15. Capítulo

Augusto entra em casa, deixa sua mochila no canto e vai até a cozinha.

Maria: Boa noite, senhor.

Augusto: Boa noite, Maria. Que cheiro bom é esse, hein?

Maria: Estou preparando um frango assado com batatas e cenouras.

Augusto: Nem imagina o quão bom é ouvir isso. Não almocei essa manhã, então estou morrendo de fome.

Maria sorri e garante que em poucos minutos o jantar estará na mesa. Enquanto espera, Augusto abre uma garrafa de vinho e bebe com os olhos para o céu estrelado do lado de fora.

"Porque é tão difícil decidir?" Pensou.

Germano chega na cozinha e ainda chateado por ontem, finge não está vendo Augusto lá parado no vidro.

A falta de comunicação durou minutos.

Augusto: Germano? Está passando um filme incrível no cinema. Você está afim de ir comigo?

Ele então o encara.

Germano: Não, não estou afim. Augusto.

Augusto fica sem saber como reagir.

Augusto: Você vai trabalhar por acaso?

Germano: E se eu fosse? Não seria da sua conta, não é?

Augusto: Não, não é da minha conta. Estou só querendo entender porque não pode me acompanhar ao cinema.

Germano: Porque você não é uma criança e eu não quero. Isso é o bastante para você?

Augusto: Sim, é o bastante.

Augusto taca o guardanapo na mesa e sai andando para o seu quarto.

Augusto narrando

Droga, Droga, Droga! Como eu sou um idiota. Era claro que esse babaca do Germano havia mandado a sua empregada me dizer o que ele queria pra depois me tratar nesse grosseria.

Nervoso, jogo um livro contra a parede e me sento na cama com as minhas apoiadas nela.

Autor narrando

Luciana bate na porta e sem esperar por um aval, abre e entra.

Augusto: Pensei que ele quisesse assistir um filme comigo.

Luciana: E queria senhor, não sei o que mudou.

Augusto se leva e encara a assistente.

Augusto: Que seja! O que você quer aqui?

Luciana: Vim lhe pedir para ter paciência com ele. Germano não é esse homem de alguns minutos atrás.

Augusto abre a porta para Luciana sair.

Augusto: Poupa-me.

Luciana: Eu juro que nada disso foi combinado.

Augusto solta um sorriso irônico para cima da assistente.

Augusto: Não me diga. Anda, saia!

Augusto fecha a porta com Luciana para fora e desliza com as mãos tampando o seu rosto. Ele não quer se sentir do jeito que está se sentindo e nem tratar ninguém do jeito que tratou.

Augusto narrando

Quando eu tinha nove anos de idade, minha tia me vendo com o coração quebrado pela primeira vez, me disse que eu teria que colocar um blindagem nele e que só assim, ele não seria rompido novamente. Na época ela achava que era por causa de uma garota. Perguntou-me se era igual com um homem. Quero dizer, como levantar as minhas defesas contra o Germano?

Autor narrando

Germano, parado no corredor, não sabe se entra e pede desculpas ou se deixa Augusto na dele. Afinal, é um casamento por contrato, ele não precisa se preocupar com os sentimentos do seu esposo ou precisa?