Capitulo 7

Mark chega no seu apartamento um pouco ofegante de ter subido as escadas de cinco andares.

Ele olha para o apartamento vizinho e vê que Nathali ainda não estava.

― E o que eu tenho a ver com isso?

Ele fala alto e entra no apartamento. Vai direto para o banho e resolve pedir comida. Logo depois, ele começa a olhar a planta do projeto que estava criando, quando o interfone toca. Sua comida chegou.

Só então ele lembra do elevador em manutenção e lamenta ter pedido comida.

Lá vai ele descendo as escadas novamente, chega no entregador e recebe sua comida.

Ele volta para ir às escadas e franze o rosto ao ver pessoas entrando e saindo do elevador. Então ele vai até o síndico.

― Roger, boa noite. O elevador já foi consertado?

O síndico faz uma cara confusa e coça a cabeça.

― Desculpe senhor Evans, mas do que está falando?

― Do elevador, ora! Estava em manutenção, não estava?

― Que eu saiba não. Não me comunicaram nada! Eu vou verificar.

Mark se dá conta do que estava acontecendo e se sente um idiota. Imediatamente ele se imagina com uma cara de palhaço igual nos memes que viu na internet.

“Aquela garota!! Me enganou! Isso já está passando dos limites!”.

― Não há necessidade Roger. Eu acho que me enganei... desculpe.

― Tudo bem, senhor. Mas fique tranquilo que sempre que tiver alguma manutenção ou coisa relacionada, sempre mandamos um comunicado no e-mail e na porta de cada apartamento.

― É claro... eu tinha me esquecido disso. Obrigado.

Mark vai para o elevador e sobe normalmente, mas sua raiva só crescia a cada andar que passava.

― Ela vai me escutar!

― O que disse? ― Uma senhora que estava no elevador com ele pergunta.

― Ah, nada não. Estava falando alto.

Ela o olha como se fosse maluco e desce no andar abaixo do seu.

Ele respira fundo e sai no seu andar já olhando para o lado dela e vê luz embaixo da porta. Logo ele vai até lá e começa a bater forte.

― Abre essa porta Nathali! Sei que está aí! Anda!

Ele continua a bater até que ela abre a porta só de toalha com os cabelos molhados e cheirando a rosas.

Ele meio que congela ao olhar para ela e imagens dela sem toalha e gemendo o seu nome invadem a sua cabeça fazendo seu amigo querer acordar.

― Vai dizer por que estava quase quebrando minha porta ou vou ter que esperar seu amiguinho acalmar?

Ele a vê apontar para o seu volume e imediatamente ele põe a mão na frente.

― Isso também não são modos de atender alguém!

― Eu tive que correr, senão iria ficar sem porta!

Ele fica meio constrangido, mas logo tenta se recuperar.

― Ah, esquece! O que você fez com o elevador foi golpe baixo!

Ela levanta uma sobrancelha e fala bem cínica.

― Eu não fiz nada com o elevador. Está funcionando normalmente. Jamais prejudicaria as pessoas desse prédio.

― Ah, eu não sou uma pessoa não?

― Há controvérsias...

― O quê??

― Olha Mark, eu não posso fazer nada se você acreditou em um bilhetinho. Agora se me der licença, posso continuar a tomar meu banho ou você quer me acompanhar para continuar a discussão?

Mark sente seu amigo pulsar com o pensamento de tomarem banho juntos.

― Não seria uma má ideia...

Ele dá um passo para dentro e ela se assusta indo para trás segurando a toalha com mais força.

Mark vê medo em seus olhos e dá passos para trás.

“Mas que droga de mulher! O que ela está fazendo comigo??”

― Olha... só para de aprontar. ― Ele fala mais calmo tentando recuperar a sanidade.

― Só eu que apronto é??

― Eu só reajo as suas provocações!

― Para de ser ranzinza!

― Ranzinza??

― Ah, quer saber? Essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum! Estou morrendo de frio e vou tomar meu banho que eu ganho mais! Boa noite! ― Ela empurra-o para fora do apartamento e fecha a porta com tudo.

Mark sente a porta quase acertar seu nariz. Ele estava com tanta raiva que pensou em bater de novo, mas desiste.

Ele pensaria em algo para se vingar. Bufando, ele volta para o seu apartamento e também fecha a porta com tudo.

...********************...

Nathali chega em seu ateliê no dia seguinte totalmente afobada. Estava atrasada e tinha uma encomenda para entregar aquele dia.

― Bom dia Nanda. Nossa, peguei um trânsito horrível.

― Bom dia Nathi. Também peguei. As pessoas estão louquinhas atrás de presentes para o Natal.

― Verdade. Ainda bem que já comprei os meus rs.

― Eu também!

Elas riem.

― Nem te conto o que aprontei com o bonitão ontem. ― Nathali fala em tom divertido.

― O quê??? Me conta tudo!

Nathali fala do que fez com o elevador e como Mark reagira.

Ela também fala que ele ficou maluquinho ao vê-la só de toalha e que estava morrendo de curiosidade para ver o que ele tinha por debaixo das calças.

― Sua safadaaaa! Kkkk ― Ananda não aguenta e começa a rir.

― A amostra de ontem me deixou curiosa kkkk. Se por baixo parecia grande, imagine todo visível!

― Hummm me deu até água na boca... ― Ananda fala mordendo o lábio com desejo.

― E eu que sou a safada?? Kkkk. Nem vem, hein?

― Hummm, tá querendo o vizinho bonitão só para você é?

― É claro... que não! Jamais ficaria com alguém tão ranzinza como ele.

― Sei... rs. Posso pegar então??

Nathali pensa na amiga pegando o seu vizinho e não gosta nada. Era como se fosse um sentimento de traição.

Ananda começa a rir da cara dela.

― Viu?? Você gosta dele! Está nítido o seu interesse.

― Não diga bobagens! Se quiser pegar, não ligo! Mas você pode ficar ranzinza igual a ele. Agora vamos trabalhar.

Ananda vê sua amiga desaparecer dentro do ateliê com uma sobrancelha erguida.

“Só ela ainda não percebeu que está caidinha pelo vizinho gostosão rs”.

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