente, tudo vai ficar bem.

Ayla - É o que eu espero.

Evelin - Minha mãe foi ao mercado com meu pai, mas ela deixou o café da manhã pronto. Te conhecendo bem você não comeu nada, então trate de comer alguma coisa.

Ayla - Eu não sinto fome e eu comi algo no caminho. -Invento uma desculpa, na verdade não consegui comer nada a noite toda.

Evelin - Você não está mentindo?

Ayla - Eu vou ficar bem.

Evelin - Você tem que se alimentar direito, isso pode te fazer mal.

Ayla - Eu me sinto bem e eu comi.

Evelin - Mas você tem que seguir a dieta.

Ayla - Eu sei, não se preocupe.

Evelin - Ok, tudo bem. Vejo que não chegou a passar no apartamento do seu pai né?

Ayla - Acabei esquecendo, preciso passar lá para pegar o restante das minhas coisas. E também preciso de uma aliança, será que meu pai também vendeu a aliança de casamento dele e da minha mãe?

Evelin - Não era uma joia muito valiosa, e também acho que ele não venderia, ele sempre dizia que você devia usa-la quando se casasse. Apesar de simples é uma herança de família, então acho que ele não ia se desfazer dela assim.

Ayla - Eu também acho que não.

Evelin - Esse marido é muito mesquinho, podia muito bem ter comprado uma outra aliança. Já que ele não queria que usasse a da mãe dele.

Ayla - Ele me ofereceu um cartão para comprar, mas eu recusei. Não quero nada que venha dele, eu usarei a aliança da minha mãe.

Evelin - Você devia ter aceito, mas como sempre é teimosa.

Ayla - Ele já me acha interesseira, acho que tudo só ia piorar se eu aceitasse.

Evelin - Agora vocês são casados, é normal que ele te sustente e compre várias coisas para você.

Ayla - Eu não quero, se eu quiser alguma coisa posso comprar com o meu próprio salário. Quando eu começar a trabalhar.

Evelin - Continua cabeça dura, mas não adianta falar com você.

Ayla - Não mesmo.

Evelin - Quase esqueci de falar, consegui o carro emprestado de uma colega no escritório, eu disse a mamãe que quem mandou o carro foi seu namorado. Caso ela pergunte.

Ayla - Não precisava se incomodar, eu poderia dar um jeito.

Evelin - Você não está com cabeça para isso, e afinal tudo que você tem são roupas e livros e alguns objetos. Vai caber tudo no carro, então fica tranquila que pelo menos isso eu resolvi.

Ayla - Muito obrigada.

Evelin - Então... vamos sair antes que eles voltem e comecem o interrogatório.

Ayla - Ok.

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Mansão 🏤

Quando chego na Mansão, sou recebida por uma senhora que aparenta ter a idade da minha tia, imagino que seja a mesma que me telefonou ontem pela manhã.

Joana - Sou a governanta, falei com a senhorita ontem pelo telefone. Me chamo Joana, vou lhe mostrar os seus aposentos.

Ayla - Sim, eu me lembro. É um prazer, me chamo Ayla e essa aqui é minha prima Evelin.

Evelin - Olá, é um prazer.

Joana - Igualmente! -Ela sorri para nós duas, não sei por que. Mas gosto da Joana logo de cara.

- Sérgio me ajude a trazer os pertences da senhora Vicente, até seus aposentos.

Ayla - Não precisa me chamar pelo nome do meu marido, me chame de Ayla e não precisa se incomodar, eu mesma posso levar.

Joana - Como quiser senhora Ayla, mas sobre a mudança esse é o nosso trabalho.

Ayla - Tudo bem obrigada, mas me deixe pelo menos ajuda-los.

Joana - Como quiser.

Finalmente terminamos de trazer todos os pertences para o meu futuro quarto, Joana se oferece para ajudar a organizar minhas coisas. Mas eu recuso pois ela deve ter muitas coisas para fazer, passamos a manhã toda organizando o quarto. Quando terminamos já passaram das meio dias.

Evelin - Estou faminta e olha que eu tomei café da manhã.

Ayla - Fica para almoçar, e depois me dá uma carona para o hospital?

Evelin - Mas você disse que não dormiu essa noite, deveria almoçar e descansar um pouco. Você parece um pouco pálida.

Ayla - Eu estou bem e não consigo dormir, estou preocupada. Preciso ver meu pai e ficar ao lado dele caso ele acorde.

Evelin - Eu prometo que passo no hospital e fico com ele, você devia dormir. Isso vai te fazer mal, e logo seu marido estará em casa.

Ayla - Como você sabe disso?

Evelin - Escutei Joana falando ao telefone, parece que ele só foi na empresa buscar alguns papéis e logo estará em casa. Você devia aproveitar a situação conversar com ele e explicar a condição do seu pai.

Ayla - Eu já falei para você que não irei contar nada aquele homem, e também te proibo de contar.

Evelin - Ok, não direi nada.

Ayla - Agora vamos descer, Joana ficou de mostrar a mansão.

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A mansão não é diferente de onde eu costumava morar, exceto pela sala de jogos, cinema, academia e um salão de eventos. Ela possui muito quartos. Joana me informa que o quarto de Hanry é o em frente ao meu, mas que ele não permite que ninguém entre sem autorização, e o mesmo serve para seu escritório. O jardim é enorme e a piscina também. Por última ela nos leva a sala de jantar, onde o almoço já está sendo servido. Hanry está presente, ele para de comer assim que entramos. Olha para Evelin que está ao meu lado e depois para mim.

Hanry - Não lembro de ter autorizado visitas.

Ayla - Ela é minha prima Evelin, e que eu me lembre no contrato não havia objeções de visitas.

Hanry - Você contou para ela?

Ayla - Claro que sim.

Hanry - Você sabe que isso não faz parte do acordo, eu posso te cobrar uma multa. -Ele levanta furioso.

Ayla - Minha prima já estava ciente disso, bem antes de eu assinar aquele contrato. Então você não pode me processar.

Hanry - Para você trazer visitas devo ser informado, pedirei aos seguranças que não deixem você receber ninguém sem minha permissão.

Ayla - Isso aqui é uma prisão?

Hanry - Você escolheu viver nessa prisão no momento em que se vendeu.

Evelin - Eu não queria causar confusão, já estou de saída...

Ayla - Você não vai a lugar nenhum, você é minha convidada. Já dizia o ditado os incomodados que se mudem.

Evelin - Eu que achei que você tinha exagerado. -Ela sussura.

Hanry - Joana vá chamar os seguranças! Quero essa visita indesejada fora da minha casa.

Joana - Mas senhor...

Hanry - Joana só me obedeça. -Ela olha para Joana sério, e ela deixa a sala.

Ayla - Você é a pessoa mais.... -Antes que eu consiga terminar, minha vista escurece e só consigo escutar Evelin gritar meu nome, antes de apagar.

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