Capítulo 17

Ravi

Não vou negar que esse é o meu desejo secreto nos últimos dias, ela aqui em minha cama se entregando ao prazer que quer nos consumir como fogo em brasa. Mas não sei se é isso que ela quer também, eu esperei uma mordida, esperei um empurrão, mas a pequena ladra me surpreendeu e se entregou ao beijo, se entregou ao momento. Paro o beijo por um instante e encosto minha testa na dela ao dizer:

— Você não vai me xingar pela manhã? Sair do meu quarto antes que eu desperte e me fazer acreditar que foi apenas mais um sonho erótico que tive com você? — ela passa a língua no meu lábio enquanto olha nos meus olhos e diz:

— Não sou uma covarde que sai correndo depois que faz algo desse tipo e se estou permitindo que me toque é porque eu quero! Você me acendeu, Ravi, agora precisa apagar o meu incêndio. — ela me puxa para outro beijo enquanto vou me livrando de nossas roupas.

O meu toque em sua pele suave e quente me faz entrar em um êxtase que não quero sair. Seus gemidos a princípio baixo começam a ficar mais altos conforme meus lábios beijam seu pescoço e descem para seus seios. Eugênia segura firme em meu cabelo e vai guiando meu rosto por onde ela deseja sentir o toque da minha língua, mas a surpreendo ao segurar suas mãos acima de sua cabeça as amarrando com uma de minhas gravatas que encontrei embaixo de um dos travesseiros. Passo minha língua nos lábios dela como fez comigo e pergunto:

— Quer um orgasmo decente? Vou te dar um usando minha boca!

A risada dela me desafia de um jeito quase que insano, faço uma pequena trilha de marcas vermelhas até chegar onde quero e ela arfou ao sentir o calor de meus lábios na intimidade dela impulsionando sua cintura para frente desejando meu toque ali. Mergulhei entre suas pernas sem pensar duas vezes, ela é doce e delicada, intensa e quente, convidativa e apertada. Uso minha língua como um pincel nessa atrevida obra de arte que me convida a entrar a cada pincelada que dou, após deixá-la louca com minha língua começo a sugar seu ponto mais sensível sentido ela explodir em minha boca depois que chega ao seu limite do prazer e tem seu orgasmo arrebatador.

O gemido alto, as mãos dela segurando meus cabelos mesmo com seus pulsos atados pela gravata, que sensação maravilhosa. A pequena ladra me puxa para cima dela e enquanto me beija me empurra virando nossos corpos e se sentando em cima de mim, não esperava senti-la agora, mas foi perfeito sentir ela sentando enquanto rebolava lentamente, nos encaixando e olhando em meus olhos. Não foi algo planejado por nós dois, mas está sendo melhor do que imaginei nos últimos dias. Sentir ela como desejei pensei que não seria possível, que bom que eu estava errado.

 — Está surpreso, Ravi? Confesso que gostei do tamanho do seu conteúdo. — a risada dela me atiça, seguro na cintura dela e a deito na cama.

— Você ainda não viu nada, Eugênia. Vou te deixar tão satisfeita que vai implorar por mais.

— Está aí algo que pago para ver, seu riquinho metido a besta!

— Não precisa ver, basta sentir, pequena ladra!

Não pensamos muito durante essa noite torrida que tivemos, mas sei que ela vai tomar as devidas precauções depois que voltar para sua casa, mas confesso que não seria uma má ideia ter um filho com a minha pequena ladra. Em algum momento o dia amanheceu e nós adormecemos, acordei com ela ainda nua, com os pulsos atados pela minha gravata e em meus braços. Eugênia não fugiu de mim, cumpriu sua promessa e ficou… Como as coisas ficarão entre nós agora?

Começo a desatar o nó que dei na gravata para soltar os pulsos dela e com isso acaba despertando, ela olha para mim e dá um lindo sorriso… O tipo de sorriso que eu amaria ver todas as manhãs. O que está acontecendo comigo? Não posso estar me apaixonando por ela.

— Preciso ir cuidar do Dylan! Até, senhor Sault! — a vejo se levantar, nua e linda, logo começa a catar suas roupas pelo chão como se essa madrugada não tivesse existido.

— Como assim “até senhor Sault”? E nós? — ela me olha com a maior naturalidade e fala:

— Nós o que? Não tem nós! Por que teria?

— Você por um acaso tem perda de memória recente? É parente da Dori por acaso? Nós passamos a noite juntos! A prova está marcada pelo seu corpo como tatuagem na pele!

— Ah, isso! — ela fala apontando para as marcas evidentes no corpo dela e no meu.

— Sim, isso! Passamos uma noite bem excitante juntos, Eugênia!

— Ah, sim… Verdade! Você quer o que? Flores? Chocolates? Uma música romântica dedicada a essa noite maravilhosa? Ravi, somos adultos, nossa vida não pode parar por causa de uma noite de prazer. Gostei e repetiria, mas não posso tratar você como um lindo príncipe encantado que entrou em minha vida montado em um lindo cavalo branco e agora temos que nos casar porque dormimos juntos. Relacionamentos exigem sentimentos, exigem conhecer um ao outro e nós ainda somos estranhos que temos apenas o amor pelo nosso filho em comum e pelo visto muito tesão também.

— Quem machucou tanto você para ser uma pessoa tão fria? Gostaria de dar fim a essa pessoa!

— A vida… E acho que você não pode com ela! Vou cuidar do Dylan, mas se quiser me conhecer de verdade eu gosto de whisky e de olhar as estrelas. — ela me dá um suave e quase imperceptível beijo nos lábios enquanto sua mão pousa levemente em minha bochecha e depois sai do quarto.

Vou ganhar seu coração, pequena ladra, já que você roubou o meu com seu furtivo e irresistível jeitinho de ser. Me levanto e vou até o closet escolher meu terno de hoje, optei por um preto com a gravata que usei para prender os pulsos da pequena ladra de coração alheio. Sua cor vinho casa bem com meu terno preto. Preciso de um banho, mas queria que fosse com ela.

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