Capítulo 18

Esta é a surpresa, meu neto. Preparei um casamento surpresa para vocês dois!

Casamento? Ivy tinha seus pensamentos confusos. Como assim iria se casar? Será que Michael havia a enganado e fizera parte daquela armação? Não iria se casar forçada com Michael, pois uma coisa era o desejar, e ter um acordo com ele, outra totalmente diferente seria dividir sua vida com ele. Ela tinha as pernas bambas e parara de respirar por alguns segundos. Aquilo tudo só podia ser alguma brincadeira.

- Casamento, vovó? Como assim?

- Oh, meu neto, desde que me disse que estava noivo, eu venho com esta ideia, mas esperei até conhecer a doce, Ivy, e no momento em que coloquei meus olhos nela, tive certeza de que você tinha feito a escolha certa. Arrumei tudo com seu advogado, na verdade, não brigue com ele, pois eu praticamente o obriguei, e você sabe que eu sou bem convincente quando quero alguma coisa, não é?

Ivy sentia sua cabeça rodando, não podia levar aquilo a diante. Para ela, casamento era algo sério. Minutos atrás, estava quase prestes a se entregar a ele, mas casamento, era muito além do que ela estava disposta.

- Michael...acho...acho que precisamos conversar...por favor, eu suplico. – Ivy falava em tom baixo, e com olhos assustados.

- Claro...

Michael cochicha alguma coisa no ouvido de sua avó, e sai da sala com Ivy, os convidados também cochichavam entre eles, pareciam curiosos com o que estava acontecendo. Os dois então sobem até o quarto, e se fecham lá, precisavam esclarecer muita coisa.

- Michael, que brincadeira de mau gosto é essa? Você sabia disso? Nosso acordo não era somente um falso noivado? – Ivy falava aos berros.

- Por favor, não grite, ou então vão descobrir tudo.

- Que se dane! Eu não estou nem aí...o que significa tudo isso? Você sabia, não é?

- Mas é claro que não! Não ouviu minha avó dizendo que preparou tudo em comum acordo com meu advogado? Eu juro que não fazia ideia.

- E agora? O que vamos fazer?

Michael não sabia o que fazer. No fundo, a ideia de se casar com Ivy, não o assustava tanto quanto o assustava ao pensar em se casar com qualquer outra mulher, mas ao mesmo tempo, não podia prendê-la num casamento forçado. A desejava muito, mas isso não queria dizer que teria que se casar com ela. O que deveria fazer? Muitos pensamentos começam a surgir em sua mente, e um deles, era assustador: E se Ivy encontrasse um outro homem, algum dia? E se ela se entregasse a um estranho? Esse pensamento fez seu estômago se contrair, não podia imaginar sua doce Ivy Garcia nos braços de outro homem que não fosse ele, não podia permitir uma coisa daquelas. Só havia uma coisa a ser feita.

- Vamos ter que nos casar! – Diz, Michael firmemente.

- O quê? – ela grita.

- Ivy, pense bem...minha avó está com noventa e três anos, é triste dizer isso, mas...em breve...você sabe. Não podemos dar esta alegria para ela? Vovó preparou uma festa com tanto amor...

- Michael, você fala isso como se fosse somente uma festa, mas é um casamento, ouviu bem? UM CASAMENTO! O nosso, casamento.

- É tão ruim assim a ideia de se casar comigo?

- Não!...sim...quero dizer...não nos amamos...eu...eu não sei de mais nada, Michael, mas não podemos nos casar!

- Você acha que somente o amor, une duas pessoas? Tenho certeza que nosso breve casamento será satisfatório para nós dois. Minha avó não vai durar para sempre, e assim que o inevitável acontecer, eu darei sua liberdade.

- Você não pode estar falando sério!

- Estou sim, vamos nos casar!

- Não! – ela grita – Você não pode me forçar!

- Posso sim, senhorita, Garcia. Se não se casar comigo, será despedida, e não darei as ações de minha empresa, nosso acordo estará desfeito!

- Como é? Então é assim? Você está mesmo disposto a me forçar a casar com você? Como eu me enganei em relação ao seu caráter, senhor Michael Wood. Você é um verdadeiro monstro!

Aquelas palavras o atingiram como uma flecha. Perdera completamente o juízo e o discernimento do que deveria fazer. Jamais poderia forçar Ivy a se casar com ele, mas tinha que admitir, que em seu íntimo, era o que mais desejava. Ele então se senta na beirada da cama, e dá um longo suspiro, não se importava em parecer triste, e por este mesmo motivo, acaba se deixando levar pelas lágrimas. Ivy acaba ficando surpresa por ele chorar, não imaginava que ele estivesse sofrendo daquele jeito. Ela se aproxima dele, e se senta ao seu lado.

- Me perdoe, Ivy...eu jamais a obrigaria a se casar comigo, esqueça o que eu disse sobre o acordo ser desfeito, não tem que continuar com isso, não posso a forçar...mais uma vez, eu fui um idiota, aliás, eu tenho sido um idiota desde que nos conhecemos...eu...somente não esperava por isso tudo.

Ivy não sabia o motivo, mas seu coração se apertou ao ouvir aquilo. Em seu íntimo, queria que tudo fosse real, secretamente desejava se casar com ele, mesmo que por poucos meses, mas desejava dividir a vida e a cama com Michael, pois em seu íntimo, começara a amá-lo.

Qual era o problema de aproveitar o que o destino a reservava? Não estava fazendo mal a ninguém, queria pelo menos viver seu sonho dourado, ainda que por pouco tempo. Instantaneamente, acaba tomando uma séria decisão, estava disposta a colher as consequências, iria fazer sua primeira grande loucura, ou deveria dizer imprudência? Pagaria para ver!

Ela então se levanta da cama, e se coloca em frente ele, depois estende sua mão e fica o olhando.

- Vamos, Michael...Vamos descer!

- Primeiro precisamos pensar muito bem a desculpa que daremos aos convidados, sobre não ter o casamento.

- Mas haverá!

- O que disse?

- Eu disse que haverá casamento! Vamos nos casar... Não é isso que sua avó quer? Pois vamos dar essa alegria a ela!

Michael e olhava atônito. Imediatamente fixara seus olhos nos dela e a encarava de forma confusa.

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