...Sophie Salles:...
"Agora só precisamos ir até o hospital para pagar o leito," disse para Karl.
"Calma aí, maninha, ainda preciso passar na casa onde estou morando para pegar o dinheiro e buscar o que emprestei do meu amigo. Vamos fazer assim: me manda o endereço por mensagem que daqui a uma hora te encontro lá," sugeriu, colocando o smartphone no bolso.
"Seu amigo concordou mesmo em nos emprestar o dinheiro?", perguntei receosa, e ele apenas acenou que sim com a cabeça. "Tá bom."
Peguei meu celular, digitei o endereço do hospital e encaminhei para Karl, que foi embora rápido, sem nem falar nada.
Ele devia estar nervoso e preocupado com vovô, assim como eu. Tomei um banho rápido e me arrumei para ir até o hospital, peguei o dinheiro que estava guardado e o coloquei na bolsa.
Após vinte minutos, eu já estava na frente do hospital, olhando para os lados, esperando por Karl. Como ele havia dito que chegaria depois de uma hora, acabei entrando e me sentando em uma das cadeiras da recepção.
Fiquei contando os minutos, esperando por ele, que chegou trinta minutos atrasado. Assim que passou pela porta, me viu e sorriu levemente.
"Você conseguiu?", perguntei ansiosa. Ele colocou a mão no bolso e tirou um pequeno bolo de dinheiro.
"Claro que eu consegui, irmãzinha. Pode contar, aqui tem cinco mil e oitocentos, certinho," disse, se gabando.
Nem fiz questão de contar, apenas abracei meu irmão e agradeci.
"Obrigada por salvar o vovô. Não se preocupa, vou pagar tudo quando vender a casa."
"Não se preocupa com isso agora. Vai lá," indicou o balcão da recepção com a cabeça.
Fui até lá e expliquei que o pagamento deveria ser por transferência bancária, mas tive um imprevisto, e acabou que o dinheiro só poderia ser entregue em espécie. A recepcionista entendeu, recebeu o dinheiro, confirmou o pagamento no computador e me entregou uma cópia do termo de responsabilidade de internação que assinei quando meu avô deu entrada aqui.
"Podemos ver nosso avô?", perguntei a ela.
"Seu avô não pode receber duas visitas no mesmo dia, e como o outro neto não veio antes, ele vai precisar passar pelo cadastro para ser reconhecido como um visitante."
"Entendo, vou chamar ele para fazer o cadastro," ela apenas falou um "ok." Caminhei até onde Karl estava sentado mexendo no celular.
"Você precisa fazer um cadastro de visitante para ver o vovô," falei, me sentando ao lado dele.
"Ah, não," resmungou, fazendo uma cara feia. "É... eu não quero ver ele nesse estado, me deixa muito triste pensar nele em uma cama de hospital," falou, colocando a ponta dos indicadores nos olhos como se estivesse prestes a chorar. "Prefiro não visitar por enquanto."
Dei um abraço nele.
"Vai ficar tudo bem, Karl," falei, dando pequenas batidinhas nas costas dele.
"Eu vou precisar ir agora. Mas quando vender a casa, me avisa, preciso pagar meu amigo," assenti vendo ele se levantar e sair rapidamente do hospital.
Me levantei e, antes de ir embora, fui até a recepcionista novamente.
"Pode me dar outra informação?", perguntei.
"Claro, no que posso ajudar?" ela perguntou.
"O cardiologista Henrique Bertolaz me falou que meu avô tem que fazer uma cirurgia, quero saber mais sobre isso."
"Aguarde um momento, por favor," pediu, enquanto digitava rapidamente no computador. "Bom... aqui diz que ele precisa passar por uma cirurgia de reconstrução do miocárdio," respondeu.
"Essa parte o médico me falou, na verdade, o que quero saber é sobre os custos e o tempo de recuperação," perguntei sendo direta.
"Pelo nosso hospital, essa cirurgia custa quinze mil reais, já com desconto pelo tempo de internação dele aqui. Nós também podemos encaminhá-lo para fazer a cirurgia pelo sistema de saúde pública. Se eu encaixá-lo na fila agora..." falou, digitando no computador novamente. "Ele vai entrar na posição 251, tem 250 pessoas aguardando cirurgias cardíacas nesse momento."
"E quando a cirurgia será feita pelo hospital público?"
"Daqui a uns 5 meses," respondeu. "Eu devo fazer o cadastro dele aqui?"
Cinco meses é muito tempo, tenho medo que o meu avô não consiga suportar toda essa espera.
"Não, o médico falou que a situação dele é delicada, ele não pode esperar tanto tempo assim. Vamos pagar a cirurgia," afirmei. "Depois da cirurgia, quanto tempo ele vai ficar no hospital?"
"A cirurgia cardíaca geralmente requer cerca de trinta dias ou mais para receber alta hospitalar. Porém, você não precisará se preocupar com as semanas do pós-operatório, pois, no caso, você não teria que pagar pelo tempo que ele ficará aqui após o procedimento," respondeu ela. "Você quer que eu agende a cirurgia?"
"Já pode fazer isso?" Perguntei, surpresa, e ela assentiu. "Então, pode agendar, por favor."
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Jaqueline Silva
já li o do Bruno e Luiza . Charles e bianca.vejo que tudo se encancha
2025-03-18
0
Ana Lúcia De Oliveira
Que triste 😔
2025-03-15
0
leyde
fia acho q não viu. N sei porque,mas vejo dias difíceis para ti
2024-06-01
4