Capítulo-06

Liya Carlim_

Cheguei na minha casa com a cabeça cheia daquelas palavras do senhor Josh, gostaria de ajudá-lo, porém, não conseguiria casar com um desconhecido.

Já era noite quando a Ney bate na minha porta, ficamos conversando e eu contei para ela o que sucedeu comigo hoje.

Neyla — Nossa é só deixar você um minuto sozinha que os homens já cai pedindo casamento.

Ela diz rindo, tirando sarro da situação.

— Não tem graça Ney.

Neyla — Um poucoquinho sim... mais agora falando sério, você deveria aceitar a proposta e aproveitar isso para conseguir entrar na faculdade de moda, seria muito bom não acha?

— Não quero parecer interesseira.

Neyla — E não vai. Você apenas irá tirar algo para você, ele vai conseguir o que quer e você o seu sonho, todos saiem ganhando.

— E se a mulher que ele diz ser do "mau" não for? Ela pode senti-se desprezada.

Neyla — Lembra da mulher do saguão, aquela que falou um monte de coisas para você? Ela é a suposta noiva dele, você acha mesmo que aquela mulher não é do mau?

Ela falando assim nem tem como dizer que não é né. 

Passei a noite pensando nisso, talvez essa proposta seja um sinal de mudanças, ele pode ser o meu salvador para sair dessa vida de esfrega chão. Na manhã seguinte fui para o trabalho, tentei encontrar a Clarice, ela é a única que pode fazer eu chegar até o senhor Josh. Infelizmente não encontrei ela, creio que isso é outro sinal para mim esquecer essa história, no final do expediente sair do trabalho direto para um shopping, queria comprar um sapato novo para o trabalho, o meu já está bem desgastado. Comprei o sapato e aproveitei para comprar um sorvete, faz tanto tempo que não tomo sorvete. No caminho da saída esbarrei em uma pessoa o sorvete caiu sobre a roupa dela.

— Aí Jesus.

Salmo — Você não olha por onde anda garota?

Ele diz irritado.

Ella — Calma amor foi só um sorvete,  ela não fez por mau.

— Eu não estava olhando para frente senhor, mil perdões.

Fico logo aflita, eles parecem ser pessoas bem ricas pelo jeito da roupa e a postura. A mulher é bem simpática.

Ella — Não preocupe-se, acidentes acontecem.

Ela sorrir gentilmente e sai com o homem que ainda está irritado. Pelo menos não teve xingamentos. Fui pra casa sem o meu sorvete.

Que decepção!

Josh Ygles_

Hoje estou na empresa Votre style est le nôtre, o trabalho aqui está um pouco atolado, quem mais cuida daqui é o meu vice-presidente no caso o Rodolfo, mais tem coisas que só eu tenho que fazer, e agora essas coisas está tirando o meu dia todo. A minha mãe liga para mim convidando-me para passear com ela é o meu pai e ela gostaria que eu fosse também, falei não é que não queria olhar na cara do meu pai, ela não entendeu então contei o que o meu pai fez, ela ficou chateada com ele mais disse que a intenção dele foi boa, ele só quer garantir um futuro melhor. Desliguei a chamada é voltei para o meu trabalho ainda mais irritado, hoje a noite eu vou visitar eles e entregar a liderança de volta para eles.

Era por volta de umas sete da noite, o Rodolfo chega na sala.

Rodolfo — É verdade que você vai casar semana que vem?

Olhei para ele sem entender é nada.

— Como assim? Eu não vou casar.

A Clarice chega na sala com um semblante preocupado.

— O que vocês sabem?

Clarice — Entra no site de fofoca da região.

Faço o que ela diz, e logo o meu semblante escurece. Na página dois do site está dizendo que eu e a Mila Fontainelles casaremos no sábado da próxima semana, a Mila diz que está ansiosa e os preparativos está a mil.

— Não isso... isso só pode ser brincadeira.

Rodolfo — Cara eles não estão de brincadeira, essa mulher quer mesmo casar com você.

Clarice — A sua namoradinha não falou nada a respeito?

Rodolfo — A Ju não tem nada a ver com isso.

Clarice — Mais ela é amiga daquela cobra, ela com certeza sabe os planos da Mila, não creio que isso de casamento é só coisa do pai do Josh.

Rodolfo — Ser amiga não diz nada Clarice.

Interrompo a possível discussão deles.

— Chega gente, eu vou sair para aliviar a mente, melhor eu pensar bem no que vou fazer. Até amanhã.

Saio da sala, e vou para o meu carro.

Dirigindo pelas ruas de Marselha, a cabeça estava muito atordoada. Eu não queria abandonar ás empresas, mais também não quero casar com a Mila, preciso provar para os meus pais que posso e consigo ser um grande empresário. Percebo que estou perto de uma pracinha, estacionou o carro e desço, comecei a andar pelo lugar, uma pracinha simples cheio de crianças brincando. Fui para a barraca que vende sorvete na casquinha fiquei atrás de uma moça, assim que ela falou reconheci a voz.

Liya — Quero de napolitano.

O sorveteiro entrega a ela, liya vai saindo sem olhar para trás, chega a minha vez.

— Quero napolitano também.

Fiquei olhando para ela indo, ela sentou num banco de madeira e ficou olhando as crianças brincar. Fiquei encostado numa árvore observando ela, Liya de longe era bonita e de perto é belíssima, ela tem um olhar penetrante e um sorriso doce, ela deveria está desfilando ou posando para as câmeras, a Liya daria uma modelo de muito sucesso. Fui aproximando-me dela sem pressa.

— Posso me sentar?

Liya Carlim_

Cheguei na minha humilde morada, fiz tudo que precisava quando chego, o ruim é que eu queria o sorvete que não tomei, estou parecendo grávida.

Não consegui sossegar a bund@ então coloquei um vestido soltinho florido e sair para a pracinha precisa do meu sorvete. Assim que cheguei fui comprar o sorvete, sorte que o prédio que eu moro é perto dessa praça, posso vim aqui a hora que quiser. Comprei o sorvete e fui sentar num dos bancos, fiquei observando as crianças brincar lembra da época do orfanato, era tão bom ser criança, sem responsabilidades apenas com as coisas pequenas, tipo estudar. Escutei uma voz muito conhecida, aquela voz passou pelo buraco do meu ouvido e foi entrando por todo o meu corpo deixando ondas elétricas por onde passava, o coração dessa pobre moça já estava acelerado. Olhei para a direção dele.

— Sim, pode.

Ele senta-se do meu lado.

— Você está me seguindo né?

Ele solta uma pequena risada e diz.

Josh — Não! Eu não estou te seguindo bela dama, apenas relaxando a cabeça, um sorvete talvez esfrie.

— Entendi. Ainda estão tentando forçar você a casar?

Josh — Pior que isso, eles marcaram a data do casamento.

Só pelo jeito dele sabia que ele estava triste.

— Por que você não desistir das empresas?

Josh — Por eu querer mostrar para os meus pais que posso sim ser um empreendedor de sucesso assim como eles.

Fiquei pensando sobre o que a Ney falou, eu não vou conseguir tirar proveito da situação que ele encontra-se, mais eu quero muito ajudar ele.

— A sua proposta ainda está de pé?

Ele olha para mim com um olhar duvidoso e responde.

Josh — Sim!

— Então eu aceito. Por tanto que nada mude, nosso casamento será apenas para você conseguir o que quer, mais não irei morar com você, é se nos vermos na rua vamos agir como estranhos.

Josh — Isso é impossível de fazer, como vou mostrar que realmente estou casado, se a minha esposa é "fantasma"?

— Você só precisa do documento, e mostrando que ele é verdadeiro não vai precisar que eu apareça em público com você. Eu quero ajudar você, mas se não aceitar essas condições então não haverá casamento.

Ele ficou uns minutos calado pensando. Eu poderia pedir para ele pagar uma faculdade para mim, mais tenho certeza que eu teria que viver como casada, morar no mesmo teto e dormir sobre a mesma cama, então o melhor é apenas ajudar ele e depois a vida vai mostrar para mim o que fazer.

Josh — Ok Senhorita Liya eu aceito os seus termos.

— Tá bom, quando vamos nos casar?

Josh — Posso pedir para marcarem nessa sexta-feira.

— Pensei que isso demora-se.

Josh — Não quando podemos pagar para ter um casamento rápido de urgência.

— É, quem tem dinheiro tem tudo nas mãos.

Falo sem pensar. Ele fica olhando para mim.

— Foi mal.

Josh — Meio que você está certa né.

Termino o meu sorvete.

— Melhor eu ir.

Josh — Passa o seu número de telefone, para nós falarmos e resolver sobre os papéis do casamento.

— Ok.

Passei o meu número para ele e ele passou o dele, nos despedimos e fui para casa. É estranho está preste a casar com um desconhecido e ainda por cima é o chefe do meu chefe.

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