Meu pai chegou do trabalho cansado e com uma batida no carro. A mamãe quando viu chorou. Eu me contive em apenas ir para o meu quarto, assim comos os outros dois. Ana Paula foi a única que conseguiu manter a calma e ficar com ele.
Quem diria que a mais birrenta de nós quatro teria essa maturidade.
Nós duas tínhamos preparado uma surpresa para ele, e fomos o receber no estacionamento. Fomos em seu horário normal, mas hoje ele tardou duas horas, sem sinal, sem notícias. Já estávamos a ponto de enlouquecer quando o portão abriu.
O Range Rover com as janelas quebradas e com a carroceria despencando. Nosso oxigênio sumiu.
Quando ele percebeu a nossa presença seu olho dobrou de tamanho, principalmente com a preocupação evidente da mamãe.
Antes dela correr, ele a segurou pelo o braço e trouxe nós duas no colo aguentando os socos e gritos de desespero dela, calado e perseverante.
Foi a primeira vez que a ouvi dizer que vai dar a ordem de uma operação e o prender. Pois o prefere preso que morto.
Eu não consegui dizer nada. Estado de choque total.
— Eu estou bem, bebê. — aperta minha mãe num abraço, ela tendo uma crise. Com Math atrás para ajudar ele a sustentar, porque ele sempre se machuca para evitar ela se automutilar.
Mamãe desfalece chorando como uma criança desamparada, e Math a carrega para o quarto. Quando se relaciona a qualquer um de nós, ela sofre tanto que dói em todos nós bem mais do que o real motivo.
Resistindo a vontade de cuidar da nossa mãe, por causa de Poliana meu pai senta no sofá para fazer o curativo dos ferimentos. Feitos no incidente e pela mamãe.
— Pai ela quer tomar banho. Eu não me sinto confortável de fazer isso.
— Alexa. — obedeço indo ajudar.
— Separa a roupa para ela. — digo.
— Precisa de calcinha? — pergunta com vergonha.
— Matheus você cresceu encontrando calcinha da mamãe no porta luva do papai, pelo amor de Deus. Seja menos virgem, você vive com quatro mulheres!
— Alexa você não é nada reservada!!! — entra no closet para pegar a roupa.
Minha mãe solta uma risada fraca se divertindo.
Olho para mamãe, que fica por pelo menos 24 horas agindo como uma criança, após uma crise. Por seu mecanismo de defensa cerebral seja desligar todas as funções ficando extremamente relaxado, imerso.
— Levanta os braços. — ela o faz e dou um beijo em sua bochecha a vendo sorrir com o ato.
Papai me ensinou na prática como cuidar da mamãe.
Muito carinho e muita brincadeira. Não é necessário dar banho nela, ela se banha sozinha, só precisa de ajuda para andar e encontrar algumas coisas.
Ele dá banho nela, mas na minha frente não o fez. Porque ele estava tentando nos manter confortáveis, a intimidade de casal não se compara com a dos filhos.
— Beijo. — pede e encho ela de beijinhos no rosto.
Depois que ela termina de se trocar, com o besta do meu irmão ainda no quarto. Parece que percebeu a timidez é inútil. Que ele não vai ser considerado um assediador pela própria mãe e irmãs. Para a gente ele é só um bobão com a cara de Alexandre Teixeira, um verdadeiro pervertido, com todo respeito ao meu progenitor e provedor financeiro.
Pelo menos, não na nossa casa. Preferimos nos manter próximos, sem muitos limites. Óbvio que só quando ocasiona por necessidade ou acidente, meu pai ou Matheus não entram nos locais sabendo que estamos sem roupas sem nenhuma emergência. No caso do pai, só com a mãe.
— Venham aqui. — chama e Poliana pigarreia.
— Vamos cuidar das suas mãos e pés primeiro. — mamãe faz um biquinho, mas não protesta com o cuidado da minha irmã, e brinca com os seus cabelos enquanto ela passa antisséptico nos seus ferimentos.
Depois nos eu e Matheus deitamos com ela, e Poly foi terminar de tratar o papai. Ele mandou ela vir cuidar logo da mamãe.
Dois dias depois
— Ele aceitou, Alexa. — meu pai diz e pulo no seu colo. — Aí! — desço imediatamente.
— Desculpa! Esqueci. — falo pulando para conter a minha alegria e não o agarrar e encher de beijos em um abraço muito apertado.
Meu pai apenas sorri.
O motivo da crise da mãe meio que foi culpa minha, porque foi ideia minha esperar o papai no estacionamento.
Ela afirma que não, papai também. Que ela ia perceber mesmo que não visse o carro. Porque ia ver o corpo dele, que tava com cortes de vidro e grandes hematomas.
Tocar nele, e ele iria resmungar de dor. Ele chorou depois todos dormimos, olhei nas câmeras para ver se tinha acontecido mais alguma coisa com a mamãe e o que vi foi o papai chorando.
Ali não contive lágrimas, a cena dele sendo abraçado pela esposa adormecida e os seus silenciosos gritos.
Os meus pais são pessoas tão dóceis e fortes, chega a ser impressionante que seus trabalho sejam do tipo de vida ou morte.
Papai sendo um informante que sempre tem um alvo nas costas, a mamãe uma delegada que tem histórico de assassina para criminosos e justiceira para inocentes, cidadãos de bem. Tendo os maiorais do crime, com sua cabeça na mira.
— Eu vou para Roma! — anunciou para Naty.
— Sério? — seu falso entusiasmo é evidente.
— Sim, cumpri com sua recomendação. Vou ficar na casa de Dominike. — seu olhar muda.
— O que pensa de me levar com você?
— Você não ia fazer um tour pela Europa, e sua cidade preferida não era Paris? — pergunto com desgosto.
Eu não vou levar ela para mesma casa que Dominike nem se ele exigir. Eu desisto de ir para Roma se for uma das condições.
— Estamos falando do Dominike, mudo meus planos por causa dele.
— Hum, não era uma viagem entre amigas, o que meu futuro acolhedor tem a ver?
— Aí Alexa deixa de ser careta.
— Careta é a minha pomba imaginária. Eu já disse, Dominike, Matheus e Victor estão fora de sua jurisdição!
— Está bem, dramática obsessiva. - bufa.
Eu vou para Roma!
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Atualizado até capítulo 35
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