Capítulo 09

A Jasmine ficou muito mal com o acontecimento e foi embora sem falar com o Edwin. Uns dias depois já a noite ele foi até o seu endereço fornecido pela Kyra que estava mal ao ver a Jasmine tão triste e o Edwin tão calado.

Edwin: Tina, por favor, esse sentimento repentino não pode ter sumido do nada... -disse enquanto descia da moto e caminhava em direção a porta da Jasmine.

Jasmine: Eu já disse, eu não quero mais você! Essa é a minha casa! -gritou fazendo o Edwin se aproximar ainda mais rápido.- Vai embora, Juan! Acabou! Eu disse que aceitava tudo menos uma traição. Você é um idiota! -gritou muito alto.

Logo um som alto foi ouvido pelo Edwin que invadiu a casa que estava com a porta sem trancar.

Edwin: Jas! -indo até ela e a ajudando.- O que aconteceu?

Jasmine: Eu te odeio! -desligou a ligação e jogou o celular longe enquanto chorava.

Edwin: O que aconteceu?

Jasmine: Eu fui jogar o vaso da mesa, tinha água e... Eu escorreguei! -batendo em sua própria testa.- Burra!

Edwin: Vem pra cá! -pegando a Jasmine, a colocando nos braços e deixando-a sentada na cadeira.- Vou limpar isso. Era numa ligação? Achei que ele estava aqui.

Jasmine: Eu faço isso, não precisa se preocupar. Como me encontrou aqui?

Edwin: Kyra! -limpando e enxugando o chão.

Jasmine: Ela não podia ter feito isso.

Edwin: Não fique brava, eu quase a obriguei. Achei que ele tinha feito algo com você, estou aliviado que era ligação.

Jasmine: Fez, me deixou na merd* com uma dívida enorme dessa casa... -bufou.- Aí que ódio! Como eu fui burra!

Edwin: Posso fazer um jantar?

Jasmine: Eu não estou de boa com você, Edwin.

Edwin: Eu sei, mas de barriga cheia deve ficar com um humor melhor. -disse nervoso.- Deixa eu tentar explicar.

Jasmine: Eu já sei, eu fui muito precipitada, eufórica e...

Edwin: Você estava certa, eu te dei razão pra pensar que eu queria algo sério e... Eu não sou de brincar ou algo temporário e sem compromisso.

Jasmine: Meu beijo foi ruim? Quer dizer, antes de qualquer coisa, só deixarei você permanecer aqui se me explicar quem é Tina e que não sou a outra.

Edwin: Vamos lá! -sentando de frente pra ela e pegando sua mão mas ela logo a retirou.- Isso é complicado demais pra mim, Jasmine. Pode ser que você não entenda mas... Até hoje não me relacionei com mais ninguém porque... Era como eu sentia, traindo a Martina. -com a voz embargada e respirando fundo.

Jasmine: Então você não está com a pessoa mas... A ama? -disse decepcionada e irritada.

Edwin: É tão difícil! -fungando baixo.- É difícil aceitar!

Jasmine: Eu devo está muito carente. Alguns dias e me sinto traída por um outro cara! -rindo de si.- Esse ano eu ganho o papel principal de trouxa.

Edwin: Jas...

Jasmine: Talvez eu não esteja pronta pra ouvir e você pra falar. -indo até a porta.- Acho melhor você ir e outro dia nos falamos.

Edwin: Já passaram dias, meses, anos... E nunca consegui tornar menos difícil falar sobre, mas vou respeitar sua decisão.

Jasmine: Obrigada! -disse com a voz trêmula e falha.

O Edwin beijou sua testa demoradamente enquanto lágrimas escorriam de ambos, ele saiu da casa e a Jasmine logo fechou a porta se encostando nela.

Jasmine: Poderia descomplicar meu coração só um pouquinho? -olhando pra cima e fungando.- O que eu faço?

Ela chorou um pouco, fez pipoca doce e colocou um filme pra assistir e chorar. Ela olhou pela janela do seu quarto e viu a moto do Edwin ali. Ela olhou pro relógio e notou que já faziam horas que ele tinha saído, ela pausou o filme, que já estava no fim, e foi até lá.

Jasmine: Ed! -olhando-o sentado perto da árvore.

Edwin: Jas?! -ficando de pé e indo até ela.- Algum problema?

Jasmine: Eu que pergunto, porque não foi embora? Tá frio!

Edwin: Fiquei com medo daquele cara aparecer e...

Jasmine: Sério? -sorrindo.- Vem, entra! -tocando a mão dele que estava bem fria.

Edwin: Não quero desrespeitar sua decisão inicial.

Jasmine: Vem logo! -o puxando pra entrar com ela na casa.- Acho que posso te ouvir. Tem pipoca e chocolate quente. -indo até a cozinha pequena tipo americana.

Edwin: Jas, a Matina faleceu há um tempo atrás. -disse rapidamente fazendo ela virar pra ele surpresa e assustada.- Eu a perdi! -disse com os olhos marejados.

Jasmine: Que? -disse confusa e se sentindo culpada.- Está brincando? -o abraçando.

Edwin: Queria! -soluçando baixo de choro.- Eu não queria errar com você então fiquei.

Jasmine: Não entendi!

Ele a apertou num abraço forte, eles permaneceram ali por um bom tempo em silêncio e após se sentarem no pequeno sofá com duas xícaras de chocolate quente ele começou a contar sua história com a Martina.

Jasmine: Sinto muito!

Edwin: Não consigo me desfazer... -segurando a aliança.

Jasmine: Não se desfaça dela. -segurando a mão dele que segurava a aliança.- Faz parte de você. Eu entendo sua dor e tudo mais. Desculpa pelo tapa, mas eu não poderia imaginar...

Edwin: Eu sei! -fungando.- Eu sinto muito por ter feito você sentir... Tudo isso! Eu precisei de um tempo pra criar coragem pra falar sobre isso. Eu nunca olhei pra outra garota até então, eu nem pensava sobre isso, ainda estou ligado a ela de uma forma intensa... Aquele buquê, sua risada, seu jeito... Foi acontecendo de um jeito avassalador que eu nem consegui controlar. Você me fez ser apenas eu na melhor versão... Sei que vai achar besteira mas aquele vento forte no momento do beijo fazendo aquela areia toda...

Jasmine: Acha que ela não gosta de mim?

Edwin: Não ri!

Jasmine: Não estou rindo, a pergunta é séria. Eu gostei de você Edwin, os dias sem você depois de três dias consecutivos com você foram difíceis. Foi difícil demais te ignorar.

Edwin: Ser ignorado foi muito doloroso.

Jasmine: Sinto muito! -acariciando a mão dele que retribuiu.- Podemos fazer uma segunda experiência?

Edwin: Qual?

Jasmine: Um beijo e se o teto cair... Eu juro que saio da sua vida. -rindo baixo.- Desculpa, parecia engraçado na minha cabeça.

Edwin: E foi! -rindo baixo e se aproximando dela.- Acho que ela gostaria de me ver feliz assim como quero pra ela. -acariciando o rosto da Jasmine.- Podemos tentar então?

A Jasmine sorriu e ele logo a beijou. Ela segurou o rosto dele deixando um ritmo mais lento no beijo, as mãos dele foram até a cintura dela e a outra até seus cabelos a fazendo suspirar.

Jasmine: Quer pipoca? -disse ofegante.

Edwin: O que foi? -disse confuso e ofegante.

Jasmine: Ar, as vezes eu preciso dele pra seguir viva. -sorrindo.- Seu beijo é muito... -se abanando.- Nossa! -indo até a pia da cozinha e bebendo um pouco de água.

Edwin: Achei que não tinha gostado! -disse aliviado.- Só pelo beijo eu já me casaria. -rindo e indo até ela.- Desculpe as brincadeiras, eu gosto de levar a vida assim mas isso não quer dizer que não é sério.

Jasmine: Não quero casar agora, terá que esperar. -rindo e abraçando o pescoço dele.- Eu também gosto dessa vibe! Quer terminar de ver o filme?

Edwin: Claro, estou doido pra saber o final incrível da mocinha e do mocinho. -sorrindo.- Zumbi? Adorei. Põe do começo. -sentando na cama.

Jasmine: Hey, folgado! Não te dei toda essa liberdade. -rindo e sentando ao lado dele.- Vou colocar só porque eu adoro esse filme.

Ela deu play e ele a abraçou de lado enquanto comiam pipoca e bebiam um chocolate quente. Na casa do mais novo casal Smith, a Kyra estava terminando de lavar louça quando ouviu um barulho e correu assustada até o quarto do Enzo.

Kyra: Senhor, está tudo bem? -disse ao vê-lo quase saindo da cama e o copo no chão mas sem está quebrado.- Achei que tinha dormido. -o ajudando a sentar na cama.- Do que precisa?

Enzo: E-eu... A... Ag...

Kyra: Água? -ele assentiu e ela pegou um copo com água e o ajudou a beber.- Sua evolução é tão... -suspirou satisfeita.- Vai ver, logo estará correndo por aí. -rindo e ajeitando o cabelo dele.- Está sem sono?

Enzo: S-sim!

Kyra: Quando vai chamar o meu nome? Estou ansiosa! -rindo.- A fono vem amanhã e estou animada. Filme! -tocando em um dos dedos dele.- Jogo de mímica! -tocando em outro.- Corrida de cavalos! -tocando um outro dedo dele e ele mexeu o primeiro.

Ele adorava a opção de filme que geralmente ela ficava bem perto dele e o Enzo amava sentir o perfume de seus cabelos e sua pele macia. Ela sorriu e foi passando por casa filme até o Enzo escolher um, ele fez um gesto demorado e ousado de esticar o braço e a observou para ver se ela entendia sua intenção.

Kyra: E-eu...-apontando pro braço dele.

Enzo: Sim! -disse nervoso com voz falha a fazendo sorri.

Kyra: Tá bom, se cansar você me diz. -deitando tímida no braço dele e sorriu discretamente ao sentir seu cheiro se misturar com o dele.- Você não parece muito com o que falam de você antes do acidente. Aqui, agora, é como se... -engolindo em seco ao ver ele mexer lentamente seu rosto em sua direção.- Quer assistir o filme né? Eu devo ser uma péssima companhia. E olha eu aqui, sem parar de falar! -respirando fundo.- Desculpe, fico assim quando estou nervosa! -se cobrindo com mesmo cobertor que o dele e logo ela adormeceu.

O Enzo estava tenso mas completamente satisfeito por conseguir tê-la tão perto, agora ele tinha a certeza do que queria e não iria deixar nada estragar isso. A Kyra acordou no meio da madrugada, beijou sua testa, o cobriu, desligou a tv e foi pro seu quarto mas não conseguia mais dormir.

Kyra: Porque eu fico tão... Mexida com ele perto de mim assim? Eu devo está confundindo tudo e quando ele tiver a liberdade de volta... Logo voltará pra vida de sempre. -enxugando uma lágrima.- Melhor não arriscar piorar tudo, Kyra! Só dorme! -se cobrindo toda e adormecendo já perto do clarear do dia.

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