CAPÍTULO 11 - NEGOCIAÇÃO PARTE I

...Sophie Salles:...

Após sair do hospital, fui a um lugar imprimir alguns currículos.

Como da última vez acabei dando um bolo na Cassie, preferi ir sozinha dessa vez do que incomodá-la novamente. Já até enviei alguns por e-mail, mas não tive retorno ainda, então decidi me dedicar mais.

Andei bastante e entreguei vários currículos durante o dia. O último lugar que visitei foi o shopping. Contudo, confesso que a experiência foi desanimadora, especialmente depois de presenciar uma mulher jogar meu currículo no lixo logo após eu sair da loja de sapatos. Fiquei pensando por que ela o pegou se tinha a intenção de descartá-lo.

Quando deu três horas da tarde, lembrei que era o horário que eu deveria encontrar a amiga de Bianca para discutir sobre a venda da casa. Peguei meu celular rapidamente e liguei para Bianca.

"Oi Sophie, onde você está?"

"Estou voltando para casa, vim entregar alguns currículos e acabei perdendo a hora.", respondi chateada comigo mesma por esquecer de algo tão importante.

"É a minha irmã?", ouvi a voz de Karl do outro lado da linha.

"É sim.", disse, Bianca.

"Deixa eu falar com ela.", pediu Karl, e aparentemente ela passou o telefone.

"Onde você está?", repetiu a pergunta de Bianca.

"Eu vim entregar alguns currículos e perdi a hora."

"A corretora de imóveis está aqui na cozinha com uma mulher. Você quer que eu fale com elas sobre a venda da casa? Assim você só chegaria para assinar o contrato" , perguntou Karl.

"Você pode fazer isso?", perguntei aliviada.

"Claro, maninha, ela me falou que só tinha algumas coisas para negociar e aí no final você assina."

"Tá bom, obrigada Karl.", respondi, desligando o telefone.

Enquanto caminhava até o ponto de ônibus, senti como se estivesse sendo seguida por um carro, fiquei com receio de ser o mesmo idiota de outro dia. Por isso decidi parar por um momento, aguardando o veículo passar, antes de retomar o caminho. Confesso que isso me atrasou alguns minutos.

Estava com muita fome, mas a única opção acessível com meu dinheiro era uma garrafinha de água, então foi isso que comprei.

Após uma hora, cheguei na casa de Bianca. Tudo isso graças ao problema com o carro que me perseguia e ao congestionamento terrível.

"Você demorou bastante", comentou Bianca."Mãe, você viu minhas chaves?", perguntou se virando para tia Casilda.

"Não, você deve ter deixado no quarto", disse. "Vou procurar pra você.", saiu da cozinha.

"Deve ter sido", resmungou. "E então Dona Sophie, voltando ao assunto, por que demorou tanto?"

"O congestionamento estava horrível.", respondi, não mencionando sobre o carro, talvez nem estivesse me seguindo como pensei, não quero deixar elas preocupadas,"Como foi a conversa e onde eles estão?", perguntei.

"Luiza propôs vender a sua casa por cinquenta mil, mas a moça achou caro, então acabaram acertando em quarenta e cinco", disse, animada.

"Sério? Meu Deus, isso é muito mais do que imaginei. Pensei que ela venderia por quarenta mil.", fiquei abismada com a negociação.

"Nem eu acreditei, mas aí ela me explicou que vai precisar tirar o valor do trabalho dela, que é dois mil. Seu irmão também falou do amigo que estão devendo, parece que o carro dele precisa de reparos e ele pediu o dinheiro, então seu irmão pediu que o valor fosse entregue em espécie.", respondeu me explicando como as coisas aconteceram ,"Agora elas devem estar voltando do banco."

"Sobre o trabalho dela é mais do que justo ela tirar esse valor, mas trazer esse dinheiro em espécie é muito perigoso. Acho que nem no hospital vão aceitar quinze mil em espécie, eles preferem transferência bancária.", comentei preocupada.