Capítulo 15

Dois meses depois

Thomas

Hoje é o dia do meu casamento, estou aqui terminando de me arrumar, meus pais alfas saíram na frente para receber os convidados, fiquei com meu papa Julian, vamos somente no horário da cerimônia.

Esses dois meses foram bem complicados, meu papa passou mal diversas vezes indo parar no hospital , ele não deixa meus pais se aproximarem dele, nem posso julgar . Ele foi usado durante anos, meio que ele chegou no limite, ele já fez três meses de gestação, vai ser um menino.

Meus pais ficaram radiantes em ter um menino , e segundo o exame de sangue descobriram também que será um alfa, é agora eles quiseram saber isso antes , para não ter surpresas, minha irmã Bea é uma beta, ou seja o único desgastável sou eu. Agora eles realizaram o desejo de ter um alfa na família, meus avós pais do Henrique fizeram até uma festa em comemoração a chegada de um neto alfa.

Meu papa Julian odiou tudo, toda essa bajulação, somente pelo bebê ser alfa, ele não quer me ver triste, ele sabe que isso me magoa.

Isso me faz lembrar sobre a casa que vou morar, minha futura sogra e Bernardo me levaram para visitar várias, mas estava ali só de enfeite quem escolheu foi ela e ele.

Flashback on

— Essa é a última casa, deixei a melhor para o final você vai amar filhote. — Ela falou olhando para Bernardo, minha presença era ignorada .

— Vem Thomas, espero que goste, de longe pelas fotos essa era minha favorita. — Bernardo ficava me incluindo, pelo menos ele tentava.

— Essa é longe da cidade. — Falo olhando o grande jardim, era um condomínio bem afastado, contava com poucas casas, lugar onde pessoas famosas moram.

— Assim que é bom, recém casados terão tranquilidade, vão curtir os primeiros meses de casados da melhor forma. — Ela fala entrando no lugar.

— Espero que goste de verdade, queria que me ajudasse a escolher, mas creio que já percebeu como minha mãe é, levando em conta o ingrato do meu irmão, então quero agradá-la.

— Claro , tem razão. Melhor agradar minha sogra, e que realmente é longe, quase uma viagem até a cidade, e o seu trabalho?

— Vai dar certo, não se preocupe, vem olhar, tem até uma piscina.

…

— Essa é a casa de vocês, perfeita, tem quatro quartos, escritório, academia, um jardim é enorme para os meus netos brincarem, você terá uma boa casa para administrar querido.

— Sim sogra, tem razão.

— Está decidido, essa será nossa casa, mas você é perfeita sempre.

— Vem cá filhote, vamos olhar o escritório outra vez , vou te contar meus planos

— Vou dar uma olhada no jardim. — Digo sem jeito, afinal eles não ouviram uma palavra do que disse sobre a casa.

Flashback off

— Filho … — Meu papa olha para mim com os olhos cheios de lágrimas. — Você está lindo.

— Não chora não, por favor. — Vou até ele lhe dando um beijo e fazendo carinho em sua barriguinha.

— Não era assim que imaginei seu casamento.. — Ele respira profundamente.

— Tudo bem , não se preocupe, vai ficar tudo bem. Vai dar tudo certo. — Repetia constantemente para acreditar naquela mentira.

— Senta só um pouquinho. — Ele me puxa me sentando na cama e sai em seguida voltando com um passaporte na mão e uma passagem.

— Aconteceu alguma coisa? Vai viajar. — Ele me deixa confuso.

— É para você. — Ele me entrega. — Sua tia comprou, não conseguiria fazer isso, sabe que minhas contas e cartões são controlados por seus pais.

— Para os Estados Unidos? — Olho para passagem , a data era para hoje, dentro de duas horas.

— Um amigo dela vai te esperar no aeroporto lá, quando chegar, não podemos deixar seus pais pensarem que ela ajudou, por isso ela vai estar no casamento.

— Não posso, papa, porque fez isso? — Minhas mãos tremiam.

— Não quero que se case desse jeito, você pode ser feliz, faça isso, vou para igreja na frente e digo que você está indo, ganho tempo , você só vai chegar no aeroporto e embarcar.

— Não os papais vão surtar, não posso fazer isso. — Digo sabendo que o único prejudicado seria ele. — Agradeço, só que não está certo.

— Está sim, faça isso, vou ficar em paz sabendo que meu bebê vai estar bem e feliz, seus pais só pensam neles mesmo.

— Papa, isso não vai está certo, não posso.

— Olhe para mim, pegue isso e vai, seja feliz. — Ele limpa as lágrimas me puxando para um abraço. — Por favor, não case não.

Meu coração fica em pedacinhos, não posso ir embora, por mais que quisesse. Se fizer isso meus pais , vão tornar a vida do meu papa Julian um inferno. Por mais que me doa, tenho que continuar com esse casamento.

— Vou dar um tempo para você pensar, vou indo na frente, afinal já iria mesmo. — Ele se levanta e faço o mesmo. — Filhote por favor, não faça como eu, não quero que tenha um destino tão cruel assim, eu pelo menos amava seus pais e achava que eles também me amavam, você não gosta dele , vai passar sua vida infeliz ao lado de alguém que não ama.

— Papa…— Abraçou ele deixando as lágrimas caírem , como poderia ir embora deixando ele para trás, meus pais não deixam mais a Bea sozinha em casa com nós dois, sempre tem alguém, creio que eles imaginem que podemos sei lá fugir, os passaportes dela e do meu papa tá no cofre que tem na empresa deles, o meu na certa está aqui por conta do casamento.

— Eu te amo tanto pequeno, sei que se for agora, eles não irão atrás de você, então por favor vá com sua tia, tenha uma boa vida, prefiro ficar longe de você e ter certeza que está feliz, do que te ter aqui por perto te vendo infeliz. — Ele beija minha bochecha limpando as lágrimas.

— Papa.

— Eu vou na frente, pense sobre isso por favor. — Ele sorri entre as lágrimas. — Te amo pequeno.

O abraço novamente chorando também, não vou dizer que não aceito, vou deixar ele pensar que tenho o direito de escolher.

— Papa também te amo muito, obrigado.

…

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