Capítulo 4

Será que já acabou e morri? Espero que sim…

 Mas abro os olhos com dificuldades e olho para a parede a minha frente, o relogio marcava 23hrs, cheguei às 22:40, já se passaram vinte minutos de que cheguei e não sinto mais o peso do Felipe em cima de mim.

Tento me sentar na cama mas as dores são evidentes, olho pro lado e ele está dormindo tranquilamente na minha cama, RAIVA, RAIVA, RAIVA, RAIVA... As únicas coisas que passaram na minha cabeça foi esse sentimento e a vontade de matar Felipe pelo mal que me causou

Mas não sou como ele, continuo sentada na cama nos próximos cinco minutos pensando na melhor forma de recomeçar a minha vida.

Meus pais me deixaram uma grande herança que metade foi deixado com meu tio para que me criasse junto com outros bens materiais, mas tudo isso foi gasto com nada, meu tio sempre achou que aquele dinheiro era o dinheiro total da herança, mas não era.

A 1 ano atrás quando eu tinha dezessete anos o antigo advogado dos meus pais me procurou dizendo que a outra metade da herança só seria entregue a mim sem que ninguém soubesse, e cá estou eu com mais de dezoito anos.

Antes da minha formatura retirei uma boa quantia da minha conta pois eu já iria embora daqui começar minha vida em Nova York, mas agora diante das consequências terei que utilizar esse dinheiro para outros fins, um deles e dar um lar para meu filho.

Me levanto mesmo com dores pelo corpo, pego minha mochila e guardo documentos, roupas e todo o dinheiro que eu tinha, penso em trocar de roupa mas vejo o Felipe se mexer na cama, pego tudo e saio do quarto correndo. Desço as escadas depressa, ouço ruídos na sala... ruídos não, gemidos ! Era meu tio transando com a garota de programa bem na minha frente.

Era uma cena que me deixava enjoada, não consigo controlar e vou ao banheiro e vômito. Droga! Isso não é hora de passar mal, mas acho que o universo está conspirando contra mim, término de vomitar mas quando tento me levantar eu caio de novo, estou suando frio e fraca quase desmaiando, até que sinto meu corpo ser erguido, era meu tio Sérgio, ele me leva pra cozinha e me coloca sentada na cadeira. Não tenho forças no momento pra afastar dele, ele me dá um copo d'água enquanto me observa sentado na minha frente.

Sérgio : Filha o que aconteceu? Você tá bem ? Tá pálida.

Diana : Não toca em mim.

Sérgio: Que isso filha, não fala assim sempre cuidei de você, sempre te considerei uma filha, o que aconteceu com seu rosto, essas marcas no seu pescoço?

Ele parecia interessado no que tinha acontecido comigo, a tristeza no meu peito era grande, choro bem na frente dele, mas tentando afasta-lo, quando me levanto sinto ele puxar meu braço com agressividade de novo para me sentar, e sinto ele passando a mão na minha perna. Empurro ele e tento correr, mas Sérgio é mais rápido, ele me puxa apontando uma faca pra mim, fico ofegante e trêmula, sem nenhuma saída dessa noite de horror.

Ele me puxa colocando a faca no meu pescoço me colocando de bruços na mesa da cozinha, Sérgio estava segurando meus dois braços para trás. Começo a gritar cada vez mais para que alguns vizinho venha me ajudar ou pelo menos chame a polícia. Olho em direção a porta da cozinha e vejo Felipe parado na porta de braços cruzados, começo a lutar com meu próprio tio, impaciente ele me pega pelo cabelo e bate minha cabeça com força na mesa, sinto o sangue escorrer nos meus olhos, estou tonta mas ainda consigo ver que Felipe está parado na porta vendo toda aquela situação.

Diana: Felipe...

Sérgio: minha bebê, quietinha, estava esperando muito por esse momento pra te sentir....

Diana: Me solta por favor Sérgio, eu saio de casa, fica tudo pra você mas me solta por favor.

Felipe: Diana, podemos conversar ?

Não digo nada, só o encaro .

Felipe: vou considerar isso como um sim.

Seu tio é um bom homem sabia ? Ele me contou uma história muito interessante sobre sua herança, que metade ele já gastou mas outra metade seria pra você utilizar depois de fazer 18 anos, e você já fez 18 anos, e precisamos desse dinheiro, queremos saber se você vai nos dar por bem ou por mal?

O quê? Como eles sabe da outra metade da herança?

Diana: vai pro infernoo

Felipe: eu vou te apresenta seu próprio inferno, querida. - Felipe faz um gesto com a mão para meu tio, eu não entendo bem, mas estou com medo.

Sinto Sérgio levantar meu vestido, sei o que vem depois, e não, não vou deixar isso acontecer de novo, não vou mesmo, Por mais que o Felipe me destruiu ele não pode deixar que isso me aconteça de novo.

Diana: Eu tô grávida Felipe! Faz ele parar agoraaa - Eu grito na esperança que ele não deixe Sérgio fazer isso.

Felipe: O quê? - pergunta calmo mas cheio de dúvidas, mas não tinha mexido nenhum músculo.

Sinto Sérgio se esfregar em mim, não aceito isso, não mais ! Não sinto mais raiva e sim Ódio. Tenho que criar uma força em mim, não só por mim mas pelo meu filho, meu bebê precisa de uma mãe forte que cuide dele, e é isso que vou fazer!

Rapidamente olho em minha volta, Sérgio pelo visto foi descuidado deixando a faca bem ao meu lado enquanto ele tentava abusar de mim, tenho que reagir antes que Felipe perceba o que estou tentando fazer. Crio uma força que nem imaginaria ter, solto uma das minhas mão pego a faça e me viro rapidamente enfiando a faca bem no pescoço de Sérgio. Sinto o sangue dele pingar nas minhas costas até que não sinto mais o peso dele em mim, eu me levanto e o vejo cair no chão agonizando dando seus últimos suspiros.

Diana: Desgraçado nojento, vai pro inferno.

Me viro rapidamente pois sei que Felipe ainda está aqui, ao me virar ele já está praticamente com o corpo colado no meu, sinto a respiração dele mas o olhar era tranquilo, sinto algo estranho, uma dor mais forte do que as outras que eu já estava sentindo, olho para baixo e vejo sangue em minha barriga, pois o pai do meu filho acaba de enfiar um canivete em mim. Tento afasta-lo, mas ele precionaca nossos corpos fazendo o canivete entrar cada vez mais.

Felipe: Essa criança não pode viver, e nem você. - sinto tranquilidade na sua voz, a mesma voz que eu acreditava que me acalmava nos meu piores dias.

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