Capítulo 02

Ísis correu por um bom tempo, logo começou a chover e ela correu ainda mais, enquando chorava por estar sendo acusada de algo que não fez e não poderia se defender.

Ísis estava faminta, ela abriu a bolsa e o único dinheiro que tinha daria apenas para tomar um café, foi então que ela avistou uma cafeteria do outro lado da rua desconhecida e foi até lá.

Ísis comprou um café, um pão seco e na saiu da cafeteira. Na saída ela viu um homem no banco onde ela estava anteriormente, ele estava de cabeça baixa com os braços em volta do próprio corpo.

Ísis: Senhor, está tudo bem?

Ísis se aproximou dele.

Ísis: Senhor?

O homem olhou pra ela e Ísis lhe estendeu a mão com o pão e o café.

Ísis: Pegue.

Ele olhou para ela como se não entendesse o motivo dela estar te dando aquele café preto e o pão seco que parecia ser a única coisa que ela podê comprar para comer, mas a fome dele era tanta que não esperou Ísis perguntar duas vezes.

- Papai!

Ísis estava observando o senhor comer quando se assustou com um homem saindo de um carro desesperado.

O homem foi até o senhor é o abraçou. O idoso por outro lado, não demostrada nenhum tipo de emoção.

- Pai, porque fugiu novamente? Ficamos preocupados, olha só como o senhor está encharcado…

O homem era alto, loiro e super atencioso, Ísis jamais havia reparado em um homem, mas aquele a chamou atenção.

Ísis acordou do seu sonho real quando o senhor que até então estava calado começou a falar.

- Brian meu filho, você é o Brian, o meu filho…

O senhor repetia as palavras incansavelmente.

Brian: Sim pai, é o seu filho…

Brian abraçou o seu pai e aquilo fez Ísis ter uma lembrança da infância, quando tinha que acordar o seu pai alcoólatra e ajudá-lo a ir para a cama.

Mas ela sabia que não era o caso daquele senhor, ele provavelmente sofria de algum problema mental e muito provavelmente havia fugido de casa.

Brian: Pegou isso no lixo pai? Vamos para casa e lá você come o que quiser, combinado?

Brian estava sentado ao lado do pai.

Ísis: Desculpa interromper, mas esse café e esse pão foram comprados naquela cafeteria, não precisa se preocupar.

Brian estava tão cego por encontrar o pai que nem havia notado a presença de Ísis.

Brian: Quem é você? Desde quando está aí?

Ísis: Cheguei primeiro que você…prazer, me chamo Ísis.

Brian levantou e foi cumprimentar ela.

Brian: Perdão Ísis, esse velho está me deixando louco.

Brian deu um sorriso, mas os seus olhos só passavam tristeza e sofrimento.

Ísis: Acredite, eu te entendo…

Brian: Foi você que comprou esse café pra ele? Espere, eu vou lhe pagar.

Brian abriu a carteira e tirou a maior nota de dentro, Ísis imediatamente recusou.

Ísis: De forma alguma!

Brian insistiu, mas Ísis não aceitou.

Brian: Então me passe o seu endereço, minha irmã é dona de uma padaria famosa e eu faço questão de te enviar uma cesta como forma de agradecimento, por favor não recuse, gentileza gera gentileza.

Ísis ficou sem jeito.

Ísis: Acontece que eu não tenho uma casa.

Brian: Você mora com seus pais.

Ísis: Também não tenho mais os meus pais.

Brian: Eu sinto muito.

Ísis: Faz muito tempo…

Brian assentiu.

Brian: Onde você mora Ísis?

Ísis: Até ontem eu estava abrigada em uma igreja, mas agora estou sem ter para onde ir.

Brian colocou as mãos na cintura e olhou para o lado um pouco pensativo.

Brian: Qual a sua idade?

Ísis: 18

Brian: Você vem com a gente, depois irá me explicar o que aconteceu para parar na rua, combinado?

Ísis: Eu não quero incomodar…

Brian: Vamos, a chuva está piorando.

Brian ajudou o pai a levantar do banco e Ísis ficou parada sem saber se ia ou não.

Brian: Ísis, vamos!

Ele gritou já no carro.

Ísis correu até o carro e ficou a se perguntar o que estava fazendo com a própria vida, será que ela podia mesmo confiar naquele homem?

Durante o caminho o senhor não dizia nada, Brian estava concentrado na estrada e não também não disse uma só palavra, Ísis não tinha nem o que dizer, então ela apenas ficou observando as ruas pela janela.

Um tempo depois…

Brian: Chegamos.

Ísis havia adormecido minutos antes e quando abriu os olhos achou que estivesse sonhando.

Ísis: Uau…

Brian sorriu de canto e abriu a porta do carro para ela.

Brian: Seja bem-vinda, Ísis.

Ísis: Nem sei como agradecer, o senhor nem me conhece e está me ajudando muito…

Disse Ísis ao sair do carro.

Brian: É claro que te conheço, você é a garota que cessou a fome do meu pai.

Ísis sorriu pra ele e Brian se dirigiu até o pai.

Brian: Vamos pai, chegamos em casa.

Brian ajudou o pai a caminhar e Ísis tratou de fechar as portas do carro e acompanhar eles até a casa.

- Precisa de ajuda senhor?

Perguntou um segurança.

Brian: Apenas guarde o meu carro, obrigado.

Ao entrar em casa, uma senhora de meia idade e aparentemente funcionária, veio até eles.

Brian: Encontrei ele Maria, o meu pai está de volta.

Maria: Graças a Deus!

Ela comemorou.

Maria: O senhor nos deu um susto dos grande senhor Juan, foram dias angustiantes! Que bom que o seu filho o encontrou e o trouxe de volta.

Brian: Sim, o importante é que ele está bem e não irá mais fazer isso, certo pai?

Brian olhou para o pai que permanecia calado.

Brian: Espera, onde está a Ísis?

Brian olhou para fora e Ísis permanecia de pé na entrada.

Brian: Ísis, o que faz aí fora? Vamos, entre e se apresente para a Maria.

Ísis tirou o calçado sujo de lama e entrou um pouco envergonhada, Maria olhou para Ísis com um sorriso e ao mesmo tempo surpresa.

Ísis: Olá…

Maria: Olá, Ísis.

Brian: Maria, a Ísis ficará aqui em casa, ela está sem moradia por enquanto e eu resolvi trazê-la, se não for muito incômodo eu gostaria que providenciasse um quarto na parte dos funcionários, algumas roupas e uniforme para ela.

Maria: Claro, seja bem-vinda Ísis!

Ísis: Muito obrigada, Maria.

Brian: Obrigado, vou ajudar o meu pai com o banho, peça para o cozinheiro fazer uma sopa reforçada para o velho.

Maria assentiu e Brian subiu a escada com o pai.

Maria: Vamos para o meu quarto, lá você pode tomar um banho e trocar essa roupa molhada, é o tempo que eu arrumo o seu quarto e seu uniforme.

Ísis acompanhou Maria.

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