...Sophie Salles:...
Após concluir o jantar, insisti em lavar a louça e arrumar a cozinha, mesmo que Tia Casilda praticamente me proibisse de fazer isso.
Ao terminar a pequena limpeza, retornei ao quarto. As luzes estavam apagadas, e Bianca, exausta, já tinha adormecido. Era compreensível ela estar cansada, já que passava da meia-noite. Decidi tentar dormir também me deitei com cuidado na rede ao lado de sua cama, fechando os olhos.
A ansiedade pesava sobre mim, e percebi que talvez não conseguisse dormir com facilidade naquela noite. Mantive os olhos fechados, tentando pegar no sono, mas estava sendo difícil.
Durante a madrugada, senti que uma sombra passou na minha frente, mas não dei muita importância, pensei que poderia ser apenas Bianca indo ao banheiro. No entanto, ouvi ruídos baixos vindo do canto do quarto, justamente onde estavam minhas coisas.
O medo tomou conta de mim, abri os olhos rapidamente e me sentei devagar na rede para evitar fazer barulho. No entanto, não pude evitar a reação assustada ao ver o que parecia ser um homem com uma máscara preta mexendo nas minhas coisas.
Gritei assustada, e ele percebeu que eu estava acordada. Então, tirou uma arma da cintura e apontou para mim e para Bianca, que acordou com meu grito.
"Onde está o dinheiro?", perguntou com uma voz grave e ameaçadora.
"Quem é você? Como sabe do dinheiro?", perguntei, tentando entender a situação.
"Cadê o dinheiro?!", berrou impaciente, "Eu vou matar vocês duas se você não falar agora mesmo!", meu coração tremia de medo.
"O que está acontecendo...", tia Casilda apareceu de camisola na porta do quarto, ele a pegou pelo braço, e colocou a arma na cabeça dela.
"Solta minha mãe!", gritou Bianca, começando a chorar e levantando da cama.
"Senta!", mandou, e Bianca obedeceu.
"Esse dinheiro é para salvar a vida do meu avô, por favor... não faça nada com elas", implorei desesperadamente, tentando conter as lágrimas.
"Minha paciência está se esgotando", disse ele, pressionando a arma ainda mais contra a cabeça de tia Casilda, que tremia desesperada e estava pálida. Me coloquei aos pés da cama, puxando a bolsa de dinheiro que havia colocado embaixo da cama da Bianca.
"Tá aqui", não consegui conter as lágrimas que caíam dos meus olhos, e com as mãos tremendo, joguei a bolsa para ele.
O bandido empurrou ela para a cama, pegou a bolsa e saiu correndo.
Não perdi tempo e saí correndo atrás dele. Bianca gritou, insistindo para que eu não fosse, mas não dei ouvidos. Tudo o que passava pela minha mente era que eu perderia meu avô e não poderia fazer nada.
O alcancei antes que ele chegasse ao carro que, ao que parecia, estava esperando por ele. Agarrei a bolsa também, e travamos uma batalha por ela, puxando um do outro. Num descuido dele, puxei a máscara do seu rosto e não acreditei no que vi: o homem com os cabelos bagunçados, o rosto vermelho e apontando a arma para mim era o meu próprio irmão.
"Karl?", minha voz quase não saiu de tanta dor e decepção que estou sentindo.
Ele nem se importou que sua identidade foi descoberta e continuou puxando a bolsa de mim.
"Por favor, não faz isso...por favor", implorei.
"Solta essa merda, Sophie!", disse irritado, apontando a arma para mim enquanto continuavamos na batalha pela bolsa.
"De alguma forma eu sabia que era sua voz, mas me recusei a acreditar que você faria isso comigo, com o vovô...", falei, derramando mais lágrimas. "Ele vai morrer se você levar isso, Karl!", gritei em prantos.
"Mata essa Desgraçada!", gritou outro homem de dentro do carro, ele também usava uma máscara. Karl bateu no meu rosto com a arma, mas continuei agarrada a bolsa com todas as minhas forças.
"Que morra então!", ele puxou com tanta força que arrebentou a alça que eu estava segurando, me fazendo cair no chão.
Karl entrou rapidamente no veículo, levando a bolsa. Não pensei duas vezes e corri me colocando na frente do carro.
"Sai da frente, Sophie!", gritou ele do carro.
"Não", respondi firme. "Por favor, irmão, não faz isso", voltei a implorar, permitindo que mais lágrimas caíssem dos meus olhos.
Mesmo diante das minhas palavras carregadas de dor, ele não expressou nenhuma reação, apenas virou o rosto, se negando a olhar para mim.
"Dane-se, eu vou passar por cima dessa vadia!", gritou o homem que dirigia.
Então ele acelerou, e pensei que realmente ia morrer, mas Bianca arremessou nossos corpos para o outro lado da rua, me tirando da frente do carro a tempo. Ela foi muito rápida e nos salvou.
"Você está bem?", perguntou, se arrastando na minha direção.
Eu conseguia ouvir sua voz, mas não consegui falar e nem me mexer.
"Acho que quebrei o braço. Ai, meu Deus, sua testa está sangrando", disse assustada. "Mãe, chame uma ambulância!".
Continuei ouvindo seus gritos antes de perder todos os sentidos ali mesmo, deitada na rua.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Maristela Mota yaman
quem quer um irmão desse 💔💔
2025-03-05
0
Ana Lúcia De Oliveira
triste 😔
2025-03-15
0
morena
🥺🥺🥺
2024-07-14
1