Capítulo 11: A Triste Chuva

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— O'Que você quer com essa garota, criatura vil.— Disse Davi, já com um rosto demonstrando alguma raiva. — O'Que eu quero?

So curprir as ordens do meu Deus.— Responde Vlad, já largando a Cristie, desacordada, no chão.

— Se seu Deus ordena que você capture a faça mal e essa garota, com certeza ele é um Deus maligno.— Afirma Davi, já lentamente caminhando em direção ao assassino.— Hoje acaba sua caminhada de terror e assassinatos, disfarçado de uma cruzada com sua fé distorcida.— Finaliza o Templário.

— Você afirma que sua fé ao seu Deus de luz é mais correta que a minha ao meu.— Em um tom de deboche Vlad já se encaminhando também, em direção a Davi. — Não existe certo e errado, eu só sou devoto a minha fé, assim como você é a sua. — Finaliza o assassino, já invocando um lança em cada uma de suas mãos.

— Que seja, assassino, logo você entenderá o que estou falando.— Então Davi avança contra Vlad, que também vem em frente, em sua direção.

Ao chegar, um a frente do outro, Davi logo desfere vários golpes com seu machado.

Por cima, pela direita, pela esquerda, golpes rápidos e fortes, porém Vlad com uma lança em cada mão, conseguia defender, embora com alguma dificuldade pois ainda sentia dor devido aos ferimentos da batalha contra Cristie, que havia ocorrido cerca de vinte minutos atrás.

Então Davi em um instante, levanta seu grande machado, alto acima da sua cabeça.

E desfere um grande golpe, na intenção de partir Vlad em dois, e no instante que vê o machado se aproximando ele salta em uma linha reta para trás enquanto o machado acerta o chão, assim criando um buraco e várias rachaduras com impacto.

Davi rapidamente arranca seu machado do chão, agarra com as duas mãos na ponta do cabo e o coloca para o lado, na postura para desferir um golpe. — O'Que ele está fazendo. — Pensa Vlad.

Assim a lâmina do machado de Davi começa a brilhar, e quando ele desfere um corte para frente, uma lâmina de luz vem voando em uma velocidade incrível, rumo ao corpo de Vlad.

Vlad, que pensava estar seguro devido a distância entre os dois, no desespero invoca cinco lanças, em pé, cravadas no chão, formando um tipo de parede.

E ao ver aquilo, em um instante Davi pensa.— O que é aquilo, ele não precisa mais invocar sua lança usando as mãos, ele pode fazê-las simplesmente surgir em qualquer lugar.

Isso não estava no relatório, o DOM dele evoluiu? —

Então a lâmina de luz finalmente se choca com aquela parede de lanças, embora tenham impedido que o golpe atingisse o corpo de Vlad, elas ainda se partiram em pedaços e com o impacto jogando o assassino de costas no chão.

E quando Vlad se dá por conta, Davi já está em cima dele, o encarando, e com o machado em punhos novamente.

Em seguida, olhando para ele, Vlad levanta sua mão direita em direção a Davi, com o braço bem esticado para frente, a mão bem aberta, Ele dá um pequeno sorriso com o canto da boca.

Davi, que primeiramente pensara que Vlad esticou seu braço pois iria clamar pela vida, em seguida olha para cima e vê uma lança flutuando, alguns metros acima deles com a ponta para baixo.

Uma, duas, três, quatro, cinco, e continuaram surgindo até ficarem quase três dezenas de lanças, ali flutuando.

Davi que olhava para cima, além daquela cortina de lanças, para o céu escuro que estava limpo e sem nuvens, realçando a vista das estrelas.

Vinte e cinco anos antes.

Está um Davi mais jovem saindo da Divisão Celestial, pois na época era um Grande Paladino.

Caminhando pela rua com seu amigo Theodor, que era um Templário, a caminho de uma escola que havia ali perto.

— Que idade já está o benjamin?

Parece que foi ontem que ele nasceu.— Pergunta Theodor. — Você é o padrinho dele, deveria saber isso Theo.

Ele está com 5 anos. — Responde Davi.

Theodor: — Hehe, e aí você já decidiu entrar para os Templários? alguém com suas habilidades seria muito útil.—

Davi: — Eu já te falei Theo, eu estive em muitas lutas e fiquei próximo da morte muitas vezes também.

De todos os Deuses que existem nesse mundo, nenhum veio me ajudar, nem o Lorde do verde, nem a senhora no mar e nem seu Deus de luz.

Eu só posso servir no que acredito, e no momento só acredito nos meus companheiros Paladinos que lutam ao meu lado.—

Theodor: — Porque todo o cara honrado é teimoso em.

Bom... Eu tenho que ir, manda um beijo para o pequeno Benjamin.—

Algum tempo depois, Davi já está voltando para casa, com seu filho.

E de repente ocorre um acidente na rua com dois carros se chocando.

Assim Davi se distrai por um instante, observando, para ver se teria algum ferido.

Porém um instante de distração é o suficiente para o jovem garoto correr para atravessar a rua, ao mesmo tempo que um grande carro vem em sua direção.

Após notar isso, Davi corre para tentar evitar a tragédia, ele até chega no garoto, mas o carro atinge os dois.

Davi leva um golpe na cabeça deixando um grande corte, e uma futura cicatriz, e Benjamin teve uma grande batida bem no meio do peito.

O carro acelera e sai rápido dali, enquanto Davi se levanta rápido, e ao ver seu filho com os olhos travados e seu peito que  já não se movimentava, insinuando que já não respirava.

Davi corre e se ajoelha, já em lágrimas ao lado do garoto, começa a fazer massagens cardíacas, pois aprendeu o básico durante o treino de Paladino. — Por favor, se existir qualquer um ouvindo, me ajudem.

Por favor.— Implora Davi desesperado e em lágrimas.

E instantes depois o garoto puxa o ar com força e começa a tossir, assim aguentando tempo o suficiente até os Paladinos de cura chegarem, e salvarem o garoto.

Ninguém sabe se alguém escutou as preces do homem, ou se as massagens cardíacas funcionaram e sopraram vida ao menino até a ajuda chegar, mas para Davi, não importava.

Ele deixou os Paladinos, entrou para os Templários e nos próximos vinte e cinco anos, cumpriu todas as ordens, e fez todas as missões com perfeição para pagar seu eterno débito.

E hoje Davi que olhava para o céu estrelado, se volta a Vlad que faz um movimento para baixo com sua mão fazendo aquelas lanças descerem contra eles.

Davi salta para trás, e em seguida de um lado para o outro rapidamente, tentando desviar das lanças que caem como chuva.

Enquanto Davi está completamente focado em desviar da chuva de lanças, ele acaba tirando o foco do Vlad, que aproveita para se aproximar em super velocidade, usando as lanças para distrair.

E quando Davi nota, Vlad aparece em suas costas, com um corpo meio abaixado, e com um movimento rápido e seco, Vlad enfia a lança de baixo para cima na base na nuca de Davi.

Entrando na nuca e saindo bem ao lado de sua cicatriz, seus braços amolecem, soltando seu grande machado ao chão.

Em seguida seu corpo cai, já sem vida, enquanto Vlad para em frente a ele. — Você foi digno meu senhor, sempre vou me lembrar.—

Em alguma cidade desconhecida, está Benjamin já com trinta anos.

Sentado em uma varanda lendo um livro, e pela janela é possível ver sua mulher alimentando um bebe, além de duas crianças brincando nos jardins.

Feliz em uma vida simples, longe desse terrível mundo de batalhas.

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Fim do Capítulo 11

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