Capítulo 19. Eu Quero

De olhos arregalados, ela perguntou:

— O quê? Não temos o que comemorar.

— Então,me beije por causa do paparazzi.

Ela olhou por sobre o ombro dele e não viu ninguém.

— Não tem ninguém lá fora…

— Sobre a árvore. — virou ela de lado, para que ela visse o homem sobre os galhos da árvore, do outro lado da rua.

— Eu não tenho que te beijar, para um paparazzi tirar fotos.

— Então me beije por quê quer.

— Mas eu  não  quero  — falou devagar, suavemente, fazendo biquinho.

— Mas "EU" quero, mas seria tão bom experimentar um beijo em que você tomasse a iniciativa.  

Ele não a prendia, antes acariciava suas costas, deixando que ela tomasse a iniciativa, enquanto ela, srntia a mesma sensação de carência, que sentiu todas as vezes que ele a beijou. Sentia desejo por ele e por mais que culpasse o pileque, por ter se entregado naquela fatidica noite, foi bom, foi muito bom.

Recordar aquela noite fez ela desejar beijá-lo e como estavam muito próximos, encostou seus lábios nos dele, de leve, mas fechou os olhos.

Ele sentiu o toque suave dos lábios dela e correspondeu da mesma forma e foi como se se beijassem pela primeira vez. Ele a abraçou, envolvendo-a com os dois braços e ela passou os dela, pelo pescoço dele e pressionou mais seus lábios nos dele. 

Ele não forçou mais que isso, deixou ela fazer do jeito dela e foi só o que vc phouve. Ela encerrou o beijo e se afastou sem olhar para ele, entrou, fechou a porta e não viu o sorriso de vitória, dele e do paparazzi, que quase caiu da árvore.

Marconi entrou no varro, ainda sorrindo e o Romão foi logo perguntando: 

— Como o senhor conseguiu essa proeza? Mais cedo ela descascou o pepino e agora estava me beijando, preciso aprender esse segredo.

Marconi nem ouviu o que Romão falou ainda estava nas nuvens, pensando e sentindo o toque suave dos lábios dela nos seus. Tocou com a ponta dos seus dedos, os próprios lábios, ainda desfrutando da sensação maravilhosa que era ter aquela mulher incrível entregue em seus braços.

O clima de O Amor Está no ar, inundou o carro e até o motorista sorriu. Nunca haviam visto seu patrão tão feliz. Ele era tão azedo e amargo, vivia distribuindo broncas em todo o mundo e agora estava ali, sorrindo à toa. Seguiram para a empresa e já no escritório, ele olhou as redes sociais, para ver qual era o tópico mais importante e lá estava ele e ela se beijando.

Ele sorriu, pois não pensou que um beijo fosse tão bonito. Quando pensou nisso, e lembrou como ela se afastou sem sequer olhar para ele, entendeu a verdade:

— Ela gez de propósito, um beijo falso para a foto e eu caí direitinho. Aquela megera…

— Falando sozinho, senhor?  Já viu a foto, ficou ótima.

— Sim, foi uma ótima encenação.

— Não me parece encenação, parece muito real, olhando essa foto.

— Mas não é, ela nem olhou para mim, simplesmente se afastou, como se nada tivesse acontecido.

Neste instante, bateram na porta e eram seus três amigos de farra do passado. Rafael, Clayton e Joel.

— O que fazem aqui, no meio do expediente?

— Vimos as fofocas nas redes sociais e viemos te oferecer solidariedade. disse Joel, o loiro.

— E posso saber por quê?

— É claro que essa história de casamento, casal dos sonhos perfeitos um para o outro, é balela, então viemos levar você para uma de nossas boates. — disse Clayton o dono da boate mais badalada do momento.

— Uma boa noite de farra, com umas gatas lindas, vai acabar com essas maledicências. — sugeriu Rafael, o mais rico e farrista de todos.

— Calem a boca, vocês não sabem de nada.

— Então nos explique, queremos te ajudar. — disse Joel, o mais tranquilo dos três.

— Eu me apaixonei por ela, tá bom? A questão é que ela ainda não está apaixonada por mim, ou melhor, não sabe que está.

— Falou o arrogante de sempre, por que você não considera que talvez ela realmente não goste de você. Pelas fotos e reportagens que vimos achamos que a mídia interpretou errado e que ela está sempre te desprezando. —  disse Clayton.

— É mais ou menos isso, eu pisei na bola com ela e acabei ultrapassando os limites de um bom relacionamento. Tratei-a como trato todas essas mulheres que passaram pela minha vida e no final, ela era a mulher por quem eu estava esperando para viver o restante da minha vida.

Os amigos se entre olharam, entendendo tudo, olharam também para Romão, que a sentiu com a cabeça percebendo o que eles estavam pensando. 

" Ele está apaixonado."

— Acho melhor, nós irmos para o clube beber. A melhor resposta sempre é encher a cara. — sugeriu Joel.

Já havia terminado o horário de expediente e os três saíram para o clube só para homens, nada de mulheres para interferir na União deles. Sentaram em um reservado e pediram uma garrafa de Whisky.

— Hoje vamos encher a cara em solidariedade ao nosso amigo que perdeu a liberdade.

*

Norma, da floricultura, também viu o que aconteceu entre Clarice e Marconi, também tirou uma foto e achou os dois lindos. 

Mas quando viu a repercussão na internet, ligou para ela e perguntou se podia subir. Assim que recebeu a confirmação, pediu um lanche gostoso da rotisserie e depois de fechar a loja, pegou as sacolas de entrega e subiu as escadas, entrando pelo alçapão.

— Amigááá!!! Cheguei.

— Que bom, deixe-me ajudá-la. — pegou as sacolas e foi para a cozinha.

Norma passou pelo alçapão, fechou e logo estavam comendo, sentadas à mesa da cozinha.

— Então, amiga, o que está acontecendo? O que foi aquele beijo?

— Entrei numa furada, amiga. Tudo que envolve aquele homem, me afeta de uma forma que eu não compreendo. 

— O que você não entende?

— Pensei que me livraria dele hoje, mas parece que estamos mais grudados do que antes e eu… eu…

— O que tem você?

— Eu… sei lá… sinto algo por ele.

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