CAPÍTULO 12

Um banho revigorante e relaxante me deixou mais ativa e disposta. Durante o banho, eu fiquei admirando aquele lindo anel, enquanto a água caía sobre as minhas costas e ombros. Os meus cachos estavam amarrados porque eu não costumava molhar os mesmos à noite.

Sai do banheiro enrolada numa toalha e me deparei com Megan colocando em ordem, vestidos curtos e bonitos na cama. Bom gosto, eu não podia negar, mas para quem eram tais vestidos se já tinham tantos no closet? O que ela estava aprontando?

Antes de me aproximar, ela se virou e me olhou por inteira. O seu olhar me penetrou e eu engoli em seco.

— Boa noite. — ela disse e olhou para os vestidos, escondendo os seus olhos do que tinha acabado de me causar.

— Boa noite.

— São para você. — disse de rompante e um tanto animada e me olhou novamente, mas agora, eu estava ao lado dela, ignorando os centímetros a mais que ela tinha. Eu tinha 1.65 de altura e ela deveria ter 1.70, mas tal possibilidade não era certa.

— Por que?

— Porque quero te apresentar para algumas pessoas.

Me lembrei do que Mercier dissera.

— E se eu não aceitar?

Megan se virou completamente para mim e repousou as mãos nos meus ombros, onde massageou levemente por alguns segundos.

— Se aceitar... quero que você fique perfeita para mim, quero que todos vejam o quanto você é linda.

— Megan...

— Por favor... não rejeite um desejo meu, quero dizer... você é bonita e todos devem ver a sua beleza.

— Um

— A beleza da minha esposa. — ela ressaltou e aproximou o rosto do meu, me dando um beijo na testa.

Seus lábios me tocaram delicadamente e eu senti o meu coração aquecendo...

— A beleza da sua esposa?

Trocamos um olhar suspeito e sorrimos juntas.

— A beleza da minha esposa e muito em breve... mulher. — e então me deu mais um beijo na minha testa.

— E quando iremos encontrar essas pessoas? — perguntei quando ela se afastou um pouco para se sentar na cama e continuar me olhando.

— Quando você decidir.

— Megan... eu não posso decidir isso. Não conheço ninguém.

— Claro que pode decidir... é só dizer a data e marcamos... é entre hoje e umm... — pensou — e hoje. — e sorrindo, se apoiou na cama abrindo as pernas.

Dei minha atenção para os vestidos ali, ignorando aquela posição dela, uma posição de tirar o fôlego.

— Quem são essas pessoas?

— Conhecidos, que hoje em dia são advogados são herdeiros.

Desconfiei...

— Não me sentirei bem ao lado deles... eu não sou tão...

— Você é... você é tudo e muito mais. — disse ela se levantando e pegou um dos vestidos, já vindo medir em mim. Era azul escuro e descia até o meio das minhas coxas.

Você é tudo de muito mais. Aquelas palavras soaram nos meus ouvidos, enquanto ela media aquele lindo vestido em mim.

— Acertei no tamanho — referiu-se ao vestido e deu um sorriso.

— Por mim... tanto faz.

Megan sorriu e jogou o vestido na cama, e logo em seguida, me agarrou pela cintura e me beijou de um jeito necessitado. Sua mão na minha cintura e a outra no meu pescoço, me impedia de fugir de sua força. O que fiz foi ceder novamente.

Ela parou e abaixou a cabeça depois de me olhar profundamente por um momento. Ela estava com desejo, estava quente.

— Não consegui me controlar. — desabafou e respirou fundo.

— Megan... — falei com um nó na garganta — Megan... você...

— Me desculpe. — pediu e tirou suas mãos de mim e se afastou mais, indo se sentar na poltrona para ficar distante de mim.

Eu não gostei de sua atitude.

Me sentei na cama para observá-la, enquanto ela olhava para o jardim lá fora através da janela. Vê-la reprimindo os seus desejos me doeu.

Comecei a pensar profundamente sobre nós duas, sobre o que poderia acontecer agora que eu tinha aceitado ser a sua esposa.

— Megan? — chamei por ela um momento depois.

— Haverá um jantar às 21 horas, Stella — falou se levantando e cruzando os braços — apresentarei você aos meus conhecidos. Acabei de decidir e é assim que vai ser!

— Está bem, Megan. — disse sem me impor e me levantei. Fazer aquilo a deixaria mais reprimida.

Megan seguiu para a porta e eu corri em sua direção e a parei. Ela me olhou distante, deve ter se arrependido de ter me beijado sem que eu tivesse autorizado.

— Diga, Stella.

— Não saia ainda... me ajude a me vestir?!

— Estás segura?

— Sí.

— Ok.

Voltamos a nos aproximar da cama e eu peguei o mesmo vestido azul, entreguei nas mãos dela e a mesma me olhou por um momento.

Me perdi no seu olhar e decidi tirar a toalha, mas quando fui desenrolar, Megan segurou a minha mão.

— Não é necessário tirá-la. — falou e aquelas palavras pareceram arranhar a sua garganta.

Eu sabia que ela desejava me ver nua, no entanto, estava se contendo.

— Mas... você já me viu sem roupa... não vejo problema.

— Eu sei, mas... mas não quero ultrapassar os limites novamente.

— Está bem. — concordei e enrolei a toalha novamente, ficando com ela bem justa no meu corpo.

— Muito bem, agora erga os braços — pediu e os ergui e ela colocou o vestido em mim.

Puxei a toalha enquanto o vestido descia e logo a joguei na cama, já estando completamente vestida.

— Ficou perfeito em você.

— Gracias.

— ¡De nada!

Olhei para os meus seios e percebi que estava faltando uma peça importante, mas também percebi que Megan não parava de encará-los.

— Agora.

— Sim? — e olhou para os meus olhos, como se tivesse sido flagrada. Um sorriso envergonhado acompanhou e eu toquei a sua bochecha.

Megan fechou os olhos e suspirou. O seu sorriso era apaixonante. Acariciei sua bochecha por segundos e ela segurou a minha mão.

— Não faça isso, Stella. — continha desejo em sua voz.

— Você se lembra que nós iríamos com calma? — perguntei e seus olhos se abriram surpresos.

Eu não estava ali para dar falsas esperanças a ela, sofrer por amor era horrível. Eu tentaria, mesmo ainda lembrando de tudo o que ela me fez passar.

— Lembro... e peço desculpa novamente por ter... ter...

— Eu já esqueci. — afirmei tampando sua boca por um segundo para parar sua agonia.

— Sério?

— Sim, mas... agora peço que comecemos de novo. Assim saberemos que não devemos ultrapassar os limites.

— Certo, mas quero deixar claro que... que eu estarei sempre disponível para você. Sei que você me permitirá tocá-la algum dia.

— Megan... vamos com calma.

Ela assentiu e então soltou a minha mão. Apertei sua bochecha levemente e senti o quanto estava quente. O seu calor era atrativo e me fez ter arrepios.

— Megan? — sussurrei.

— Sim, Stella? — mostrou-se esperançosa.

— Me beija.

Megan abaixou a cabeça um pouco, depois que assentiu e beijou a minha testa. Ela se afastou um pouco e colocou as mãos para trás, ficando com a postura igual a de um soldado.

Mas eu não queria um beijo na testa.

— Megan?

— Sim, Stella?

— Me beije!

— Mas eu acabei de fazer isso.

— Eu sei, mas... eu quero um beijo... um beijo na boca.

Vi um pequeno sorriso no canto da sua boca e logo ela se aproximou. Me deu um selinho, mantendo o seu corpo distante e duas mãos também.

Com sua boca na minha, eu comecei a beijá-la lentamente. Segurei seu rosto para não perder aquele simples contato. Meus olhos se fecharam e eu me entreguei ao beijo, com os lábios dela tocando os meus, numa bela sincronia.

Minhas mãos desceram para a sua nuca e então, Megan deixou de se conter e agarrou a minha cintura, puxando o meu corpo para o dela em um único movimento e aquele movimento me fez gemer contra a boca dela. Seus mãos não desceram e nem subiram, permaneceram ali paradas, reprimidas.

Quando nossas bocas se separaram, eu vi os seus azuis escuros, agora quase negros de desejo, suas pupilas eram enormes, sua vontade a percorria por inteira e ambas respiramos fundo, buscando por ar, um fôlego imediatamente necessitado.

Não pude deixar de sentir tesão, o meu corpo era um traidor, como também, as decisões ainda não tomadas na minha mente.

— Era esse beijo que você desejava, Stella? — ela falou entre um fôlego e outro e encostou sua testa na minha, enquanto eu também ofegava.

— Sim.

— E como se sente agora?

— Bem.

Megan sorriu contra o meu rosto e subiu suas mãos para os meus ombros, onde apertou e massageou delicadamente.

— E você gostou, Stella?

— Sim, Megan... eu gostei.

Sorriu novamente e o seu sorriso me encantou, então sorri em retribuição.

Aquilo foi como um caminho inexplorado, eu estava me apegando mais a ela.

— Agora é a minha vez! — ela disse e segurou minha mão direita ligeiramente, então repousou no seu ombro.

— Ok... o que deseja, Megan?

— Desejo que... eu desejo que você durma abraçada comigo hoje a noite.

— É isso que quer? — confesso que tal desejo chamou a minha atenção, me surpreendeu na verdade.

— Sim... apenas isso.

— Combinado. — concordei e ganhei um sorriso seu.

— Agora vou deixá-la... voltarei para buscá-la em trinta minutos.

— Ok.

Vi quando ela se foi e vi também ela levando consigo um sorriso meu. Não podia impedir o meu corpo de gestos, os mesmos simplesmente eram liberados sem que eu percebesse.

Aquele beijo que eu pedi e que recebi me fez ver um outro lado dela, um lado delicado e romântico.

Meus olhos se abriram e brilharam quando vi uma mulher de terno preto ultrapassando a porta com os seus lindos cabelos negros amarrados, onde apenas uns fios caiam sobre o seu rosto. Vi também uma blusa social branca e lisa no seu corpo, ela estava tão linda que eu paralisei, só não cai porque já estava sentada esperando por ela.

O meu vestido era vermelho sangue que descia até o meio das minhas coxas, contendo um belo decote, e de alças finas e confortável no meu corpo. Meus cachos estavam livres e com o belo volume que ele sempre teve.

Me levantei e Megan parou. Seus olhos me percorreram desde os meus saltos pretos até os meus ombros nus e ela não pode evitar engolir em seco.

— Já estou pronta.

— Você está perfeita, Stella — disse caminhando até mim e agarrando a minha mão esquerda, onde depositou um beijo sobre o anel. Voltou para me olhar — tão perfeita. Eu amo os seus cabelos.

Senti ela tocando os meus cachos carinhosamente. Ninguém nunca demonstrou tanto carinho por mim quanto ela, sendo que o fazia com elogios. Era impossível acreditar que ela era uma mulher prepotente na vista dos outros que ela matava, que surrava e que fazia maldades.

— Obrigada, Megan.

— Hum rum — sussurrou e ofereceu o braço para mim, que o aceitei depois de observá-lo por um instante.

— Agora, Stella... você é oficialmente a minha esposa.

— Sim... eu sou.

— Podemos ir?

— Podemos.

Pela primeira vez eu pude sair daquela mansão. Não tive James me acompanhando, somente Megan. Estávamos em um dos carros de luxo, sendo levadas para algum lugar. Mercier era o nosso condutor e guarda costas naquela noite. Estranhei por apenas Mercier estar conosco. Estava acontecendo algo, algo que eu saberia antes do final daquela noite.

Passamos pelo centro de Londres depois que o carro percorreu um longo caminho. Vi o Big Bang através da janela do carro, a Tower Bridge e um montinho de casas em um só lugar. A noite no centro de Londres era belíssima.

No banco de trás, senti a mão de Megan percorrendo desde a minha até o meu queixo, o qual ela o girou delicadamente e a sua boca tocou a minha com desejo. Eu aceitei aquele beijo, foi simples, mesmo sabendo que Mercier estava ali e que poderia nos ver pelo espelho retrovisor.

Fiz ela parar e nos encaramos. Sua boca chegou próxima da minha orelha e...

— Você não sabe o quanto estou te desejando, Stella... — meu nome em meio ao seu sussurro, fez o meu interior pulsar — não precisa falar nada... só precisa sentir. Você deixa eu te tocar?

Não respondi e muito menos assenti. O que eu deveria fazer?

Um segundo se passou com ela beijando o canto da minha orelha e então o carro ficou totalmente escuro assim que passou por um túnel que parecia não ser longo. Aquilo me assustou, mas Megan me acalmou com um aperto de mão, me passando uma sensação de segurança incrível.

Megan tocou os meus seios, ignorando o decote e apertou com fome de fazer aquilo e eu suspirei. Somente suportei a tesão que o seu toque provocou em mim...

Quando ela terminou, ela disse baixinho.

— Eu amei fazer isso.

O fim do túnel chegou e eu respirei profundamente, tentando esconder meu rosto vermelho de desejo.

O carro foi para o lugar onde encontraríamos os seus tais conhecidos e mesmo com o longo caminho que percorremos, eu não pude esquecer do seu toque. Ela deixou-me com desejo e com vontade de sentir aquilo de novo.

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