Capítulo 6

Em questão de minutos, sai da imponente sala e alcança a recepção, e logo depois, a calçada do edifício. Ao sentir a brisa suave que soprava, se sentia melhor, e enquanto caminhava, tentava ponderar a situação, fazia uma lista mentalmente dos prós e contras de aceitar aquela oferta, era óbvio que qualquer pessoa em seu lugar diria sim, no mesmo instante, pois a verdade era que havia muito mais vantagens para ela, do que para o escritório Wood, já que além de receber 5% das ações de um escritório conceituado, ainda trabalharia com o melhor arquiteto do país, seu aprendizado seria constante.

Passara a noite em claro, apenas tentando chegar a uma conclusão, e a cada vez que tinha certeza da resposta que daria, no minuto seguinte já não sabia de mais nada. Ela e Michael haviam combinado que se encontrariam num café, perto do escritório, na manhã seguinte, e no horário marcado, entra e vai o procurar por entre os clientes, mas aparentemente ainda não havia chegado. Se senta fica observando as pessoas a sua volta, tinha sensação que a qualquer momento fossem descobrir a enorme mentira que estava prestes a compactuar.

Suas pernas pareciam criar vida própria, balançavam insistentemente, suas mãos estavam trêmulas e sua garganta seca, seu coração parecia querer saltar do peito, tinha a impressão que todos poderiam ouvir as batidas aceleradas. Por muitas vezes pensou em sair correndo dali, mas já havia tomado sua decisão, e não voltaria atrás. Alguns minutos se passam até que Michael entra pela porta, observa ainda o torcer de pescoços femininos o acompanhando, era impossível não o olhar, devido seu porte elegante e sua estonteante beleza. Deveria se acostumar com aquilo, estava disposta a aceitar a oferta, e sabia que em muitas situações, os olhares femininos estariam em peso, sobre ele.

— Como está, senhorita, Garcia? — Cumprimenta ao mesmo tempo em que se sentava na cadeira à frente dela.

— Bem, obrigada.

— Você quer beber alguma coisa?

— Não, acho que não é boa ideia colocar cafeína no meu organismo, agora.

— Está nervosa?

— Sim!

— Então, se está nervosa, presumo que aceitará minha oferta?

— Apesar de achar tudo uma grande loucura...sim, eu aceitarei! Pensei bastante, não foi nada fácil, pois minha razão me diz o tempo todo que eu não devo aceitar, e que é loucura! Mas ao mesmo tempo, não posso perder a oportunidade de trabalhar em seu escritório, aquele lugar é simplesmente o melhor do país, seria maravilhoso para minha carreira. Quero me estabelecer como arquiteta, quero ser reconhecida pelo meu trabalho, e vejo que esta pode ser minha grande chance...sem contar, que terei minha situação financeira resolvida, e um noivado pode ser desfeito, não corremos risco nenhum, podemos terminar este acordo a qualquer momento.

— Ótimo! Tinha certeza que não recusaria minha oferta, garanto que sairá ganhando. Então temos mesmo um acordo?

— Sim, senhor Wood! Serei uma de suas arquitetas e também... sua noiva de mentira.

Pela primeira vez, Michael abre um grande sorriso, o que fizera com que o corpo de Ivy se arrepiasse por inteiro, aquele homem era ainda mais bonito quando sorria, o que não era nada justo! Naquele momento, teve a mais absoluta certeza que estava entrando num jogo muito perigoso. Estava ciente de que o compromisso que tinham, não passava de um acordo, e esperava sinceramente que seu coração entendesse aquele “pequeno” detalhe, ou teria sérios problemas. Teria que se tornar imune aos encantos do senhor Wood.

— Ótimo, Ivy! Sugiro que pare de me chamar de senhor, assim como pararei de chama-la de senhorita, Garcia, a partir de agora nos chamaremos por nossos nomes, apenas. Precisamos convencer a todos que temos um relacionamento.

— Está bem, vou me esforçar ao máximo para parecer o mais natural possível, embora não seja nada fácil para mim.

— Não precisa ficar nervosa, garanto que será mais fácil do que você imagina, como disse, não temos sentimento algum um pelo outro, e isso facilita muito as coisas. Ninguém saberá de nosso acordo, e depois desses trinta dias que passaremos no litoral, poderemos voltar com nossas vidas normalmente, até lá, consigo pensar em alguma explicação para minha avó, sobre nosso rompimento, até porque, não sei quanto tempo ela ainda tem de vida. Depois disso poderá continuar a trabalhar no escritório, é claro.

Era o que, Ivy esperava, que corresse tudo muito bem. Não era adepta de mentiras, e apesar de ser por uma boa causa, não deixava de ser uma mentira.

- Me diga uma coisa, apenas para ter certeza de que você é mesmo a pessoa certa. Você quer ter filhos algum dia?

- Claro que sim!

- Eu imaginei! Só a ideia de ter filhos me deixa em pânico, jamais quero ser pai. O que você acha sobre esportes radicais? Já praticou algum?

- Não! Detesto qualquer coisa que me coloque em risco.

- Claro...você é a típica mocinha tradicional. Eu não vivo sem uma dose de aventuras. O que prefere? Comidas doces, ou salgadas?

- Confesso que tenho uma queda pelos doces.

- Não me surpreende! Eu prefiro salgado e amargo! Que tipo de música você gosta...não, não me diga, deixe-me adivinhar...você me parece alguém que gosta de jazz...acertei?

- Bem...sim! – diz Ivy, sem jeito.

Michael parecia estar se divertindo com aquelas perguntas, mas ela sabia que era parte do acordo, deveriam se conhecer o máximo possível, já que em uma semana, estariam representando o papel mais difícil da vida de ambos.

- Eu prefiro o rock ‘n’ roll...Viu como nós nos daremos bem? Somos opostos em absolutamente tudo. Não correremos o risco de nos envolvermos emocionalmente, pois até nossos gostos para música são opostos. Somos incompatíveis, em todos os sentidos, Ivy...Você é a noiva perfeita!

Depois de trocarem mais algumas informações, Michael se levanta e vai embora, havia combinado de que na manhã seguinte a apresentaria oficialmente ao escritório, e que poderia começar a trabalhar, teria apenas uma semana, trabalhando no escritório Wood, até irem para o litoral, precisava mostrar, naquele curto espaço de tempo, que era uma profissional competente. Permanecia sentada à mesa, olhando para a calçada do lado de fora, imaginava se, ter sido atropelada por ele, havia sido sorte ou azar, mas isso ela só descobriria ao longo do tempo.

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Comments

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

dizem que os opostos se atraem .../Chuckle/ no caso da Ivy e o sr Wood , se atropelam/Facepalm/

2024-06-03

1

Cizza le lait

Cizza le lait

Que tiro foi esse?Que está um arraso. 😅😅😅

2024-03-28

1

Rita Silva

Rita Silva

Caraca!!! Michael é in.su.por.tá.vel!! Mto dono de si... tá dando as cartas... até quando??!!! 🤭🤗😆😆😆

2024-03-27

4

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