| Pequena...

Jaqueline: Termino o meu expediente e sigo até o ponto de táxi distraída.

(Diogenes, 30 anos. Ex-marido da Jaqueline)

Diogenes: Pequena...

Jaqueline: Todos os músculos do meu corpo ficam tensos, tento controlar a minha respiração, mas é como se faltasse o ar. Me viro devagar, o mundo fica em câmeara lenta nesse momento. Diogenes está perto demais e fico assustada revendo ele depois de tudo.

Não pode se aproximar de mim Diogenes.

Diogenes: Vim implorar pelo seu perdão. Paguei pelo meu erro, fez o certo em me denunciar pequena, assim pude entender os meus erros. Vamos voltar para casa, por favor.

Jaqueline: Como me achou?

Diogenes: Por meio do meu advogado. Mas, isso não importa pequena, o importante é que te encontrei.

Jaqueline: Não vou voltar com você e vai se afastar agora mesmo ou vou chamar a polícia.

Diogenes: Não faz isso pequena, me perdoa!

Jaqueline: Te perdoei bem mais uma vez e não confio mais em você. Vá embora!

Diogenes: É isso mesmo que quer?

Jaqueline: É exatamente o que quero!

Diogenes se aproxima e dou alguns passos para trás.

Diogenes: Não tenha medo, só queria te entregar isso. É a medalhinha que foi da sua mãe, encontrei em baixo da nossa cama.

Jaqueline: Pego a medalinha da mão do Diogenes e ele se afasta outra vez.

Obrigada.

Diógenes: Espero que me perdoe pequena e que possamos recomeçar e formar a família que sempre sonhou.

Jaqueline: Matou o nosso bebê Diogenes e junto os meus sonhos de me casar, formar uma família e ser feliz. Não me procura mais!

Volto a empresa praticamente correndo, não me senti segura na rua. Me sento na escada de emergência e luto para não mergulhar na dor que sinto nesse momento. Tento ir embora, mas não consigo, o medo me paralisa. Me sento na minha mesa e começo a escrever para mudar o foco das lembranças dolorosas que me invadem.

Fora da Empresa...

Maicon: Deixo o William na cobertura dele e sigo para pegar o Andrew na escola. William está estranho, não vai sair essa noite, segundo ele, é para atualizar a leitura. Não sei o que ele quis dizer com isso, até onde eu sei William não tem o hábito de ler. Chego a escola do Andrew e vejo de longe caminhando ao lado da Aline, com um sorriso largo no rosto.

Andrew: Papai!

Aline: Andrew corre até o Maicon e observo o atentamente tudo ao nosso redor.

Boa tarde senhor Maicon.

Maicon: Boa tarde Aline.

Andrew: Papai, quero tomar sorvete. Podemos?

Maicon: Podemos sim filho.

Andrew comemora e levo ele nos meus braços até o carro. No caminho ele me conta como foi legal a escola e me fala sobre as atividades que fez. Chegamos até a sorveteira e a Aline nos acompanha a uma certa distância, atenta a tudo.

Andrew: Papai chama a Line para tomar sorte connosco.

Maicon: Line?

Andrew: A Aline papai, ela deixou chamar ela de Line.

Maicon: Nem sabemos se ela gosta de sorvete filho.

Andrew: A Line gosta de sorvete de chocolate, eu perguntei papai!

Maicon: Aline...

Aline: Sim, senhor Maicon.

Maicon: Quer tomar sorvete connosco?

Andrew: Por favor Line. Tem de chocolate!

Aline: É tão difícil dizer não ao Andrew, ele me encara com os olhinhos pidoes fazendo bico e amolece o meu coração. Maicon me olha e me dá um sorriso, impossível não notar como o sorriso dele é perfeito.

Chocolate? Nesse caso vou aceitar!

Maicon: A Aline se senta connosco, Andrew fica muito feliz por ela ter aceitado e tomamos o sorvete num clima muito bom. Andrew faz caretas, ele pede do sorvete da Aline e do meu, para experimentar e se diverte muito. Terminamos o sorvete e caminhamos um pouco, optei por jantar fora, em um restaurante comum perto da sorveteira. A Aline jantou conosco, terminamos e levo o Andrew a um parquinho bem iluminado, perto do restaurante. Fico com a Aline conversando sem tirar os olhos do Andrew.

Está gostando de Seattle?

Aline: Sendo honesta senhor Maicon só conheci o hotel que me hospedei quando cheguei aqui e o percurso que faço diariamente com o Andrew.

Maicon: Tem vontade de conhecer Seattle?

Aline: Vontade tenho, só não me organizei para isso, ainda. Tem alguns lugares que me deixaram bem curiosa.

Maicon: Quais lugares?

Aline: Não ri, mas vi nos destinos turísticos de Seattle o Fremont Troll, vi na internet a escultura de um Troll amassando um fusca, que fica em baixo de uma ponte, achei tão interessante.

Maicon: Porque iria rir? Já levei o Andrew lá. É bem legal. Gosta de arte?

Aline: Sim, muito. E você gosta?

Maicon: Até que gosto. O meu pai amava e acompanhava ele nas galerias, acabei pegando gosto.

Aline: Te entendo perfeitamente, no meu caso era a minha mãe a minha influência. Ela pintava.

Maicon: Você pinta?

Aline: Não profissionalmente, mas gosto de pintar como um passa tempo.

Maicon: Aline ajeita o cabelo atrás da orelha e me dá um sorriso tímido. A luz está refletindo nos seus olhos verdes a deixando ainda mais bonita.

Espero poder ver uma pintura sua.

Aline: Não crie grandes expectativas, não sou tão boa, é só um robe mesmo. Tem algum robe?

Maicon: Gosto de surfar.

Aline: Sério? Nunca passaria pela minha cabeça.

Maicon: Faço com menos frequência que gostaria.

Aline: Como as pessoas são surpreendentes.

Andrew: Papai quero balançar.

Aline: Maicon entra no parquinho com área de terno e sapatos sem se importar, ele balança o Andrew e fico observando tudo a nossa volta. Andrew cansa e seguimos para mansão, os dias que o Andrew tem atividades extras na escola ele fica mais cansado, porque estuda em período integral. Ele adormece no carro e posso ver o cuidado do Maicon para pegar ele sem acordá-lo. Sigo para casa que estou hospedada e vou direto para o banho. Me deito cedo, pego um livro e vou ler até o sono chegar.

Maicon: Troco a roupa do Andrew dormindo. Ele está sujo, mas não tenho coragem de acordá-lo. Dou um beijo nele e sigo para o meu quarto. Tomo um banho e me deito, pego no sono sem perceber pensando na conversa que tive com a Aline.

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