Capítulo 10

...Ana Laura (Analu)...

Eu fiquei chocada quando descobri que o pai do Gael era o Benjamim. Não conseguia acreditar que ele tinha dois filhos. A mãe do Gael faleceu quando ele tinha apenas um mês de vida, então isso explicava o olhar triste do Benjamim.

Abracei o Gael quando vi o Ben entrando na cozinha, e depois entrei no salão, onde vi minha mãe com as duas meninas na mesa, junto com minha avó, tios e meu pai.

— Que bom que vocês estão comendo — falei, e Larissa sorriu para mim.

— Tia, sua mãe colocou — ela disse, mostrando o prato.

— Que bom, meu anjo. Agora coma tudo para poder brincar com sua amiga — falei, e todos na mesa olharam para mim e para o bebê no meu colo.

— Quem é esse bebê? — perguntou meu tio Téo, curioso.

— Esse é meu irmãozinho — disse Larissa, sorrindo.

— Algum problema com os cuidados, filha? — meu pai perguntou.

— Não, está tudo bem. Só que o Gael está incomodado... — comecei a falar.

— E por que você não o deu para a mãe? — meu pai perguntou novamente.

— A mamãe virou uma estrelinha. O papai disse que ela está no céu agora, pertinho da vovó — disse Larissa, abaixando a cabecinha.

— Olha, você tem que comer tudo para poder brincar com a Ally e comer brigadeiro — falei, me abaixando para falar com a Lala.

— E algodão doce? — ela perguntou.

— Tudo o que você quiser, meu anjo — falei, e ela sorriu e me abraçou.

— Analu — minha mãe me chamou.

— Por favor, olhe a Larissa para mim. Mãe, você pode me ajudar na sala do papai? — perguntei a ela, e ela pegou a bolsa do Gael.

Fomos andando lado a lado notei que minha mãe estava me analisando entramos no elevador ainda em silêncio, minha cabeça estava a mil e mesmo eu não querendo pensar no fato do Benjamim ser o pai do Gael.

— Por que esta carinha, meu amor? — minha mãe perguntou.

— Minha cabeça está confusa, e eu preciso muito conversar. Mas é melhor na sala do papai — falei e apertei o botão para a sala do meu pai.

— Assim você me deixa nervosa, filha — minha mãe falou, e ajeitei o Gael no meu colo.

— Não é nada absurdo, só preciso conversar com alguém que me entenda, de preferência — falei, e o elevador parou. Fomos andando até a sala do meu pai. Coloquei o Gael no chão e dei um mordedor para ele. Em seguida, me sentei no sofá ao que tinha na sala do meu pai. Olhando o meu bebê lindo sorrindo para mim.

— Pode falar — minha mãe falou, sentando-se em minha frente.

— Estou confusa, muito confusa — falei, encostando a cabeça no sofá.

— O que aconteceu? — minha mãe perguntou.

— Eu conheci o pai do Gael...

— E você vai dizer que ele também mexe com você assim como o engenheirozinho

— Pior, mãe. O pai do Gael é o Benjamim...

— E qual é o problema? — ela perguntou. Como se tudo fosse tão simples, mas na minha cabeça isso não é simples tudo bem que eu amo o Gael já me apaixonei pela Larissa, mas é complicado. — Então filha qual é o problema

— Eu gosto do Ben... — assumir

— E ama o filho dele, já conheço essa história — minha mãe falou. Lembrando da própria história.

— Ele tem dois filhos, é uma bagagem muito pesada — falei para ela, porque a minha mente está uma bagunça.

Eu nunca me apaixonei antes e nunca imaginei me apaixonando por um cara que já tivesse filhos, ainda mais um pai solteiro.

— Sim, é verdade. Mas o que o seu coração está dizendo para fazer, meu amor? — minha mãe perguntou.

— Eu não estou querendo ouvir meu coração, mas minha razão está me mandando fugir enquanto há tempo...

— Você tem certeza de que dá tempo? Você saiu correndo porque achou que o bebê que estava chorando era o seu bebê. Não estou dizendo para você mergulhar de cabeça e ver onde isso vai dar, mas quem ama, ama com toda a bagagem. Então, não surta. Conheça melhor esse rapaz sem pressa — ela falou, me abraçando.

— Eu não sei, às vezes tenho essas crises. Quando penso que ele está com dor ou se alguém o está machucando — falei, olhando para o Gael.

— Aaaa — ele começou a balbuciar algumas coisas.

— É você mesmo, como pode, mãe? Eu reconheço o choro dele...

— É assim mesmo, e ele é louco por você. Até a Larissa gosta de você. Olha, se você acha que vale a pena, vou te apoiar. Só tome cuidado, o amor é lindo, mas também é difícil. Não se jogue de cabeça, conheça o terreno. Se você acha que é o melhor para você, eu estarei aqui, mesmo contra a vontade, porque acho que sou nova demais para ser avó. Mas de maneira nenhuma vou renegar meus netos. Se você decidir seguir outro caminho, eu também estarei aqui — minha mãe falou, e eu a abracei.

— Eu te amo, mamãe. Mas acho que não tenho esse instinto maternal...

— Filha, olhe para mim — ela falou, e eu olhei em seus olhos. — Ninguém nasce sabendo ser pai e mãe, mas as mães têm um instinto. Eu sinto quando vocês precisam de mim e quando vocês precisam de mim e eu não sei o que fazer...

— É uma dor horrível — pensei, mas acabei falando em voz alta.

— Viu? Mas não tenha pressa. Eu confio nas suas escolhas. Agora vamos, você tem que apresentar a nova linha de brinquedos — minha mãe falou e pegou o Gael.

— Aaaa — ele começou a reclamar, se jogando para mim.

— Assim não dá, Gael. Que amor é esse que não pode ficar longe? — minha mãe falou.

— Vem, meu amor — falei, pegando-o.

— Posso conhecer o seu namorado? — minha mãe perguntou.

— Ele não é meu namorado, e ainda não, mãe. Ele é engenheiro mecatrônico e deve conhecê-la. Você sabe que eu jamais teria vergonha de ser sua filha, pelo contrário. Mas tenho medo de que ele só se aproxime de mim por eu ser sua filha...

— Tudo bem, meu amor. Mas ele trabalha aqui? — minha mãe perguntou.

— Não, ele é um dos garçons — falei com um pouco de receio da reação dela.

— Eu ainda não o vi, que pena...

— A senhora acha que papai vai se importar por ele não ser rico? — perguntei a ela.

— Não sei, acho que ele vai implicar apenas porque você gosta dele. Saiba que nós dois, eu e seu pai, só queremos ver a sua felicidade — minha mãe é maravilhosa.

Voltamos e não teve jeito, o Gael não queria ir para o colo de mais ninguém. Então apresentei a nova linha de brinquedos com o bebê no colo, e a festa foi um sucesso. Larissa estava muito feliz por ter ganhado a boneca Analu, que ela tanto queria.

Todos foram embora e eu fiquei esperando o Benjamim. A Ally decidiu ficar comigo, pois queria ficar com a melhor amiga.

— Papai! — gritou Larissa correndo para os braços do pai assim que o viu. Ele a pegou no colo. — Olha o que eu ganhei, a boneca Analu doutora que eu queria, né, linda? — o sorriso do Benjamim ao ver a felicidade da filha era a coisa mais linda.

— Que bom, meu amor. Vamos para casa, o papai está cansado — ele falou e se aproximou de mim. — Muito obrigado por tudo, mais uma vez — ele falou e pegou o Gael, que foi sem reclamar.

— Tio, a Lala pode ir lá em casa? — perguntou a Ally.

— Vamos, vou conversar com a sua mãe, se ela deixar, não tem problema — falou Benjamim, sorrindo para ela.

— Mamãe vai viajar com o papai para a lua de mel — ela falou, e ele olhou para mim como se procurasse algo. Entendi que ele pensa que a Ally é minha filha.

— Meus pais fazem isso todo ano, tiram uns dias para eles — expliquei. Por isso, tenho que cuidar das minhas irmãs em casa. Mas se você quiser levar os dois no sábado, não tem problema nenhum...

— Ela é sua irmã? — ele perguntou.

— Sim, vamos. Eu deixo vocês em casa — falei, segurando na mão da Larissa e da Ally.

— Tem certeza? — ele perguntou.

— Claro, né, meninas? Mas eu só tenho uma cadeirinha, será que vocês se importam? — perguntei, percebendo que precisarei providenciar um bebê conforto. Que pensamento é esse, Ana Laura?

— Tudo bem — ele falou, e fomos para o carro. Não demorou para chegarmos na casa dele.

— Papai, a Ally pode ficar para brincar? — a Larissa perguntou.

— Deixa, Analu — a Ally pediu.

— Tudo bem? — ele perguntou para mim, e eu saí do carro.

— Ok, mas só um pouco. Estou cansada — falei, e as duas sorriram.

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^^^Continua...^^^

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