...Sophie Salles:...
Ela voltou a digitar no computador e, depois de dez minutos, um papel saiu da impressora.
"Você deve assinar essa autorização para a cirurgia", disse, colocando o papel sobre o balcão.
Peguei o papel e assinei rapidamente. "Quando meu avô vai passar por essa cirurgia?", perguntei devolvendo o documento a ela.
"Ela está agendada para a semana que vem, na sexta-feira. O pagamento deve ser realizado até quarta-feira,dia 16, caso contrário o procedimento vai ser cancelado automaticamente", respondeu.
"Ok, era isso. Obrigada por me explicar", agradeci.
"Por nada."
Saí do hospital e caminhei até o ponto de ônibus mais próximo. Ao chegar, percebi que o ônibus já estava partindo, então corri para alcançá-lo, aproveitando que a rua estava praticamente vazia. No entanto, ao atravessar correndo a faixa de pedestres, um carro surgiu do nada e quase me atropelou.
O motorista freou bruscamente, evitando o acidente por sorte, ou talvez por intervenção divina. Assustada com o ocorrido, caí no chão quando o veículo se aproximou, mas logo me levantei, encarando o olhar furioso do motorista, que desceu do carro. O homem usava um terno preto elegante.
"Você de novo... Por acaso é cega ou só tem problemas para reconhecer sinalização?", perguntou arrogante.
"Não, eu não sou cega", respondi, limpando a poeira da minha roupa. "Me desculpe, reconheço que agi errado", falei envergonhada, pedindo desculpas.
"Ótimo, agora sai da frente", disse arrogante, entrando no carro. Senti que ele estava sendo mal educado, apesar de ter reconhecido que o erro foi meu.
Fiquei encarando-o ainda na frente do carro, distraída e irritada com a forma que ele falou, até que ele começou a apertar a buzina repetidamente de forma irritante. Rapidamente, me afastei e, quando ele passou com o carro ao meu lado, tomei coragem e finalmente disse o que queria desde o começo.
"IDIOTA!", gritei o xingamento em alto e bom som. Em seguida, suspirei de alívio por ter desabafado, mas esse alívio foi passageiro, pois vi o motorista dando ré com o carro.
Comecei a correr muito, até mesmo ultrapassei o ônibus que havia perdido e peguei-o no próximo ponto.
Quase morri com a falta de ar nos pulmões, mas valeu a pena só para evitar ter que encarar o senhor irritante outra vez.
Após trinta minutos, cheguei à casa da tia Casilda. Mal pude conter minha empolgação ao compartilhar as boas notícias com elas. Respirei fundo e contei que, com a ajuda de Karl, conseguimos fazer o pagamento necessário e agendar a cirurgia para o meu avô, conversamos por algum tempo, e ela e Bianca ficaram super felizes com as notícias.
Também contei sobre o incidente com o senhor arrogante.
"Que cara horrível, se é assim com quem nem conhece, imagina em casa... deve ser o próprio tinhoso", disse Bianca Horrorizada com a atitude do motorista.
Tia Casilda assentiu concordando com ela,e soltando um suspiro pesaroso.
"Verdade, filha. Sinto pena dos familiares dele. Imagino o sofrimento da esposa desse homem tão desagradável," murmurou ela, compadecida.
"Você não faz ideia, tia Casilda," comecei a explicar. "Por mais bonito que ele pudesse parecer fisicamente, ele é arrogante e mal educado. Mesmo depois de eu ter caído no chão, ele sequer perguntou se eu estava bem. Simplesmente entrou e acelerou o carro, quase me atropelando de novo", falei, lembrando vividamente o incômodo do som ensurdecedor da buzina do carro ressoando em meus ouvidos.
"Que cara desprezível", disse Bianca "se eu estivesse com você, além de xingar esse escroto eu teria dado pelo menos um belo chute no saco dele".
A cena foi tão cômica que tia Casilda e eu não conseguimos conter a risada, assistindo as caretas engraçadas que Bianca fazia enquanto expressava sua indignação. Me sinto aliviada por não estar sozinha.
"Vamos deixar esse idiota pra lá. Agora estou muito feliz; conseguimos pagar o hospital, e meu irmão finalmente voltou, justamente quando eu mais precisava," desabafei.
"Por falar nisso, cadê aquela criatura?", perguntou Bianca, curiosa.
"Não fale assim, filha.", repreendeu tia Casilda.
"Não se preocupe, tia Casilda. Eles sempre brincam se xingando dessa forma desde crianças", me lembrei de como Karl, eu e Bianca costumavamos ser inseparáveis, mas ele acabou se afastando de nós por más influências. "Ele voltou para casa da pessoa com quem está morando, me mandou uma mensagem e disse que se precisasse de algo era para ligar. Ele também pediu para avisar quando vendermos a casa, pois emprestou dinheiro com um amigo para ajudar a pagar o hospital," expliquei.
"Karl parece diferente. Acho que ele mudou de verdade", comentou, Bianca.
"Sim, meu irmão realmente pareceu ter se arrependido. Decidi dar outra chance a ele, quero ver minha família unida outra vez", embora não seja tão fácil assim, já que perdi minha mãe e minha vó, ainda assim, tenho Karl e o vovô, então vou lutar por eles.
"Se anima amiga, a Luiza já conseguiu uma pessoa para ver a sua casa amanhã", disse Bianca.
"Tomara que ela consiga vender logo. Preciso pagar a cirurgia adiantado, tenho até quarta. Parece que se ele fizer a cirurgia por esse hospital em que está, não precisaremos pagar o valor da estadia dele lá durante as semanas do pós-operatório." Senti certo orgulho por lembrar de todos os detalhes que a recepcionista havia me passado.
"Eu não sei como você consegue lembrar de tudo o que eles falam. Sério, isso é incrível", disse Bianca impressionada.
"Eu amo o meu avô, e isso não é nada. Eu faria qualquer coisa por ele."
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Rosinete Soeiro
nem eu ele parece q tá jogando esse irmão dela
2024-12-20
0
Ana Lúcia De Oliveira
Lindo esse amor da Sophia pelo vô
2025-03-15
0
Jack Prates
Não estou confiando nem um pouco nesse irmão dela.🤨
2024-08-13
2