Capítulo 2: A magia de dois corpos.

Amado eu, onde está?

Eu estava numa lagoa a qual nunca vi.

No meu braço uma marca a qual nunca vi e de partes do meu corpo diferente que nunca havia sido assim também.

Eu sempre amei muito a cada parte minha e sabia dizer que não era meu corpo ou eu estava enlouquecendo de vez.

Então, surgiu a hipótese de um sonho. Porém, ele nunca percebia que estava a sonhar, então descartou isso.

Ele retornou a possibilidade de estar louco mesmo.

— O que está a acontecer? — Voltei para dentro de mim, constanta minha fala.

Eu tentei olhar através da água para ver a minha aparência, mas diferente dos filmes era só um borrão e água nem se acalmava para eu ver o mínimo que desse.

Então, olhei para trás e busquei referência de algo.

Na margem das águas havia roupas deixadas de forma organizada sobre um pano e ao lado uma toalha dobrada em um quadrado perfeito.

As minhas roupas que eu não estavestava a vestiromento e que nem são minhas roupas mesmo estavam ali.

Entretanto não lembro de ter nunca chegado até aqui e nem mesmo as tirado para entrar nessa lagoa.

Um mistério sutil tomava a minha mente sobre o que eu estava a fazer ali.

Era então que eu decidi primeiro me vestir e depois perguntar qualquer coisa.

A passos lentos e cuidadosos me movi a tampar o meu corpo enquanto seguia até as roupas e sem nenhuma demora as coloquei.

Era uma camiseta regata vermelha de estampa florida e um short jeans rasgado.

O estilo delas em sí me incomodava e parecia nenhum pouco como as que eu gosto de usar.

Ao olhar novamente para o chão, percebi a toalha ali e nem havia feito uso dela.

A pegando com cuidado um celular caia sobre o chão e isso captou a minha plena atenção.

Por mais que não fosse meu, ainda existia aquela dor de molhar o celular.

Então, limpei as minhas mãos as enxugando bem e só depois o peguei em minhas mãos.

Era um celular grande se comparado ao meu, mas ainda assim era pequeno para as minhas mãos que o ligava e via uma foto de um personagem de animação na capa.

Eu não sabia qual era aquele, então nem achei tão interessante. O personagem em sí não era chamativo.

Eu desbloqueiei o celular com facilidade por não haver uma senha. O que claramente mostrava que esse dispositivo não seria meu.

Então, entre nas redes sociais da pessoa para saber o que estaria acontecendo.

— Esse sou eu?

Eu estava vendo nas fotos alguém cono eu, de rosto como o meu, mas de gostos um pouco diferentes.

Ele estava festejando e comemorando em diversas fotos com infinitos amigos que eu nem conhecia.

Algumas eu conhecia sim, mas não os considerava amigos havia um bom tempo.

Como uma pessoa sensata, abri o teclado do telefone, disquei o meu número e esperei para ver se haveria alguém para me atender.

Então, não havia nada.

O meu número ligava, mas não era atendido.

Eu estava pensando se talvez eu não estivesse realmente louco, mas como poderia saber se eu estava louco realmente?

— Eu... eu nem sei o que está acontecendo.

Eu estava para ir a até qualquer lugar quando o meus passos se firmam e depois se desestabiliza.

Eu de repente estava em um lugar repleto de nuvens cinza escuro que afundavam em meu pé. Era como uma areia molhada repleta de slime.

— Olá? — Uma pessoa surgia a passos calmos de algumas nuvens de cores brancas.

— Quem é você?

Quando me aproximei para ver melhor, pensei que estava vendo um espelho.

— Você está imitando minha voz? — Perguntou ele.

— Não! Essa é a minha voz, a sua que é muito parecida com a minha apenas. — Eu disse irritado de forma que nem eu saberia.

— Elas são idênticas.

— Que lugar é esse? — Perguntei a ele apontando a volta.

— Eu não sei.

— O que faz aqui então?

— Ah... o que você faz aqui? — Ele perguntou de forma sensata.

Sentindo aquilo como uma flechada eu o respondi tentando juntar as palavras.

— Não sei... eu aqui surgi. — As ordens das palavras era invertidas.

— Eu também.

— Eu estava em um lago, sei lá...

— Pera, ele era bem grande e com algumas árvores por perto? — Ele perguntava me olhando estranho.

Ele se aproximava e as nuvens se clareavam a cada toque de seus pés.

— Acho que sim. — Respondi sem jeito.

— É a minha casa.

— Sua casa tem um lago?

— Uma longa história. — Ele pensava rápido — A sua casa é bem simples, com dois sofás, uma mesa de centro e uma janela que pode se ver o portão...

Ele ficava pensativo e recuava.

— Apesar que deve haver milhares de casa assim.

— Mas, sim, essa é a minha casa.

Ele repetia de forma desajeitado.

— Ah... tem sofá e uma mesa lá no que parece uma sala.

— É a minha casa, eu preciso voltar.

Os dois se olhavam.

A mente de cada um deles se confundiam sobre como era possível que eles dois pudessem estar se falando e serem tão parecidos e como haveria dois deles em um mesmo lugar.

— Como cheguei aqui?

— Eu sei lá.

— Eu preciso voltar, realmente.

Era o desejo deles.

— Amanhã eu tenho muitas coisas a serem feitas.

— Acha que eu e você trocamos de lugar?

— Trocamos de lugar magicamente é? — Perguntei com ironia.

— Eu não sei. — Ele parou e pensou um pouco — Só me lembro de fechar os olhos e sentir como se eu fosse...

— Morrer? — Perguntei.

— É.

Os dois em lados opostos da mesma pessoa se interligavam nesse momento e parecia que não estava a acontecer nada que esperavam.

Eles se sentiam dois lunáticos se comunicando como dois lunáticos.

— Eu acho que trocamos de corpo.

— Ah, pai amado.

— É que faz sentido. — Ele comentava sério. — Pode ser que nos enfeitiçaram.

— Não tem como ser assim não, na verdade, é capaz estarmos mortos.

— Pare com isso. — Falou com receio.

— Eu só queria dizer que o quer que seja eu quero que acabe. — Respondi firme.

Então, as nuvens começam a desaparecer a sua volta e também desaparecia com os seus pés.

— O que é isso?

— Eu não sei. — Eu gritava me sentindo pesado.

Eu desapareci.

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