Capítulo 10

Eugênia

Estou em choque, queria saber melhor o que acabou de acontecer. Eu não iria beijar esse riquinho idiota, tenho princípios e vou honra-los, nada de deixar aquele homem pensar que sou uma vadia. Deixo Dylan na sala e volto para o meu quarto, me visto e vou até o quarto do meu pai.

Quero saber se a loucura de agora a pouco incomodou o sono dele. Ao entrar no quarto vejo a cuidadora dormindo do outro lado do quarto, não acho que vou precisar dela. Dei conta do meu filho, do meu pai e da minha gata até agora sozinha. Meu pai está dormindo, sei que ele tem um monte de perguntas para mim, mas o meu pai sempre respeitou o meu momento para falar as coisas.

Volto para a sala e vejo que meu pequeno está com sono, o pego no colo e me sento no sofá. Dylan se aconchega em mim e começo a contar a história do quebra nozes para ele, assim que meu pequeno adormece me vejo obrigada a levá-lo para aquele lar frio e enorme, enrolo Dylan em uma manta e o levo.

Ao chegar na porta do quarto dele a abro com cuidado, sempre que entro aqui dói em meu coração. Vejo tudo o que ele tem direito e esse tempo todo Dylan dormia em uma cama de solteiro e a Akira. Colo ele na cama e fica ali passando a mão no cabelo dele até que escuto:

...— Sei que ama meu filho, mas precisa deixá-lo aqui e ir para sua casa. Isso é todo um processo que ele precisa passar para viver a verdadeira vida dele....

— Você é um grande e enorme babaca, imbecil... Cara não roubei Dylan de você, amo como se tivesse saído de mim. Trouxe ele porque sei que é o certo não preciso que fique me dizendo nada.

Eu tento sair do quarto, mas ele está bem na porta e impede a minha passagem. Acabamos de frente um para o outro com a diferença que ele é bem mais alto que eu e fui obrigada a olhar para cima, mas tem algo diferente no olhar dele.

— Qual é a droga do problema agora? Quer me revistar para saber se estou levando alguma coisa do quarto?

— Pequena ladra...

Ravi se abaixa e começa a passar as mãos em minhas pernas, levantando lentamente, em seguida passa as mãos por baixo da minha blusa sem perder o contato visual. Ele aproxima o rosto do meu quase me beijando e sussurra:

— Não está levando nada, acho que já pode ir.

— Confessa, seu riquinho metido a besta!

— Confessar o que, sua pequena ladra?

— Está louco para me ver nua de novo, louco para tocar em mim de jeitos safados... Mas, não vai! Porque eu não tenho desejo por você!

— Então porque seu corpo está febril? Ficou doente por acaso? Você não fugiu do meu toque, não fugiu de mim, seu corpo é mais sincero que você.

Ele tem razão... Merda. Empurro ele para longe e volto correndo para a casa nos fundos da mansão. Aquele babaca está pensando o quê? Não posso deixar ele pensar que pode passar dos limites comigo.

Foi difícil dormir bem essa noite, tive um maldito sonho erótico com aquele pervertido. Foi tão intenso que acordei molhada e não foi de suor. Depois de um longo banho e de aliviar a tensão lá embaixo, fui ver meu pai que já estava limpo e tomando o café da manhã.

— Olá, Eugênia, sou a Saxa, cuidadora do seu pai. É um prazer poder finalmente falar com você já que desde a sua chegada só veio aqui duas vezes e a vi sair ao despertar.

— Sei... Saxa, né? Não prepare o café da manhã do meu pai! Eu sei o que ele gosta e não precisa fazer nada além do que realmente precisa!

— Eu te avisei que minha filha é ciumenta! Eugênia, filha, você agora tem muitas coisas para fazer... Saxa só quer ajudar!

— Saxa só quer ajudar... — falo em tom deboche — Paizinho, vou sair para comprar as coisas que você precisa comer, volto logo.

— Eugênia, não precisa! A despensa está cheia, a geladeira também, até onde ficam verduras e legumes.

Acho que o Ravi realmente pensou em tudo, creio que ele queira me vigiar bem de perto. Vou para a mansão e Dylan ainda está dormindo, acordo ele com beijos e logo escuto sua gargalhada.

— Mamãe, quero cereal com morango, banana e leite... Mas quero cereal de bolinha de chocolate.

— Então, você vai comer cereal com morango, banana e leite. Vamos tomar banho primeiro.

Depois que meu bebê estava pronto descemos e encontrei Edilene que foi ao nosso lado para a sala de refeições. Chegando lá na mesa tinha de tudo um pouco e arrumei o que Dylan queria de café da manhã.

Estava indo tudo bem até o grande pai do ano chegar e dizer que meu bebê não iria comer cereal de chocolate por ter muito açúcar e sim comer mingau.

— Senhor estraga prazeres, meu pequeno come isso há alguns anos e nunca fez mal para ele!

— Obrigado por avisar! Edilene, marque uma consulta com o pediatra para o Dylan para hoje depois das duas horas da tarde, meu filho precisa fazer uns exames.

— Ok, marcarei a consulta, porém, que tal vocês dois se comportarem na frente do menino? Parecem ter menos idade que ele!

Nós olhamos um para o outro com uma enorme vontade de descer o barraco, mas sabemos que Edilene tem razão e precisamos ser um exemplo para Dylan.

Ravi ficou irritado, mas Dylan comeu a refeição que preparei com um enorme sorriso no rosto. Juro que estou tentando, mas não sei como vou me entender com o pai de Dylan, ele poderia ao menos aceitar que o menino também é meu filho e que nos amamos muito... Isso ele não pode mudar.

— Eugênia, meu anjo, vamos conversar um pouco?

Edilene me chamou para conversar depois que Ravi se despede de Dylan e vai trabalhar. Acho que irei levar uma bronca.

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