estrada

CONTATO COM A NATUREZA

Nunca apreciei mato, esta coisa de vida no campo , passeios ao ar livre , trilhas , estes tipos de contato com a natureza.

Sempre fui alguém bem " urbano" ,bem era digital , ligado a tecnologia e a diversões e distrações relacionadas às grandes cidades.

Desde criança achava chato passar as férias em casa de meus avós que ficava numa pequena cidade no interior de MG.

Sentia falta da minha internet, do meu vídeogame , dos meus amigos do judô , do futebol ...

Enfim, gosto mesmo é de asfalto, prédios, arranha céus, shoppings e da vida agitada das grandes metrópoles( me julguem).

Depois deste relato que lhes contarei , aí mesmo é que passei a evitar todo e qualquer passeio que envolvesse mato e cidades pequenas...

Como a vida faz coisas engraçadas e contrárias conosco, comecei a namorar uma moça ( e me apaixonei) , q era totalmente o oposto de mim.

Gostava do campo e de programas que incluíam passeios ao ar livre , muito verde, caminhadas, chalés em regiões serranas...

Enfim, para agradá-la , a acompanhava sempre , assim como ela fazia com os programas dos quais eu gostava sem reclamar.

Depois de um fim de semana agitado com meus programas , o próximo seria o dela e adivinhem?

Faríamos uma viagem para uma cidadezinha do interior de MG .

Arrumamos nossas malas pegamos o carro e fomos com mais um casal de amigos.

Iríamos nos hospedar numa pousada simples q minha namorada já havia reservado p nós.

Foi uma viagem divertida.

Estava um dia muito bonito e o céu , de brigadeiro como diz uma antiga expressão.

Colocamos nas bolsas um lanche bem reforçado para passarmos o dia todo fora, nem voltaríamos p almoçar . Avisamos à dona da pensão.

Pegamos o carro e fomos conhecer a cidade, tiramos muitas fotos , havia cachoeiras, córregos , riachos, pastos .

A paisagem realmente era muito bonita .

Depois de horas passeando paramos para nadar num riacho de águas bem claras , lugar muito bonito.

Dei uma olhada no celular, sem sinal e nem o 4G encontrava-se operante.

Não liguei, estava feliz e animado.

Arrumamos uma toalha no chão para começar nosso piquenique.

Tomamos vinho, comemos pastinhas , queijos e frutas.

Eu e Helena( minha namorada) nos afastamos para ficarmos um pouco sozinhos , deixando o casal de amigos tb a sós.

Andamos por uma trilha e achamos um lugar perfeito para ficarmos.

Passamos uma tarde maravilhosa e deliciosa.

Nem sentimos o tempo passar.

O sol já estava se pondo e começava a esfriar .

Eu e minha namorada, começamos a arrumar nossas coisas para voltar a companhia de nossos amigos.

Qndo começamos a procurar a trilha, não a encontramos . Andamos, andamos e nada.

Jurávamos q era por ali .

Mas o caminho não nos era familiar.

E nisso , estava escurecendo já.

Os sons dos bichos da floresta já eram outros , a fauna noturna já acordara e já dava sinais de sua presença.

Eu já estava ficando nervoso e minha namorada também.

Mas tentávamos não demonstrar um para o outro.

Até que escureceu, a ponto de termos que ligar a lanterna do celular.

Já estava bastante frio e só ouvíamos o som da cachoeira e de pássaros noturnos.

Começamos a gritar por nossos amigos pois talvez nos ouvissem e viessem ao nosso encontro.

Nada...

Somente o som da cachoeira.

De repente , notamos barulhos como se passos nos acompanhassem pelos arbustos em nossas laterais.

Paramos e iluminamos com o celular e nada...

Qndo começamos a andar , os passos e os arbustos começavam a dar sinais de que algo ou alguém nos acompanhava.

Qndo parávamos tudo parava.

Até que quando o arbusto se moveu , iluminei sobre ele e o que vi nunca esquecerei.

Era um ser baixinho e troncudo , com menos de um metro , esverdeado e cheio de erupções na pele, como se fossem grandes verrugas , por todo o corpo.

Os olhos eram grandes e escuros do tamanho de duas bolas de bilhar e as orelhas pontudas para o alto.

Qndo a luz da lanterna do celular focou naqueles olhos o ser abriu uma boca enorme com dentes serrilhados e emitiu um grunhido.

Eu e minha namorada corremos e saímos gritando e ao olharmos p trás víamos q os arbustos também se moviam nos acompanhando.

Vimos uma luz mais adiante , eram nossos amigos q nos esperavam no local em q chegamos com o farol do carro ligado.

Gritei para q entrassem no carro rápido e q dirigissem.

Alfredo nosso amigo deu partida no carro e saiu derrapando sob o chão arenoso da beira do riacho ...

Ao entrarmos no carro e olharmos para trás vimos dezenas daquelas criaturas que corriam atrás de nos muito rapidamente.

E à beira da estrada , onde a luz do farol do carro alcançava , víamos dezenas de bolas brilhantes q eram os olhos daquelas criaturas iluminados pela luz do farol do carro, como olhos de gato.

As criaturas quase alcançavam a janela do carro . Meu amigo acelerou ao máximo, até que saímos da estrada de terra e chegamos à rodovia que nos levaria ao centro da cidade .

As meninas choravam e tremiam , muito nervosas que estavam.

Meu amigo quis entrar no desvio para a cidade e eu gritei : " TOCA PARA O RJ! NÃO VOLTO A ESTA CIDADE NUNCA MAIS! "

Ele então seguiu sentido RJ .

Nunca fiquei tão feliz e à vontade ao chegar no meu RJ.

Me senti em casa com a movimentação do trânsito intenso , cheiro de monóxido de carbono dos carros e a luz forte da cidade.

Ao contarmos às pessoas o ocorrido , muitas acreditaram, ou pelo menos fingiram que acreditaram. Outras nos zoaram e perguntaram o q havíamos "bebido e/ou fumado"...

Não sei o que eram aqueles seres e na verdade , nem me interessa saber .

Não se pareciam com nada q pudesse ter visto em literaturas e/ou gravuras, TV ...

Nossas coisas q ficaram na pensão, pedi q a dona nos enviasse via SEDEX ressarcindo-a posteriormente .

Como no início do relato, disse q nunca fui chegado a mato .

Este episódio , foi só mais um motivo para ratificar esta certeza...

( Por Sílvia Restani)

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