Capítulo 06

Heitor Bitencourt

Ouvir do Hélio que não fui o culpado pela morte da Juliana me deixou aliviado, mas a culpa ainda me consome porque poderia não ter ido ao evento no qual fomos convidados naquele dia. A Juliana insistiu muito para que fossemos e o resultado foi aquele acidente maldito.

Não terei mais a minha esposa e filho de volta, mas o canalha que causou a minha desgraça vai pagar muito caro pelo mal que me fez. Ligo para um detetive amigo meu porque vou precisar dos serviços dele que ficará responsável por investigar tudo sobre esse Guilherme.

Heitor - O Robson ligará para você para pegar mais informações sobre o imbecil que causou a minha desgraça.

Hélio - Ele é um detetive bem experiente\, tenho certeza que trará informações sobre o Guilherme Gonçalves e como podemos fazer-lo pagar pelo crime.

Heitor - Demorei três anos para fazer justiça pela Juliana esperando essa droga de conclusão oficial desse laudo pericial\, mas agora não vou dar mole para esse infeliz.

O meu advogado concorda e logo nos cumprimentamos com um aperto de mãos já que a nossa breve reunião particular acabou e como a Magnólia é a governanta a chamo para que o leve até a porta porque permanecerei no escritório. Assim que o Hélio sai me sirvo com outra dose de whisky e tomo em apenas um gole enquanto as lágrimas escorrem, a saudade da minha Juliana ainda é gritante.

Magnólia - Com licença Heitor\, vim conversar com você sobre um assunto.

Heitor - Não me vem com problemas Magnólia porque eu já tenho demais.

Magnólia - Não é nenhum problema Heitor. Como havia dito é de extrema necessidade uma nova arrumadeira e como você me deixou para resolver tudo eu vim lhe comunicar que colocarei uma pessoa de minha extrema confiança.

Heitor - Ela é da sua cidade?

Magnólia - Ela é filha da minha amiga de infância\, digamos que nos consideramos irmãs\, a moça está precisando de emprego porque precisa sair do interior.

Heitor - Como assim precisa sair do interior?

Magnólia - Ela ainda é jovem e como a minha amiga e o marido possuem uma fazenda e parece que a moça quer fugir um pouco do campo e vim para a cidade.

Heitor - Tudo bem Magnólia você sabe o que faz\, ela cumprindo todas as regras e fazendo o seu trabalho corretamente não vejo problema algum.

Magnólia - Aí essas suas regras ainda me deixam maluca.

Heitor - Você que ordenou algumas delas então não reclame\, está tomando muito o meu tempo.

A minha governanta somente balança a cabeça negativamente e sai do meu escritório me deixando lá. Eu não posso interferir nas escolhas em relação aos funcionários porque confio plenamente nela. Volto a me servir com uma dose de whisky e tomo mais uma vez em um único gole.

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Luna Vieira

Será muito difícil ficar longe dos meus pais e do meu irmão Cadu porque os amo muito e nunca fiquei longe deles por um dia se quer. Mas nesse momento a minha prioridade é o meu filho e não vou abrir mão dele nunca.

Me despedir da minha casa não foi nada fácil porque nasci nesse lugar e mesmo que não tenha sido nessa fazenda ela faz parte da minha vida e fará sempre.

Luna - Eu vou sentir tanta falta daqui gente.

Leila - E nós sentiremos falta de você minha filha... A nossa filha amada saindo de casa assim por causa de um infeliz daquele\, é doloroso demais\, se cuide Luna e fique bem.

Fábio - Não esqueça de mandar notícias Luna\, se cuide minha filha.

Luna - Eu amo muito vocês.

Abraço os meus pais com carinho e em lágrimas porque deixá-los está sendo difícil demais. Sinto algo no meu peito como se não fosse voltar mais aqui e isso é angustiante.

Saímos da fazenda em direção da rodoviária onde pegarei o ônibus a caminho de São Paulo. O meu pai pediu para me levar de carro, mas eu achei melhor ir de ônibus porque ficaria tarde para ele voltar e não quero que nada aconteça com os meus pais.

Leila - Toma cuidado Luna\, vai com Deus minha filha. 😭😭

Fábio - Que Deus te proteja minha menina. 😭😭😭😭

Luna - Se cuidem também\, eu amo vocês\, obrigada por tudo que fizeram por mim\, quando o Cadu voltar do passeio diga a ele que eu o amo muito também. 😭😭😭

E mais uma vez eu os abraço emocionada porque está doendo demais quando percebo que o ônibus está preparado para sair da rodoviária e logo entro para seguir o meu destino. Observo os meus pais pela janela e choro ainda mais por deixá-los, mas ao passar a mão na minha barriga entendo ser o melhor a se fazer…

Continua…

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