Tirar essa história a limpo...

Bianca:

  comecei trabalhando no andar inferior da agência onde Fabi trabalha como secretária, mas com o passar dos meses resolveram me colocar no andar de cima pois a zeladora foi mandada embora, estava fazendo a limpeza quando uma das meninas que trabalha lá esbarra em mim e derruba café no chão

 — você não olha por onde anda sua incompetente, desinfeta daqui que você está poluindo o ambiente e limpa essa bagunça aqui não é o morro onde você mora para ficar parecendo uma favela

  ela me humilha eu já sinto as lágrimas escolherem pelos meus olhos mas uma voz grossa soa atrás dela

 — está louca Renata quem te deu ordens para maltratar os funcionários aqui na agência

— Gabriel você viu, ela é uma desastrada bateu em mim e fez eu derrubar o café no chão

— Mas é claro que eu vi, você esbarrou nela me derrubou o seu café que ela não tem nada a ver com isso, mesmo se ela tivesse esbarrado em você não tem o direito de humilhar ninguém volte para o seu lugar

 Então ele se vira para mim e olha para os meus olhos

 — você está bem menina? Eu me chamo Gustavo Vilar e você?

Eu limpo a minha mão na minha roupa e pega a mão dele e balanço

  — Bianca Munhoz e eu estou bem senhor Gustavo, pode continuar com o seu trabalho se isso se repetir pode bater ali na minha sala e fala com a Fabiana para autorizar a sua entrada

 ele se retira e eu termino o meu serviço e na hora do almoço Fabi vem até mim para irmos almoçar juntas

 — que babado Bianca, ele é o dono da agência o diretor presidente, é ele que comanda tudo por aqui botou aquela cobra da Renata e seu devido lugar ela se acha superior

— eu não quero caçar confusão com ninguém, estou feliz porque nesse tempo todo as pessoas pararam de implicar comigo lá no morro e me tratando muito melhor

 — sabe o que eu acho amiga que o chefe do morro ameaçou as pessoas porque ninguém muda da água para o vinho, primeiro eles botaram o terror para você sair da ONG e agora te tratam bem do nada

— E porque o menor faria isso, eu já estou trabalhando e sempre falo com a senhora Cristina não sei porque ele faria uma coisa dessas

 — vai saber o que se passa na cabeça daquele doido, primeiro ele desconfia de você e depois te puxa e te tasca um beijo daqueles depois diz que é um erro ele é maluco

 — você acha que eu devo perguntar para alguém me investigar essa história

 — se você quiser tirar a limpo sim, Mas se for só para saber mesmo melhor deixar como está

 Ela volta para a mesa dela que já deu o horário de retornarmos e eu vou limpar o banheiro da área da recepção quando uma senhora vem passando mal e eu Amparo

 — está tudo bem senhora está precisando de ajuda?

 — é a minha pressão que está muito baixa eu preciso tomar o meu remédio

Eu vou até a copa e pego uma garrafa de água e entrego-lhe e ela toma o comprimido e senta no banco do banheiro e eu fico ao lado dela para esperar ela se recuperar

 — muito obrigada pela ajuda minha querida qual é o seu nome?

 — Eu me chamo Bianca

 — muito prazer Bianca eu me chamo Patrícia sou a mãe do Gabriel O dono da agência vim visitar o meu filho e acabei passando mal se não fosse por você poderia ter caído aqui no banheiro, Mas vamos subir comigo eu quero pedir para o meu filho dar uma recompensa a você

 — não precisa senhora, eu só fiz o meu trabalho de atender a todos

 — Claro que não minha querida você tem que ser reconhecida, suba comigo quero que você conheça o meu filho melhor Ele precisa saber que tem um excelente funcionário que está atenta a todos

Ela sai me arrastando pelo elevador e assim que chegamos no andar que fica a presidência a todos me olham inclusive a nojenta que me humilhou e ela dá apenas bom dia para Fabi que ponha as mãos na boca e abre a porta da sala do filho com tudo

 — Oi! filho eu trouxe essa moça para você conhecer melhor, sabia que ela acabou de me ajudar lá no banheiro eu acabei de ter uma queda de pressão e ela ajudou-me

 — Eu sabia que eu não fazia mal julgamento das pessoas, assim que te vi percebi que você era uma boa pessoa, muito obrigado por ajudar a minha mãe

— eu não fiz mais do que a minha obrigação, senhor Gabriel

— eu vou te dar isso como gratificação

ele retira da sua carteira algumas notas e estende para mim

— eu não posso aceitar Senhor eu só fiz para ajudá-la não para receber algo em troca

— já que você não quer a recompensa pode tirar o resto do dia de folga

eu agradeço com a cabeça e ela vem me abraça mais uma vez, então eu saio e me despeço da Fabi e vou embora

Aproveito que cheguei mais cedo para tirar a história de que o aluno ameaçou os moradores do Morro para me tratar em bem, então eu paro na barreira e chamo dos vapores que estão na contenção

— algum problema senhorita Bianca?

— queria fazer algumas perguntas você poderia me responder?

— pode ser

— o menor por um acaso ameaçou os moradores para me tratar bem

— no dia que você começou a trabalhar fora do Morro ele reuniu todos os moradores e pediu para que eles te tratem bem ou senão ele ia tocar o terror e qualquer um que desobedecesse e apagar com a vida, e ele também mandou nós todos te tratarem como se fosse a patroa do morro se qualquer um que faltasse com respeito ou mexesse com você ia pagar com a vida, estou fazendo esse favor para tu porque eu te acho muito bonita, mas por favor não vai me entregar se não eu posso perder a minha cabeça

Eu concordo com a cabeça e vou subindo em direção a boca principal, agora eu quero saber porque o Alan fez isso que direito ele tem de pedir para eles me tratar como se eu fosse a fiel dele se nós não temos nada, assim que chego na porta tem dois vapores fazendo a guarda da porta então olho sério para ele se falo

— eu quero entrar e falar com o Alan

eles nem me questionam apenas abre passagem para que eu entre, assim que eu entro eu olho para ele que está lá vendo alguns papéis, daquela já fazia tempo que eu não ouvia e confesso que eu estava morrendo de saudade dele minha vontade era o agarrar, mas me contive e apenas chamei

— Alam

ele levanta a cabeça e me olha

Gabriel

Patrícia mãe do Gabriel

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