Narrador…
Apolo voltou para casa, abriu uma cerveja e pensou que poderia estar enganado. O que ele viu não precisa ser necessariamente algo errado; deve haver alguma explicação. Rafael está muito apaixonado, algo que ele nunca tinha presenciado antes. No entanto, esse mesmo Rafael tem um caráter questionável. Ele afirma ter mudado, mas está dirigindo por aí com a amiga da mulher que diz amar. Torna-se difícil acreditar na sinceridade dele.
Apolo ligou a TV e decidiu assistir a um jogo de basquete, tentando esquecer o que havia visto. Após duas cervejas, dirigiu-se ao seu quarto e dormiu. No dia seguinte, decidiu vestir algo mais descontraído para o trabalho, não precisava ser tão casual nem formal demais. Optou por uma camisa social branca e calça preta, sem usar terno. Pegou seu carro e foi para o trabalho. Ao chegar lá, dirigiu-se diretamente ao setor de funcionários. Ninguém havia chegado ainda, exceto Mikaela, que passou pela porta no momento em que ele ia sair.
— Bom dia, Apolo. — disse Mikaela timidamente.
— Agora o dia ficou melhor. — respondeu Apolo com um sorriso tímido. — O que você está fazendo aqui tão cedo?
— Decidi pegar o primeiro horário hoje de manhã. Só estamos nós dois por enquanto?
Apolo respondeu acenando a cabeça, olhando para ela. Mikaela era baixinha, tinha pele morena, cabelos lisos e curvas acentuadas. Parecia ser gentil, e seu senso de humor foi o que atraiu Apolo, além de sua extroversão. Apolo estava prestes a virar as costas para Mikaela e sair quando ela o segurou pelo braço.
— Já tomou café? — perguntou ela, um pouco confusa.
— Não, mas se você está me convidando, eu aceito. — respondeu com um sorriso.
— Não estou te convidando. Acha que eu faria isso? — respondeu com um sorriso. — Estou esperando que você me convide.
Apolo pegou a mão dela e a levou para um lugar escondido no hotel, o porão.
— Está planejando me matar? Olha, eu estava brincando, não precisava me convidar para tomar café ou ir a qualquer lugar.
— Fica tranquila. — disse Apolo rindo.
Mikaela estava gostando da aventura. Quando chegaram ao "porão", ela percebeu que não era realmente um porão. O lugar estava limpo e arrumado como uma casa. Havia uma cama, um sofá, um videogame e uma televisão, além de um frigobar com cerveja e refrigerante. Também havia uma pequena mesa e uma mini cozinha.
— Ok, percebi que você não vai me enterrar no chão. — brincou Mikaela.
— Isso faria muito barulho. — respondeu Apolo, rindo de volta.
Apolo preparou o café da manhã e eles comeram torradas com ovos mexidos, acompanhados de um bom expresso. Depois da refeição, sentaram-se no sofá e começaram a conversar.
— Como está a Bianca?
— Ela está melhor. Acredito que você saiba da situação dela, são amigos, certo? Você e o Rafael?
— Sim, você está aqui por causa dele? Mikaela, você gosta dele? — Mikaela sentiu um leve desgosto na voz de Apolo.
— Gosto dele. Acho que estamos nos tornando amigos, mas sinto algo por outra pessoa.
— Então tem alguém?
— Não, ainda não o conheço bem, mas espero conhecê-lo. Tenho uma queda por ele.
— Entendi... — respondeu Apolo novamente, com um meio sorriso.
— Apolo, eu te vi ontem na rua perto da minha casa, quando estava com o Rafael. Eu sei como pareceu, mas não é o que você está pensando.
— Então por que está explicando? — perguntou Apolo, com dúvida.
— Porque tenho uma queda por você. Não costumo me abrir facilmente, não tenho muitos amigos, nem estou namorando, mas, há uns dois meses, desde que você chegou ao hotel, tenho sentido algo diferente. Pode ser apenas uma atração passageira, mas percebi os pequenos momentos entre nós.
— Pensei que não tivesse sido óbvio... — respondeu Apolo, sorrindo.
— Não foi, só percebi porque estava prestando atenção. Rafael é apenas um amigo, ele está ajudando a Bianca. Saiba que você tem uma chance, se quiser.
— Você não gosta de rodeios, não é?
— Não, quando quero algo, eu digo. Bom, deixe-me voltar ao trabalho. Ah, e mais uma coisa, adorei a sua casa.
Mikaela saiu sorrindo. Ela não gostava de enrolação, mesmo estando no meio de uma confusão entre duas pessoas que se amavam e não sabiam como ficar juntas. Mikaela saiu de casa sem que Bianca percebesse, apenas enviou uma mensagem avisando que estaria fazendo dois turnos e que se encontrariam no hotel.
Apolo ficou impressionado e assustado ao mesmo tempo com Mikaela. Ela não parecia se importar com o fato de ele estar morando no porão do hotel em que trabalhava. No entanto, ele estava fazendo isso para economizar e poder comprar uma boa casa. Todas as manhãs, ele fingia chegar de carro para que ninguém suspeitasse. Não era que ele não pudesse pagar um aluguel, porque ele podia, mas estava com algumas dívidas que precisava quitar, então estava economizando o máximo possível para comprar um apartamento para si mesmo. Depois de refletir sobre o breve encontro pela manhã, Apolo voltou ao trabalho e viu Mikaela na recepção. Ele a olhou de canto enquanto passava a língua pelos lábios, pressionando-os, abaixou a cabeça e saiu com as mãos no bolso balançando a cabeça.
Algumas horas depois, Bianca chegou ao hotel. Ela teve uma noite de sono um tanto embaraçosa, pois ficava sentindo Rafael a abraçando. Talvez fosse a ansiedade em vê-lo e dizer o que realmente sentia. Rapidamente, ela entrou no setor de funcionários, trocou de roupa e começou a trabalhar. Chegou a hora de limpar o quarto de Rafael, como fazia todas as manhãs, mas dessa vez ela planejava contar toda a verdade a ele. Ao entrar na suíte, Bianca viu Rafael com uma mulher de cabelos pretos longos, alta, sentada de forma sedutora, olhando para ele. Naquele momento, ela pensou em sair correndo, não acreditava que ele já estava com outra pessoa e ainda a obrigando a testemunhar aquilo. Fugir parecia uma boa opção, mas ela precisava fazer seu trabalho em silêncio, enquanto ele estava com aquela mulher em seu quarto.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Maria Izabel
Bianca vc é precipitada
2023-11-10
0
Cris Lima
Essa menina é burra
2023-10-25
0