| As P○rnografias Da Jaqueline

William: Não dá para acreditar que estou a madrugada inteira lendo as pornografias da Jaqueline. Começo a ler os comentários, um caminho sem volta, por@, os melhores são nos capítulos hot. Um bando de depravadas chamando a nossa senhora das calcinhas molhadas, será que existe uma? Me levanto com muita preguiça, queria mesmo era dormir, mas preciso ver aquela secretaria safadinha do Maicon. Me arrumo, sigo para empresa e vou direto para sala do Maicon, para a minha surpresa Jaqueline está literalmente dormindo na mesa, com a mesma roupa de ontem. Coço a garganta ela abre os olhos com dificuldades, estão inchados denunciando que chorou. Ela me olha assustada e ajeita o óculos.

Jaqueline: Desculpa, posso explicar.

Wiliam: Estou esperando...

Maicon me avisa por mensagem que não virá hoje. O Andrew está com febre e ele vai ficar em casa. Volto a minha atenção para a Jaqueline que desvia o olhar.

Jaqueline: Prefiro falar com o Maicon, se não se importar senhor William.

William: Me importo, porque o Maicon não virá hoje e é visível que não está bem.

Jaqueline: É pessoal senhor William, um assunto delicado.

William: Nesse caso pode ir para casa e tira o dia para resolver a questão.

Jaqueline: Posso ficar?

William: Porque não quer ir embora?

Jaqueline respira fundo algumas vezes, ela parece procurar as palavras certas.

Jaqueline: Tenho uma medida protetiva contra o meu ex-marido. Ele foi preso, porque denunciei ele e agora está livre. Não era para ele saber nada sobre mim, mas o advogado dele passou informações pessoais minhas. Ontem, quando sai da empresa ele me abordou na rua e voltei para empresa, porque estava com medo.

William: Jaqueline segura o choro, levo uns segundos para processar as informações.

Esse advogado cometeu um crime Jaqueline. Temos ótimos advogados na empresa para acompanhar o seu caso. Precisa denunciar o seu ex-marido, o fato dele ter te procurado e se aproximado com a medida protetiva é motivo suficiente para manda-lo para cadeia outra vez.

Jaqueline: Não sei por onde começar.

William: A voz da Jaqueline soa embargada.

Pega as suas coisas, vamos passar no jurídico, depois vou te levar a delegacia e te deixo em casa em seguida para descasar.

Jaqueline: Não quero dar trabalho senhor William.

William: Não seria capaz de ignorar o que me contou, isso é preocupante Jaqueline. Só me deixe te ajudar!

Jaqueline: Se não for te atrapalhar, eu te agradeço a ajuda.

William: Não vai, ainda estou aprendendo sobre a empresa com o Maicon e sem ele aqui, não tenho muito o que fazer. Arruma as suas coisas, vou pedir a Magnolia que feche as agendas.

Sigo até a minha sala e abro o arquivo de investigação da Jaqueline. Ela veio indicada de uma empresa de saúde mental que temos parceria. A dona é a Alice, me lembro do Maicon falar da visita dela e do marido. Não tem informações sobre o casamento da Jaqueline. Fecho o arquivo e ligo para o Maicon, preciso saber que perigo a Jaqueline está correndo, mas ele não me atende. Volto até a Jaqueline, ela me segue em silêncio, de cabeça baixa, visivelmente envergonhada.

Jaqueline: Seguimos até a sala dos advogados da empresa, explico sobre a medida protetiva sem dar detalhes, advogados nos instruem e um deles nos acompanha até a delegacia. Pensei em não denunciar, o Diogenes não em fez nada, mas o William me convence que ele não fez nada, ainda.

William: Prescisa comer. Podemos passar em uma padaria?

Jaqueline: Estou muito cansada, gostaria de ir para casa.

Wiliam: Peço ao motorista para ir até o endereço que a Jaqueline me passa, ela mora em um prédio simples, não muito longe da empresa. Me preocupa ter apenas um porteiro idoso. O senhor Macio informa que o homem com a descrição do Diogenes veio aqui mais cedo pedindo autorização para entrar e fazer uma surpresa para Jaqueline. Ele estava com o carro cheio de flores, mas teve entrada negada.

Aqui não é seguro para você Jaqueline. Principalmente depois dessa segunda denúncia. Tem família ou um lugar que o seu ex-marido não tenha conhecimento e que possa ficar segura?

Jaqueline: Já fez muito por mim senhor William, não se preocupe.

William: Fiz o certo, agora me responda, tem para aonde ir?

Jaqueline: Não, mas vou pensar num lugar seguro.

William: Pegue o essencial, virá comigo.

Jaqueline: Não precisa!

William: Se não mencionou parentes é sozinha e se precisa pensar num lugar seguro é porque não tem nenhum. Não se coloque em risco desnecessário Jaqueline, estou te oferecendo ajuda sem pedir nada em troca. Pegue só o essencial para essa noite, amanhã peço que algum funcionário pegue resto.

Jaqueline: Encaro o William com milhões de dúvidas, hoje ele me mostrou um lado dele que não imaginei que existia. Ele é protetor e me passou toda a segurança que precisava. Descido ir com ele por medo de ficar, só não faço ideia de para onde vamos.

Vou pegar o necessario, quer entrar?

William: Precisa de ajuda?

Jaqueline: Não.

William: Vou te esperar aqui então.

Jaqueline: Entra, posso passar um café e te servir algo para comer. É simples, mas é de coração, uma forma de te agradecer pela ajuda.

William: Jaqueline me encara com vergonha, não queria entrar, mas não quero que ela se sinta mal pensando que é por ser algo simples. Nunca liguei para isso.

Tudo bem.

Jaqueline: William sobe comigo, graças a Deus sou organizada. É um apartamento pequeno de apenas um quarto, mas é limpo e organizado. William olha tudo com atenção, coloco a água do café para ferver e faço uma panqueca. É o que tinha ingredientes para fazer. Corto algumas frutas e faço um suco natural, William está concentrado no celular, chamo ele para comer na bancada da cozinha, pois não tenho mesa aqui.

William: Simples? É um café da manhã completo e muito gostoso Jaqueline. Obrigado.

O apartamento da Jaqueline é aconchegante, ela é toda desconfiada, nem imagino que passou para ser assim. Parece que existem três versões dela, uma para o Maicon, uma para os leitores e outra para o mundo.

Jaqueline: Que bom que gostou.

William come e repete, fico feliz que ele gostou do café da manhã. Peço licença para tomar banho e deixo ele na sala.

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