...Sophie Salles:...
Senti uma mão tocar meu ombro com cuidado.
"Senhorita, seu tempo acabou", disse o mesmo enfermeiro de antes.
"Mas já?", o tempo parecia ter voado.
"Já se passaram cinco minutos desde que você chegou aqui. Esta ala é restrita para pacientes em estado grave, por isso não é permitida a permanência dos visitantes", explicou, e eu assenti desanimada, pensando que poderia ficar um pouco mais.
Me virei em direção ao meu avô.
"Vô, preciso ir agora, mas vou voltar logo. Não se preocupe", me despedi, cobrindo-o melhor e soltando sua mão.
Em seguida, segui o enfermeiro, que me orientou a descartar a touca e as luvas em uma lixeira, e a lavar as mãos novamente.
"Agora, você deveria ir até a recepção. Solicitaram a sua presença lá," comentou, e eu apenas acenei que sim com a cabeça, entrando no elevador.
Minutos depois, já estava andando até o balcão da recepção.
"O enfermeiro me falou que precisavam falar comigo", parei na frente da recepcionista.
"Você é Sophie Salles?", assenti. "É porque temos que lhe informar que o pagamento ainda não foi realizado. Você está tendo dificuldades em relação a isso? Nós aceitamos cartões de crédito e débito", ela citou inúmeras formas de pagamento que o hospital aceitava.
"Não é que eu esteja tendo dificuldades, vou fazer o pagamento mais tarde. Não há nada com que precisem se preocupar".
"Ok, tudo bem", disse, dando um sorriso gentil e começando a digitar algo em seu computador.
Com calma, fui caminhando até a saída do hospital. Por enquanto, estou morando com tia Casilda e Bianca. Vou passar na casa delas e tomar um banho para procurar um emprego. Cassie falou que iria me acompanhar hoje, já que era o seu dia de folga.
Depois de alguns minutos, finalmente cheguei. Respondi algumas perguntas de tia Casilda sobre o estado de saúde do vovô.
"O médico falou que ele tem uma boa chance com a cirurgia," comentei, passando a mão no cabelo.
"É uma ótima notícia, querida," disse animada.
"A amiga da Bianca falou algo sobre a casa?", perguntei com esperança.
"Ela ainda não me falou nada", começou a despejar café em uma xícara.
"Falando de mim?", perguntou Bianca, entrando na cozinha e me dando um abraço rápido.
"Você tem alguma notícia sobre a venda da minha casa?"
"É... antes disso, eu queria te dizer que vi o Karl chamando por você na frente da sua casa. Contei que você estava aqui, e ele está vindo aí," explicou.
"Meu irmão?", murmurei, mais para mim do que para elas.
Saí de dentro de casa e vi Karl caminhando distraído com o celular na mão. Corri até ele e dei um abraço.
"Como está o vovô?", perguntou, ainda abraçado comigo. "Me desculpa pelo que falei no telefone, fiquei irritado com uma situação e acabei descontando em você, mana."
"Tá tudo bem, ele vai ficar bem", me afastei do abraço. "Vem, entra, estou ficando na casa da tia Casilda," comentei, andando na frente dele.
"O que há de errado com a nossa casa?", perguntou, parando de andar e olhando para nossa casa que ficava ao lado.
"Nosso avô está em um hospital privado, vou vender a casa para arcar com todos os custos," expliquei.
"Você já vendeu?", a curiosidade brilhou em seus olhos.
"Ainda não. Na verdade, essa é a minha grande preocupação. Tenho que pagar hoje a estadia dele no hospital, e até agora não tenho nenhuma notícia de uma possível venda."
"Qual é esse valor?" perguntou, interessado.
"São sete mil reais", seus olhos saltaram.
"Caralho, você comprou um médico pra ele?", brincou ele.
"Não havia leitos em hospitais públicos. Eu não podia deixar nosso avô sem atendimento," respondi. "O pior é que eu não tenho nem a metade desse dinheiro; tudo que tenho são mil e duzentos reais," expliquei.
"Eu tenho três mil guardados. Vou pedir para um amigo me emprestar o restante, e vamos pagar o hospital," disse ele.
Quando Karl disse isso, foi como se um peso saísse dos meus ombros, e eu conseguisse finalmente respirar.
"Você pode mesmo fazer isso?"
"Claro, maninha. Nós vamos juntar esse dinheiro, e depois você só precisa me ajudar a pagar o meu amigo," afirmou.
"Isso não vai ser um problema. Vou vender a casa, e pagamos ele. Vamos entrar, vou falar com a Bianca sobre isso,"
"Que bom que você voltou, Sophie" disse, tia Casilda. "Luíza ligou e pediu para falar com você".
Praticamente corri até Bianca e ela me entregou o telefone.
"Oi Sophie, tenho boas notícias. Há uma mulher interessada em comprar sua casa. Ela está se mudando para o nosso estado, e vai chegar amanhã"
"Tem como apressar as coisas?"
"Sinto muito, mas não tem como. Essa moça só vai chegar amanhã, e além disso, ela precisa avaliar o imóvel para ver se vai atender às suas necessidades."
"Tudo bem, entendo... Muito obrigada por tudo o que tem feito."
"Imagina. Agora preciso ir, até logo", ela falou, encerrando a ligação.
"O que ela disse, querida?", perguntou tia Casilda.
Os três me olhavam curiosos e ansiosos.
"Tem uma pessoa interessada, mas ela só vai poder ver a casa depois de amanhã em diante", contei, sentando no sofá. "Eu aceito sua ideia, Karl. Não temos outras opções."
"Que ideia?", Bianca alternou o olhar entre nós confusa.
"Karl tem um dinheiro guardado e eu também. Um amigo dele vai nos emprestar o que
falta para pagar o hospital", falei.
"Se o meu salário tivesse sido liberado, eu ajudaria, mas vai sair só no fim do mês", disse Bianca cabisbaixa.
"Imagina, vocês já estão fazendo muito por nós", falei. "A propósito, muito obrigada tia Casilda e Bianca por me deixar ficar aqui, vocês são incríveis".
"Vocês são nossa família também", disse, tia Casilda.
"É verdade", Bianca me deu um abraço apertado.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
Como não li na ordem,sei bem o que esse mal caráter vai fazer
2025-03-14
0
morena
aiaiai, ele tá aprontando
2024-07-14
1
rafinha
sei não viu
2024-06-16
2