11. Capítulo

24 de Janeiro

Acordo-me e me assusto com a presença de Douglas sentado bem no canto da minha cama. Eu tenho quase certeza de que ele veio falar da decisão que tomou e esperando eu que seja a favor do que o pai dele quer.

Ele percebe que eu estou acordado e um pouco assustado por vê ele assim do lado, se levanta, se vira e me encara.

Douglas: Você tem razão, eu tenho que ser um homem corajoso e assumir o lugar do meu pai na empresa que eu idealizei.

Feliz, eu me levantei e dei um abraço nele. Como ele é mais alto que eu, preciso ficar na ponta dos pés.

Bruno: Obrigado por me dar ouvidos.

Douglas me encara nos olhos.

Douglas: Obrigado por ser sincero comigo e não fazer o jogo do meu velho para me convencer do que não queria.

Bruno: Sim, eu não achei que era certo com você.

Douglas: Vamos tomar um café?

Sinto o meu próprio cheiro e dou um riso.

Bruno: Vou tomar um banho antes, mas vai indo que eu logo lhe alcanço.

Douglas: Você quer ajuda?

Bruno: Engraçadinho!

Ponho minhas nas costas dele e vou lhe empurrando para a porta.

Douglas: Certeza de que não quer uma mão macia passando pelo o seu corpo nu?

Bruno: Absoluta.

Fecho a porta e vou para o banheiro. Eu não consigo evitar de sorrir por causa dele.

Pois bem, tomando Banho, eu corro para a cozinha, mas dou vários passos por trás porque Douglas está conversando com Arthur.

Eu nunca fui de ficar escutando a conversa de ninguém, mas a vontade é tanta de saber o que eles estão conversando que eu saio e dou a volta no jardim para escutar atrás da porta de vidro o que os dois estão conversando.

Daqui, eu posso ouvir que Douglas está cedendo, mas com algumas condições. Arthur por outro lado parece muito contente e a prova está no fato dele está concordando com todas as condições de seu filho.

Eu realmente queria pular de alegria agora, pela primeira vez, convenci alguém de algo.

Logo ouço passos e quando me viro encontro o Matheus com os seus braços cruzados.

Bruno: Oi.

Matheus: Deu para ouvir as conversas dos chefes agora?

Bruno: Não é isso.

Matheus: Não mente. O que estaria fazendo escondido aí?

Bruno: Tá, eu estava escutando, mas é por uma boa causa.

Matheus ri da minha cara.

Matheus: É ruim hein, nunca vi alguém fazer fofoca ou bisbilhotar por uma boa causa. Você está querendo ouvir mesmo.

Me afasto da porta e vou para o jardim. Matheus não contente, ainda me segue.

Bruno: Você pode parar de me seguir? Já estou me irritando.

E ele volta a ri.

Matheus: Não é porque você está dormindo com o chefe que é um chefe, lembre-se disso.

Eu o que?! Ah, é. O Matheus acha que eu estou com o Douglas por conta daquele momento em que me pegou com a maleta de primeiros socorros. Acho que eu não posso desmentir isso porque não quero ele ainda atrás do meu chefe, mas também não posso deixar que ele espalhe algo que não é real.

Aí meu Deus, o que eu faço?

Bruno: Não seja ridículo. Eh não estou com o chefe. Nunca estive.

Matheus com sua cara fechada me encara.

Matheus: Então porque mentiu?

Bruno: Porquê… Porquê… ele me pediu.

Matheus: Ele te pediu isso?

Bruno: Sim, ele não quer mais ficar com a casa toda e eu lhe ajudei.

Matheus fica um pouco pensativo, como se estivesse ofendido por ter sido enganado depois de brincar com o meu chefe em seu quarto, mas quer saber? Eu não tenho nenhuma pena dele, mereceu por ser falso.